PRESIDENTE SISSOCO DISSE QUE GUINÉ-BISSAU NÃO VENDE PASSAPORTES
Presidente da República insurgiu-se contra o comportamento de motoristas e criticou o excesso de velocidade que se verifica na estrada que liga a rotunda do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira ao setor de Safim, cujos acidentes de viação já resultaram na perda de muitas vidas humanas e bens materiais destruídos, por falta de prudência dos condutores.“Lamentavelmente, estamos a ter casos de acidentes de viação graves na estrada que liga o aeroporto a Safim. Nem nos foi entregue a obra já causamos muitas perdas de vidas humanas e bens materiais destruídos. É preciso prudência. As pessoas têm de ser capacitadas. É uma pena o que tem acontecido nos últimos dias naquela estrada”, criticou o chefe de Estado, à saída da reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira, 22 de maio.
Relativamente à presidência aberta de cinco dias que o levou ao interior do
país, o Presidente da República elogiou a maturidade dos cidadãos que disse
souberam diferenciar, desta vez, a campanha política de um
Presidente na presidência aberta que a lei lhe reserva
constitucionalmente.
“Fui inaugurar o lançamento da primeira pedra para a construção da estrada
Quebo-BoKé e algumas infraestruturas construídas com o apoio de parceiros de
desenvolvimento da Guiné-Bissau. A União Europeia, por exemplo, financiou a
construção de pistas rurais no sul do país, precisamente em Cabudu,
Como, Cair e Guilledje. Pessoalmente, financiei a construção de furos de
água. Em Guilledje, por exemplo, temos um problema que é a salinidade da água
e temos a questão da energia que saiu da Guiné-Conacri e passou
praticamente por todas as zonas do país. Tive a oportunidade de visitar o campo
agrícola de um cidadão espanhol que fez um investimento de mais de 60 milhões
de euros, tudo no sentido de constatar o que está a ser feito no terreno e em
quê é que podemos apoiar na saúde, na educação e noutros setores essenciais e
fi-lo no hospital de Buba. Apoiei com colchoes”, frisou.
Dc acordo com
O Dcmocrata, Presidente Sissoco Embaló
anunciou que o governo e o Estado da Guiné-Bissau estão em contato com algumas
instituições financeiras internacionais que já se manifestaram disponíveis e o
interesse em ajudar na construção de algumas estradas do
país, sobretudo no sul do país.
Relativamente ao troço que liga Safim a Mansoa (Jugudul), Umaro Sissoco
Embaló afirmou que a República Popular da China vai construir duas autovias à
semelhança da estrada de Safim.
A propósito, revelou que a diretora da presidência recebeu na quarta-feira,
21 de maio de 2025, o Embaixador da República Popular da China para analisar
esse assunto e começar a fazer os caminhos para a efetivação do plano de
execução da obra.
Esta quinta-feira, a Polícia de Segurança Pública de Portugal denunciou ter
apreendido cautelarmente 353 passaportes genuínos da Guiné-Bissau transportados
por um cidadão guineense intercetado no aeroporto de Lisboa, que disse ter sido
incumbido de entregar a documentação em Bruxelas, por um Alto Comissariado
do país lusófono.
“Pelas dúvidas e por poder estar em causa a segurança, todos os documentos
foram cautelarmente apreendidos e a diligência comunicada ao Ministério
Público”, informou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) em
comunicado divulgado hoje.
O Cometlis adianta que o homem de 47 anos foi retido
pelas 20:00 de terça-feira no rastreio Schengen no Aeroporto Humberto
Delgado, em Lisboa por um vigilante que suspeitou da bagagem de cabina do
passageiro, que continha “353 passaportes da República da Guiné-Bissau em nome
de outros tantos cidadãos guineenses, com diferente aparência no que respeita à
tez da pele, dos nomes e da indumentária”.
Confrontado pela PSP, o homem explicou que fora incumbido por “um Alto
Comissariado, que identificou” de entregar a documentação à representação
diplomática da Guiné-Bissau em Bruxelas, na Bélgica.
Os polícias da Divisão de Segurança Aeroportuária e Controlo Fronteiriço
tentaram, sem sucesso, confirmar os contornos do transporte, que não constitui
uma “prática comum”, tendo concluído que os passaportes são genuínos.
Segundo o comunicado, entre a documentação existiam “documentos impressos e
manuscritos em nome do referido Alto Comissariado”.
Questionado sobre a situação de venda de passaportes do país no
estrangeiro, Sissoco Embaló disse que a Guiné-Bissau não vende passaportes e
que todos os passaportes são imprimidos no país e assinados pelas autoridades
competentes, apenas são transportados para as embaixadas mediante uma
declaração assinada pelo importador.
“Pode ter havido algumas falhas, porque o ministro dos Negócios
Estrangeiros está fora do país e a Secretária de Estado também. O ministro do
Interior e o Secretário de Estado da Ordem Pública estavam comigo na
presidência aberta, portanto foi o que aconteceu. Aproveitaram a viagem de um
portador para lcvar os passaportes dada a urgência, mas não foram transportados
de forma ilegal, não”, esclareceu e anunciou em cinco anos da sua presidência
os cidadãos da Guiné-Bissau não emitem vistos para viajar com mais de
sessenta países do mundo e disse que se não fosse a governação da
coligação PAI Terra Ranka, o país teria superado esta questão com muitos países
da União Europeia.
Instado a pronunciar-se sobre uma possível tentativa de fabricar resultados
eleitorais nas próximas eleições simultâneas (legislativas e presidenciais) na
Guiné-Bissau, um plano que seria executado por ele [Umaro Sissoco Embaló] e
pelo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, denunciado pela
presidente do Movimento Social Democrata, Joana Cobde Nhanca, o chefe de Estado
disse que “os guineenses não têm o senso de limite”.
Relativamente à mega manifestação anunciada pela Frente Popular, uma
organização da sociedade civil, para o próximo domingo, 25 de maio, Umaro
Sissoco disse não ter recebido nenhuma comunicação da sociedade civil
representada por Fodé Caramba Sanhá e desde logo avisou que qualquer ato terá
uma resposta adequada.
“A Guiné-Bissau não é um país de marginais. Não temos e não vamos fabricar
sequer um único marginal. Quem quiser ser marginal terá que sair da
Guiné-Bissau. As pessoas que anunciaram a marcha foram identificadas,
um grupo de bandidos que quer perturbar a ordem”, acusou.

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