DETIDOS SOBRE QUEIMA DE MINA DE AREIAS PESSADAS JÁ ESTÃO EM LIBERDADE INCLUINDO ITALIANA
Após dez dias, a empresária italiana, detida por alegada participação no fogo posto à mina de areias pesadas de Varela, no norte da Guiné-Bissau, foi hoje libertada, anunciou ontem o seu advogado, Mamadu Serifo Djaló.
Além da empresária italiana, outras quatro pessoas, três mulheres e um
homem, foram restituídos à liberdade.
A decisão é de um magistrado do Ministério Público, Pedro Gomes, que os
inquiriu na passada sexta-feira durante quase seis horas.
O Magistrado quis saber do seu hipotético envolvimento no fogo posto à
maquinaria da mina de exploração das areias pesadas na aldeia de Nhinquin, na
estância balnear de Varela, a 170 quilómetros a norte de Bissau.
A empresária e as restantes quatro outras pessoas estavam encarceradas na
2ª Esquadra de Bissau, por ordens do Ministério do Interior, após terem sido
detidas no dia 18 de Abril pela Guarda Nacional.
Agora saíram em liberdade, mas mediante medidas de coação: apresentação
periódica no Ministério Público, duas vezes por semana, e TIR – Termo de
Identidade e Residência.
O processo que levou à restituição à liberdade da empresária foi
acompanhado pelo cônsul-geral da Itália na Guiné-Bissau e por uma equipa de
advogados guineenses.
A empresária, proprietária de um hotel em Varela que também se dedica à
capacitação das mulheres locais, foi detida juntamente com um grupo de 15
pessoas na estância balnear de Varela, no dia em que um grupo de mulheres da
zona ateou fogo às máquinas da chinesa GMG Mininig SARL, como protesto contra a
exploração das areias pesadas por esta empresa na comunidade de Nhinquin.
Desde o início da exploração desse recurso naquela comunidade, em meados
dos anos 2000, a população, especialmente as mulheres, têm reiteradamente
marcado a sua rejeição deste projecto.
A empresa russa Poto Sarl, que foi a primeira detentora da licença de
exploração, bem como a chinesa GMG Mininig SARL que tem actualmente a tutela da
mina, foram ambas acusadas pela população local de não cumprirem as suas
promessas de apoio à comunidade, nomeadamente a construção de uma escola, de
estradas, fontanários e de um hospital.
As mulheres da localidade também não aceitaram a instalação da mina nessa
zona por alegadamente se situar numa “zona sagrada” onde se organizam os
rituais da aldeia.
De acordo com estudos do governo guineense, existe na aldeia Nhinquin uma mina de areias pesadas com um potencial de 440 mil toneladas, das quais podem ser extraídos o equivalente a 119 mil toneladas de minérios utilizados em áreas estratégicas como a metalurgia, a aeronáutica bem como a indústria nuclear.





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