“PJ PERSEGUE BOTCHE CANDÉ”- Diz Diretor do Gabinete
O Diretor de Gabinete do Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Braima Tcham, denunciou uma suposta perseguição ao seu ministro, Botche Candé, por parte da Polícia Judiciária (PJ), acusando esta corporação policial de investigação criminal de fazer trabalho parcial para denegrir a imagem do também líder do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG).Em conferência de imprensa, esta terça-feira, 28 de março de 2023, Braima Tcham avisou que o gabinete do ministro não vai admitir atos de “difamação, intriga e calúnia” contra a pessoa de Botche Candé, ameaçando interpor uma queixa-crime.
“Quando chegamos aqui, ministério de Agricultura, constatamos que os dois últimos ministros, Marciano Silva Barbeiro e Sandji Fati, contraíram
uma dívida de mais de 700 milhões de Francos CFA à empresa SOCOVEN PROAGRE SARL, que fornecia materiais agrícolas ao ministério. Quando recebemos várias toneladas de adubo, a empresa disse-nos para fazermos um encontro de contas. Informamos a todas as instituições e fizemos tal e qual foi acordado. Demos setenta e um mil e duzentos e oitenta (71. 280) sacos de adubo a essa empresa” revelou, afirmando que se a PJ quiser investigar o caso das cinco mil toneladas de adubo doadas ao país, que interpele os dois últimos ministros, porque foram eles quem assinaram o contrato com essa empresa.“Que a PJ deixe de nos perseguir. Somos perseguidos até aos locais onde tomamos café. Somos guineenses, não merecemos ser tratados desta forma. Não sabemos as motivações das difamações, perseguições e calúnias. Talvez haja alguém por detrás disso. Mas é bom que essas pessoas nos confrontem” insistiu Braima Tcham, denunciando que o Diretor da Agricultura para a região de Biombo terá desviado materiais agrícolas destinados à população daquela zona, o que motivou a sua exoneração, questionando as razões pelas quais o sindicato de base do ministério não falou desse assunto.
Questionado sobre o suposto envolvimento de alguns governantes no corte de madeiras no país, Braima Tcham desafiou a associação da indústria madeireira a exibir publicamente os documentos que comprovam a atribuição de licenças aos governantes que supostamente estão implicados no corte de madeira.
A associação da indústria madeireira denunciou que existiam 12 concessões industriais, mas nos últimos tempos este número subiu para 20 com “novos contratos ilegais”. Tcham refutou estas afirmações, informando que, depois de se ter realizado o concurso público para concessões industriais, apenas a 4 empresas foram dadas novos contratos.
“A empresa CUBA Lda, cujo proprietário é o atual ministro, foi concedida a licença em 2013. Portanto, não é verdade que ele favoreceu a sua empresa no concurso. Eu, enquanto diretor de gabinete, não escrevi e nem vi um contrato de concessão entre o ministro da agricultura, o primeiro ministro, o ministro da defesa e o antigo ministro do interior. Aquilo que aconteceu em 2012 jamais acontecerá aqui, enquanto Botche Candé estiver a frente deste ministério. Se a associação da indústria madeireira tiver esse documento que o apresente publicamente” desafiou, convidando os madeireiros a um debate público sobre esse assunto.
Por sua vez, o assessor de imprensa do Ministro da agricultura, Aliu Maquilo Baio, não duvida que a perseguição contra o seu ministro não é de hoje, lembrando que desde a polémica sobre o tráfico de droga que terá envolvido altos dirigentes do Ministério do Interior que as pessoas tentam envolver BotcheCandé no caso, denunciando que o Ministro da Agricultura está sob “perseguição forte sem fundamentos e sem provas” da parte da polícia judiciária.
“Se quiserem investigar o contrato com a empresa SOCOVEN PROAGRE SARL, que interpelem os ex-ministros Marciano Silva Barbeiro e Sandji Fati, na qualidade de assinantes. As pessoas estão a ser instrumentalizadas, mas estamos tranquilos” concluiu.
Notabanca,
28.03.2023
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