GUINÉ-CONACRY VAI ÀS ELEIÇÕES EM DEZEMBRO 2025
O primeiro-ministro da Guiné-Conacri,
Amadou Bah Oury, cujo país é governado por uma junta militar desde 2021, anunciou
que o país vai realizar eleições presidenciais e legislativas em dezembro.
Amadou Bah Oury fez o anúncio na segunda-feira (12.05), em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim, no fórum empresarial Africa CEO, noticiaram os meios de comunicação guineenses ao final do dia.
A junta militar da Guiné-Conacri,
liderada pelo general Mamadi Doumbouya, que chegou ao poder após um golpe em
setembro de 2021, anunciou no mês passado que iria fazer um referendo sobre uma
nova constituição a 21 de setembro como passo preliminar para o regresso do
país ao regime democrático.
"O referendo constitucional será
realizado a 21 de setembro, e as eleições legislativas e presidenciais serão
feitas em dezembro", declarou o primeiro-ministro em Abidjan.
No entanto, ainda não existe nenhum
decreto presidencial que ratifique a realização das eleições, como aconteceu
com o referendo, o que levanta dúvidas sobre a condução do processo eleitoral,
segundo os meios de comunicação locais.
Doumbouya anunciou no seu discurso de
Ano Novo, a 31 de dezembro, que 2025 seria "um ano eleitoral crucial para
completar o regresso à ordem constitucional", mas não deu datas
específicas.
O general chegou ao poder num golpe
apoiado pelo Grupo de Forças Especiais do Exército, que derrubou o então
presidente Alpha Condé, que governava desde 2010 depois de se ter candidatado a
um polémico terceiro mandato em outubro de 2020, um mandato proibido pela
Constituição guineense.
Doumbouya argumentou na altura que o
golpe tinha como objetivo criar as condições para o desenvolvimento de um
Estado governado pelo Estado de direito e, em outubro de 2022, acordou com a
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) uma transição de
dois anos antes de devolver o poder a um governo civil, mas este prazo não foi
cumprido.
No entanto, a repressão da dissidência
só aumentou nos últimos meses no país, onde um tribunal condenou o líder da
oposição Aliou Bah a dois anos de prisão em janeiro passado por "ofensa e
difamação" contra Doumbouya por ter criticado o Comité Nacional para a
Reconciliação e Desenvolvimento (CNRD, o nome da junta).
Em fevereiro, a organização de defesa
dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou também que as
autoridades militares da Guiné reprimiram a oposição, os meios de comunicação
social e a sociedade civil desde que assumiram o poder.
A Guiné-Conacri tem um potencial
significativo na mineração, hidráulica e agricultura.
As suas reservas de bauxite -
matéria-prima para a produção de alumínio - estão entre as maiores do planeta.
Notabanca; 14.05.2025

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