sábado, 31 de maio de 2025

DSP LANÇA CRÍTICAS À COMUNIDADE INTERNACIONAL: UA, CEDEAO E ATÉ CPLP NÃO ESCAPA

O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, lançou esta sexta-feira (30.05) duras críticas à atuação da comunidade internacional, em relação à situação política na Guiné-Bissau.

Três organizações de que a Guiné-Bissau é membro não escaparam às críticas do também líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), que estranha o comportamento das entidades internacionais.

Domingos Simões Pereira começou por criticar a recente missão da União Africana (UA) que visitou a Guiné-Bissau para o acompanhamento do processo eleitoral, mas que não se reuniu com os partidos políticos, apenas com órgãos do Governo. O líder político deixou entender que não gostou da atitude e diz que, assim, a organização continental não pode dar o acompanhamento necessário ao processo eleitoral guineense.

"Em relação à CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] foi o próprio presidente da Comissão [Omar Alieu Touray] que se deslocou à Guiné-Bissau. E isso criou uma grande expetativa. Mas, de repente, diz-se que não podemos falar da missão de alto nível da organização enviada ao país pelo próprio presidente da Comissão da CEDEAO. Como é que a CEDEAO não compreende que, com este tipo de intervenção, compromete a credibilidade que os cidadãos dão à organização?", questionou na sua habitual comunicação das sextas-feiras, na rede social Facebook.

É a primeira vez, nas longas crise políticas guineenses que Domingos Simões Pereira assume, de forma aberta, confrontar as organizações internacionais, reprovando a atitude dessas instâncias.

E neste âmbito, nem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que serviu como secretário executivo (2008-2012) escapou às suas críticas, estranhando o facto de a organização estar a preparar, "em silêncio", a realização da sua próxima cimeira em Bissau.

"Nunca ouvi uma cimeira tão silenciosa como esta. Estamos a menos de dois meses da cimeira e porquê que tudo está a ser tratado em sigilo? Provavelmente os Estados Membros da CPLP não estão à vontade para assumir que a coragem de entregar a presidência da organização a um ex-chefe de Estado", numa alusão a Umaro Sissoco Embaló.

A nível doméstico, o presidente do PAIGC teve tempo para lançar mais uma crítica às forças armadas guineenses e a sua conduta no atual contexto da Guiné-Bissau.

"Uma instância que tinha a vocação de ser garante e guardiã da República, está instrumentalizada, domesticada e transformada num instrumento para servir este regime que quer ser ditatorial", denunciou.

Segundo DSP, as instituições da Guiné-Bissau então amordaçadas e impotentes.

"Quer queiramos quer não, temos que reconhecer que as nossas instituições estão sequestradas e a maior parte delas está comprometida e não tem a liberdade e independência para funcionar", afirmou.

Notabanca; 31.05.2025 

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