JUNTA MILITAR PROMETE DEVOLVER O PODER AOS CIVIS NUM PRAZO DE 18 MESES
A Junta militar do Mali sob pressão de apresentar o seu plano de restauração de um poder civil no país, comprometeu-se a uma transição num prazo de 18 meses.A CEDEAO pede 12 meses para um Governo civil no Mali.
"Pedimos e esperamos a compreensão, o apoio e o acompanhamento da comunidade internacional na implementação diligente e correcto da carta e do caderno de encargos da transição", declarou o coronel golpista, Assimi Goïta.
Peritos designados pela junta adoptaram uma "carta" de transição no termo de três dias de discussões em Bamaco entre personalidades políticas, da sociedade civil e militares.
Esta carta não foi publicada imediatamente mas o documento em discussão previa uma transição de 18 meses conduzida pelo presidente designado por um comité da Junta, segundo a agência noticiosa francesa, AFP.
"Tomamos o compromisso perante vós de não poupar esforços com vista à implementação de um conjunto de resoluções no interesse exclusivo do povo", declarou o chefe da Junta, o coronel Assimi Goïta, no encerramento das jornadas de concertação nacional.
"Pedimos e esperamos a compreensão, o apoio e o acompanhamento da comunidade internacional na implementação diligente e correcto da carta e do caderno de encargos da transição", acrescentou.
Certos parceiros internacionais do Mali, como a CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África do oeste, reclamam um regresso de um poder civil àquele país num prazo de um ano no máximo, no fim de uma transição dirigida por civis.
A França, principal aliada do Mali contra os jiadistas com mais de 5.000 soldados instalados no Sahel, insiste também o mais rápido possível no regresso de um poder civil a aquele país oeste africano.
Responsáveis da Junta devem ir agora ao encontro dos chefes de Estado e de governo da CEDEAO que se reunirão, na terça-feira, em Acra, capital do Gana, disse um colaborador do antigo presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, que levou a cabo uma longa mediação na crise maliana.
Recorda-se que um grupo de coronéis malianos, derrubou a 18 de agosto último o Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, no poder desde 2013 e enfraquecido por um movimento de protesto durante vários meses face à crise securitária, económica e institucional atravessada por aquele país mas também devido à corrupção da sua classe política.
Notabanca; 15.09.2020
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