DSP LANÇA CRÍTICAS À COMUNIDADE INTERNACIONAL: UA, CEDEAO E ATÉ CPLP NÃO ESCAPA
O presidente do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, lançou
esta sexta-feira (30.05) duras críticas à atuação da comunidade internacional,
em relação à situação política na Guiné-Bissau.
Três organizações de que a Guiné-Bissau é membro não escaparam às críticas do também líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), que estranha o comportamento das entidades internacionais.
Domingos Simões Pereira começou por
criticar a recente missão da União Africana (UA) que visitou a Guiné-Bissau
para o acompanhamento do processo eleitoral, mas que não se reuniu com os
partidos políticos, apenas com órgãos do Governo. O líder político deixou
entender que não gostou da atitude e diz que, assim, a organização continental
não pode dar o acompanhamento necessário ao processo eleitoral guineense.
"Em relação à CEDEAO [Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental] foi o próprio presidente da Comissão
[Omar Alieu Touray] que se deslocou à Guiné-Bissau. E isso criou uma grande
expetativa. Mas, de repente, diz-se que não podemos falar da missão de alto
nível da organização enviada ao país pelo próprio presidente da Comissão da
CEDEAO. Como é que a CEDEAO não compreende que, com este tipo de intervenção,
compromete a credibilidade que os cidadãos dão à organização?", questionou
na sua habitual comunicação das sextas-feiras, na rede social Facebook.
É a primeira vez, nas longas crise
políticas guineenses que Domingos Simões Pereira assume, de forma aberta,
confrontar as organizações internacionais, reprovando a atitude dessas
instâncias.
E neste âmbito, nem a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), que serviu como secretário executivo
(2008-2012) escapou às suas críticas, estranhando o facto de a organização
estar a preparar, "em silêncio", a realização da sua próxima cimeira
em Bissau.
"Nunca ouvi uma cimeira tão
silenciosa como esta. Estamos a menos de dois meses da cimeira e porquê que
tudo está a ser tratado em sigilo? Provavelmente os Estados Membros da CPLP não
estão à vontade para assumir que a coragem de entregar a presidência da
organização a um ex-chefe de Estado", numa alusão a Umaro Sissoco Embaló.
A nível doméstico, o presidente do PAIGC
teve tempo para lançar mais uma crítica às forças armadas guineenses e a sua
conduta no atual contexto da Guiné-Bissau.
"Uma instância que tinha a vocação
de ser garante e guardiã da República, está instrumentalizada, domesticada e
transformada num instrumento para servir este regime que quer ser ditatorial",
denunciou.
Segundo DSP, as instituições da
Guiné-Bissau então amordaçadas e impotentes.
"Quer queiramos quer não, temos que
reconhecer que as nossas instituições estão sequestradas e a maior parte delas
está comprometida e não tem a liberdade e independência para funcionar",
afirmou.
Notabanca; 31.05.2025

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