BEBÉ DE 35 DIAS MORRE DE FOME E 73 PALESTINIANOS MORTOS ENQUANTO BUSCAVAM COMIDA PAPA LEÃO XIV PEDE FIM “DA BARBÁRIE”
Bebé de 35 dias morre de fome no Norte de Gaza. Papa Leão XIV pede fim “da barbárie”, enquanto os palestinianos continuam a ser atacados ao procurar comida.O Papa Leão XIV, a quem Israel pediu desculpa pelo ataque à única Igreja Católica de Gaza , que matou três pessoas, apelou este domingo ao fim da “barbárie da guerra” no enclave e pediu que se observe “a proibição da punição colectiva, do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada” dos civis.
Mas os relatos do
local continuam a demonstrar que a situação no terreno está longe do que pede o
líder da igreja católica. As autoridades de saúde de Gaza (dirigidas pelo
Hamas), dão conta neste domingo de pelo menos 84 pessoas mortas em ataques,
entre elas 73 pessoas que procuravam ajuda alimentar , e mais de 150 feridos.
A Associated Press
(AP) escreve que o maior número de vítimas se registou no Norte de Gaza, onde
pelo menos 67 palestinianos foram mortos quando tentavam chegar à ajuda que
entrava no enclave através da passagem de Zikim, citando informação do
Ministério da Saúde e os hospitais locais.
Não é claro, diz a
AP, se estas mortes foram causadas pelo exército israelita, por bandos armados
ou por ambos. Mas algumas testemunhas contaram à agência noticiosa que o
exército israelita disparou sobre a multidão.
O porta-voz da
agência de defesa civil de Gaza, Mahmud Bassal, disse à AFP que pelo menos 57
pessoas foram mortas quando as forças israelitas abriram fogo contra a multidão
perto da Cidade de Gaza (no Norte).
Estas mortes no Norte
de Gaza não ocorreram perto dos quatro locais de distribuição de ajuda da Gaza
Humanitarian Foundation (GHF), que só actua no Sul e centro, e onde têm sido
registadas centenas de mortes causadas pelas forças
israelitas e
por guardas privados contratados pela entidade financiada pela Administração
Trump.
O director do
hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, também a norte do enclave, disse à
Aljazeera que duas pessoas morreram de fome no sábado.
O director, o médico Muhammad Abu Salmiya (que esteve sete meses preso
em Israel, suspeito
de colaborar com o Hamas, e que foi libertado em Julho de 2024, sem acusações),
disse que um dos mortos foi um bebé de 35 dias. No último mês, 79 pessoas
morreram de fome no hospital Al-Shifa.
Segundo o Ministério
da Saúde de Gaza, 17 mil crianças em Gaza sofrem de subnutrição grave. Muitas
organizações internacionais queixam-se de que Israel tem proibido a entrada no enclave
de alimentação para bebés e suplementos infantis.
A AP dá conta que na
manhã deste domingo as ambulâncias em frente dos três principais hospitais de
Gaza fizeram soar os alarmes em simultâneo, numa chamada de atenção para a
catástrofe humanitária no enclave.
O Ministério da Saúde
publicou nas redes sociais fotografias de médicos com cartazes sobre crianças
subnutridas e falta de medicamentos e um dos porta-vozes, Zaher al-Wahidi,
disse que pelo menos nove crianças com menos de cinco anos morreram de
desnutrição até domingo, desde que Israel impôs um bloqueio total de ajuda humanitária que durou três meses e agravou
a situação de fome para um nível sem precedente.
Al-Wahidi explicou
que é difícil determinar o número exacto de pessoas que morrem de fome porque
algumas têm outros problemas de saúde que se agravam com a fome.
O director de saúde
da, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinianos,
Akihiro Seita, já alertou para “o aumento exponencial da subnutrição infantil”
no enclave.
Notabanca; 21.07.2025

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