segunda-feira, 11 de agosto de 2025

WANEP DENUNCIA EROSÃO DA DEMOCRACIA E ABUSO DE PODER NA GUINÉ-BISSAU

A Rede Oeste Africana para Edificação de Paz (WANEP-GB) disse que a Guiné-Bissau já ultrapassou a fase de alerta e vive-se "a erosão da democracia, devido à substituição do debate político pela indústria da mentira, da intriga, da manipulação de valores pelo abuso de poder".

Na comunicação quinzenal da organização tornada pública pela sua Coordenadora nacional, Denise dos Santos Indeque, esta segunda-feira, 11 de agosto, a rede anotou que "a justiça é instrumentalizada e utilizada para perseguir adversários políticos ou proteger aliados, minando a credibilidade das instituições e a confiança na justiça".

"Quando um país é tratado como um brinquedo por políticos, a gestão pública se transforma numa manipulação e exploração. O cargo público é usado para benefício próprio, favorecendo amigos e familiares. O desvio de verbas públicas, destinadas a áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, é sempre feito à olho nu e em plena luz do dia. O desmantelamento de políticas públicas e destruição de programas sociais e políticas que visam o bem-estar da população tornam-se prioridade para políticos com o intuito de enfraquecer as instituições e facilitar a exploração ilegal de riqueza do Estado", descreveu.

A organização sub-regional regista que "a denúncia pela sociedade civil de falta de transparência na gestão e prestação de contas sobre as ações do governo é passível de repressão policial e intimidação", descrevendo ainda "o desrespeito e desvalorização das instituições democráticas tornaram-se a regra".

"A comunicação é usada para a manipulação da opinião pública e justificar ações questionáveis", disse a ativista guineense, sublinhando que "o jogo político instalado no país de uns tempos para cá está manifestando uma obsessão descontrolada por políticos de se manter ou chegar ao poder a todo custo".

Denise dos Santos sublinhou na sua comunicação que "um político é um cidadão que assumiu a responsabilidade de realizar o interesse público", pelo que, de acordo com a ativista, "não há responsabilidade histórica maior que a de fazer valer e realizar a vontade e o interesse coletivo".

Nestas circunstâncias, na perspetiva da organização, "torna-se maior a responsabilidade do político em agir eticamente". "E torna-se mais urgente ainda trabalhar na necessidade de resgatar e restaurar a dignidade ética da vida pública, devido às suas consequências que se traduzem na banalização do aparelho de Estado e a polarização da sociedade", concluiu.

Notabanca; 11.08.2025 

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