NAUFRÁGIO NO IÉMEN FAZ PELO MENOS 68 MORTOS
Pelo
menos 68 migrantes morreram na sequência do naufrágio de um barco com cerca de
157 pessoas a bordo, ao largo da província de Abyan, no sul do Iémen.
O acidente ocorreu no domingo e foi causado por condições meteorológicas adversas, avançou o chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Iémen à BBC.
Até
ao momento, 12 pessoas foram resgatadas com vida, mas dezenas continuam
desaparecidas. A maioria das vítimas será de nacionalidade etíope, adiantou a
OIM.
Segundo
as autoridades locais, foi lançada uma operação de busca e salvamento de grande
escala. Já foram encontrados diversos corpos ao longo de uma vasta extensão da
costa.
De
acordo com a OIM, o barco seguia por uma rota particularmente perigosa,
frequentemente utilizada por redes de tráfico de seres humanos.
O
representante da organização no país, Abdusattor Esoev, sublinhou a necessidade
de reforçar as salvaguardas legais para os migrantes e apelou à criação de
rotas legais e seguras de migração, de forma a evitar a exploração por
contrabandistas.
O
Iémen continua a ser uma das principais rotas de migração a partir do Corno de
África — região que inclui a Somália, o Djibuti, a Etiópia e a Eritreia — para
os países do Golfo, com milhares de pessoas a tentar a travessia todos os anos.
Só em 2024, mais de 60 mil migrantes chegaram ao Iémen, apesar dos riscos.
A
OIM classifica esta como "uma das rotas de migração mista mais
movimentadas e perigosas" do mundo. Em março, dois barcos com mais de 180
migrantes naufragaram na costa do distrito de Dhubab, também devido ao mar
agitado. Apenas dois tripulantes foram resgatados.
O
relatório da OIM alerta ainda para a imprudência crescente dos traficantes, que
lançam embarcações em condições extremamente perigosas para contornar as
patrulhas no mar.
Na
última década, mais de 3400 pessoas morreram ou desapareceram ao longo desta
rota migratória, sendo que cerca de 1400 dessas mortes ocorreram por
afogamento.
O Iémen continua
mergulhado numa guerra civil que já dura há mais de dez anos. Desde 2014,
grande parte do noroeste do país está sob controlo do grupo Houthi, apoiado
pelo Irão, que afastou o governo reconhecido internacionalmente da capital,
Sanaa.
Notabanca; 04.08.2025

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