PGR PROMETE TRADUZIR À JUSTIÇA OS RESPONSÁVEIS POR MÁ GESTÃO DE FUNDOS PÚBLICOS
Procurador-Geral da República (PGR), Fernando Gomes, prometeu esta segunda-feira, 07 de setembro de 2020, que vai traduzir à justiça todos os responsáveis por má gestão de fundos públicos da Guiné-Bissau. Fernando Gomes falava no ato de receção dos relatórios financeiros das auditorias feitas pelo Tribunal de Constas a oito instituições públicas, referentes aos exercícios económicos de 2017, 2018 e do primeiro semestre do ano 2019.Gomes assegurou que vai encaminhar todos os casos levantados, começando pela instauração de procedimentos criminais contra os responsáveis dos atos de má gestão de dezoito biliões e quatrocentos e setenta e quatro milhões e quatrocentos e sessenta e mil e quatro (18.474.461.004) francos CFA.
O PGR elogiou o trabalho feito pelo Tribunal de Contas e disse que cabe ao Ministério Público assumir a responsabilidade de traduzir todos os responsáveis à vara da justiça, sublinhando que não se pode permitir ou aceitar que casos de desvios dos fundos públicos sejam relegados para outros planos e colocar em risco todo o trabalho feito pelo Tribunal de Contas.
O responsável do Ministério Público anunciou que a sua instituição já deu início à operação “lavagem” para uma ação de investigação nas instituições do Estado.
Informou que neste momento, uma equipa multidisciplinar do Ministério Público está na Câmara Municipal de Bissau (CMB) para investigar a edilidade. Gomes esclareceu que a CMB foi escolhida não por se tratar de instituição mais corrupta, mas por ser a primeira instituição que foi denunciada depois da cerimónia da tomada de posse dos novos membros da comissão de recuperação dos bens do Estado.
Por sua vez, o presidente do Tribunal de Contas, Dionísio Cabi, realçou que a fiscalização através do processo de auditorias é a mais profunda forma de averiguação do cumprimento das normas contabilísticas, administrativas e financeiras a que o gestor público está sujeito, sublinhando que é a forma mais eficiente de investigação para recolha dos indícios de corrupção.
“A interação interinstitucional e a troca de experiência são essenciais para alcançar os objetivos comuns, que é a mitigação da corrupção e, consequentemente, a promoção do desenvolvimento sustentável”, indicou.
O presidente do Tribunal de Contas convidou, por isso, as duas instituições, não só a criarem mecanismos de combate à corrupção, mas e sobretudo na criação de condições e na implementação de medidas preventivas de combate à corrupção.
Notabanca; 07.09.2020
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