sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 “GUERRA” PELA HERANÇA DE MARADONA: CASAS, CARROS, CONTRATOS E JOIAS DISPUTADOS PELOS SEUS CINCO FILHOS OU ONZE Vem aí uma 'guerra' pela herança de Maradona: casas, carros, contratos e joias disputados pelos seus cinco filhos. Ou onze

Diego Maradona e a filha Dalma em 2008 ALEJANDRO PAGNI / AFP)

Maradona tem cinco filhos legítimos mas outros seis reclamam paternidade.

Diego Maradona e a filha Dalma em 2008 ALEJANDRO PAGNI / AFP)

Numa altura em que o Mundo ainda chora a morte de Maradona, já há quem faça contas ao património do craque e da 'guerra' que se avizinha pela herança do antigo futebolista. O jornal argentino 'Clarín' fez as contas ao que os filhos podem herdar e vaticina uma batalha na justiça.

A primeira batalha começará no número de filhos. Maradona tem cinco filhos reconhecidos de quatro mulheres: Dalma e Gianinna, de 33 e 31 anos, nasceram do seu casamento com Claudia Villafañe. Em 2013 Maradona foi pai de Diego Fernando, de oito anos, filho de Verónica Ojeda e em 2014, assumiu oficialmente mais uma filha, Jana, de 24 anos, fruto da relação com a italiana Valeria Sabalain, em 1996.

Em 2016 voltou a assumir, judicialmente, outro filho de uma outra relação extraconjugal que teve com a modelo Cristina Sinagra, em Itália: Diego Sinagra Maradona, agora com 36 anos.

No entanto, há seis processos de paternidade na justiça e que tão cedo não ficarão resolvidos: os cubanos Javielito, Lu, Johanna e Harold, e os argentinos Santiago Lara e Magalí Gil, todos com idade entre 19 e 24 anos, dizem ser filhos de Diego Armando Maradona.

Património avaliado entre 63 e 84 milhões de euros

Durante a sua vida, Diego Armando Maradona terá ganho qualquer coisa como 500 milhões de dólares (420 milhões de euros), entre salários e patrocínios, de acordo com o portal 'Celebrity Net Worth'. Maradona representou marcas como Hublot, Puma e Coca-Cola que  lhe valeram muitos milhões mas o seu património atual está avaliado entre 63 e 84 milhões de euros e muitos bens.

O craque deixou seis herdades em Buenos Aires, além do apartamento onde vive duas irmãs, quatro viaturas também na capital argentina e dois outros de luxo no Dubai: um Rolls Royce Ghost, avaliado 300 mil euros e um BMW i8, avaliado em 145 mil euros euros. Entre os pertences, destaque para um anel de diamantes avaliado em 300 mil euros, que recebeu quando passou pelo Dínamo Brest, da Bielorrússia em 2018.

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Há que contabilizar ainda os contratos com a Puma e ainda com a Konami e a EA Sports para utilizarem a sua figura nos videojogos. Do património fazem parte as muitas escolas de futebol na China com o seu nome, um hotel de luxo em Cuba, além de outros investimentos em Itália e Venezuela.

Ainda em vida, o património de Maradona já tinha dado que falar. Em 2015, houve um litígio entre o craque e a sua ex-mulher Claudia Villafane, que o acusou de evasão fiscal e apropriação indevida de bens. As filhas de ambos, Gianinna e Dalma, colocaram-se ao lado da mãe. Furioso, Maradona ameaçou deserda-las.

"Digo-lhes a todos que não lhes vou deixar nada, que vou doar tudo. Vou dar tudo o que ganhei na minha vida", disse um dia Maradona, no meio de uma discussão com as filhas mais velhas. No entanto, a legislação argentina não permite que os pais deserdem os seus filhos, considerados pela lei como o elo mais fraco de uma relação conflituosa. Uma lei aprovada em 2015 determina que os filhos têm direito a dois terços do património familiar (antes eram quatro quintos), independentemente dos desejos dos pais.

Morreu, o antigo internacional argentino Diego Armando Maradona, considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos.

Aos 60 anos, o antigo jogador do Nápoles, Barcelona, Sevilha e Boca Juniors, entre outros clubes, não resistiu a uma paragem cardiorrespiratória.

O mundo do futebol parou quarta-feira, em choque pela perda de um autêntico fora de série, um rebelde dentro e fora de campo, que assinou algumas das páginas mais memoráveis do desporto-rei.

A começar, claro, pelo Campeonato do Mundo do México, em 1986, onde assinou um golo do outro mundo num jogo dos quartos de final que, por ser contra a Inglaterra, era muito mais do que apenas um jogo de futebol. Maradona arrancou do meio-campo defensivo, fintou cinco adversários e o guarda-redes antes de atirar para a baliza, isto já depois de ter protagonizado um lance que nunca será esquecido.

Uma saída em falso de Peter Shilton permitiu a Maradona "cabecear" para o fundo das redes. Cabecear, claro, entre aspas, porque na verdade, o golo foi marcado com a mão, num momento que ficou conhecido para a eternidade como a "Mão de Deus".

A Argentina acabaria por se sagrar campeã mundial em 1986, batendo a Alemanha na final (3-2), adversário com quem perderia, outra vez com Maradona na equipa, o jogo decisivo do Mundial de Itália, em 1990. Quatro anos depois, Maradona brilhava no Campeonato do Mundo dos Estados Unidos, quando acusou positivo num controlo anti-doping e foi afastado da competição.

Foi uma das muitas polémicas que marcaram a carreira de um futebolista que ficou conhecido com "D10S". E não é à toa. O eterno 10 é uma autêntica divindade em Nápoles, depois de ter conduzido o clube a dois títulos de campeão transalpino, uma Taça e uma Supertaça, além da Taça UEFA de 1988/89. E também, claro, na Argentina natal, onde até existe uma Igreja Maradoniana.

Aos 60 anos, o craque dos craques despede-se do mundo dos vivos e torna-se, de uma vez por todas, uma lenda do futebol e do desporto mundial.

Notabanca 27.11.2020

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