segunda-feira, 21 de julho de 2025

BEBÉ DE 35 DIAS MORRE DE FOME E 73 PALESTINIANOS MORTOS ENQUANTO BUSCAVAM COMIDA PAPA LEÃO XIV PEDE FIM “DA BARBÁRIE”

Bebé de 35 dias morre de fome no Norte de Gaza. Papa Leão XIV pede fim “da barbárie”, enquanto os palestinianos continuam a ser atacados ao procurar comida.

O Papa Leão XIV, a quem Israel pediu desculpa pelo ataque à única Igreja Católica de Gaza , que matou três pessoas, apelou este domingo ao fim da “barbárie da guerra” no enclave e pediu que se observe “a proibição da punição colectiva, do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada” dos civis.

Mas os relatos do local continuam a demonstrar que a situação no terreno está longe do que pede o líder da igreja católica. As autoridades de saúde de Gaza (dirigidas pelo Hamas), dão conta neste domingo de pelo menos 84 pessoas mortas em ataques, entre elas 73 pessoas que procuravam  ajuda alimentar , e mais de 150 feridos.

A Associated Press (AP) escreve que o maior número de vítimas se registou no Norte de Gaza, onde pelo menos 67 palestinianos foram mortos quando tentavam chegar à ajuda que entrava no enclave através da passagem de Zikim, citando informação do Ministério da Saúde e os hospitais locais.

Não é claro, diz a AP, se estas mortes foram causadas pelo exército israelita, por bandos armados ou por ambos. Mas algumas testemunhas contaram à agência noticiosa que o exército israelita disparou sobre a multidão.

O porta-voz da agência de defesa civil de Gaza, Mahmud Bassal, disse à AFP que pelo menos 57 pessoas foram mortas quando as forças israelitas abriram fogo contra a multidão perto da Cidade de Gaza (no Norte).

Estas mortes no Norte de Gaza não ocorreram perto dos quatro locais de distribuição de ajuda da Gaza Humanitarian Foundation (GHF), que só actua no Sul e centro, e onde têm sido registadas centenas de mortes causadas pelas forças israelitas  e por guardas privados contratados pela entidade financiada pela Administração Trump.

O director do hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, também a norte do enclave, disse à Aljazeera que duas pessoas morreram de fome no sábado.

O director, o médico Muhammad Abu Salmiya (que esteve sete meses preso 

em Israel, suspeito de colaborar com o Hamas, e que foi libertado em Julho de 2024, sem acusações), disse que um dos mortos foi um bebé de 35 dias. No último mês, 79 pessoas morreram de fome no hospital Al-Shifa.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 17 mil crianças em Gaza sofrem de subnutrição grave. Muitas organizações internacionais queixam-se de que Israel tem proibido a entrada no enclave de alimentação para bebés e suplementos infantis.

A AP dá conta que na manhã deste domingo as ambulâncias em frente dos três principais hospitais de Gaza fizeram soar os alarmes em simultâneo, numa chamada de atenção para a catástrofe humanitária no enclave.

O Ministério da Saúde publicou nas redes sociais fotografias de médicos com cartazes sobre crianças subnutridas e falta de medicamentos e um dos porta-vozes, Zaher al-Wahidi, disse que pelo menos nove crianças com menos de cinco anos morreram de desnutrição até domingo, desde que Israel impôs um bloqueio total de ajuda  humanitária que durou três meses e agravou a situação de fome para um nível sem precedente.

Al-Wahidi explicou que é difícil determinar o número exacto de pessoas que morrem de fome porque algumas têm outros problemas de saúde que se agravam com a fome.

O director de saúde da, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinianos, Akihiro Seita, já alertou para “o aumento exponencial da subnutrição infantil” no enclave.

Notabanca; 21.07.2025 

 

 

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