O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, afirmou esta terça-feira, que não são as Nações Unidas, a União Africana ou a CEDEAO que legitimam o governo na Guiné-Bissau, mas sim é o Parlamento através dos deputados. Por isso, a situação está ultrapassada, não está em condições de derrubar o atual governo, a não ser efetuar eventuais remodelações propostas pelo chefe do executivo, caso o PAIGC e outras formações políticas queiram integrar o governo. Embaló fez estas afirmações durante o encontro mantido com a imprensa para fazer o balanço dos seus 100 dias a frente do país.
Assegurou
que os deputados da nação têm missão de fazer política no Parlamento enquanto
representantes do povo sem, no entanto, falar mal do líder da Assembleia
Nacional Popular e muito menos do Presidente da República.
Sissoco
Embaló disse que a Guiné-Bissau jamais será a República das bananas, prova
disso é que estão a ser formadas pessoas que irão monitorar o aparelho de
localização dos terroristas como também os indivíduos que falam mal das pessoas
e escrevem em anonimato nas redes sociais, tanto dirigentes como cidadãos
singulares, tudo para disciplinar o país.
Sobre o seu
reconhecimento pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) no dia 22 de Maio, Sissoco Embaló disse que preocupa-lhe é o povo
guineense que votou nele para dirigir a nação, não o reconhecimento de uma
organização sub-regional. Adiantou que ele não é um chefe de estado a quem são
dados prazos para fazer algo, porque a Guiné-Bissau é um país como qualquer
outro e não existe país pequeno ou grande.
“Algumas
pessoas estavam a andar protegidas pela ECOMIB, de um lado a outro e quando
cheguei ao poder suspendi tudo e a ECOMIB está acantonada. A segurança das
Instituições da República será garantida por forças nacionais, não por
forças estrangeiras. Banalizamos o nosso país ao ponto de ministros de
outros países e presidente da Comissão de CEDEAO virem cá faltar ao respeito o
nosso chefe de estado, isso comigo não vai acontecer porque tenho conhecimento
sobre o funcionamento da organização, sem problemas”, garantiu.
O Presidente
da República informou que os acontecimentos registados na Guiné-Bissau são inaceitáveis
e inadmissíveis porque o antigo chefe de estado, José Mário Vaz, foi muito
passivo, até demais. Acrescentou que nunca mais a Guiné-Bissau sentir-se-á
representado tanto dentro como fora como desta vez, durante o seu mandato,
tirando as pessoas do envelope e colocando-as no caminho com ordem, disciplina
e progresso, combatendo a corrupção.
Questionado
sobre a utilização do Chá trazido de Madagáscar para o combate à Covid-19,
Sissoco Embaló disse que o Alto Comissariado para a Luta contra a Covid-19 é a
entidade responsável pelo Chá de Madagáscar, contudo sublinhou que o Chá teve
os seus resultados positivos em alguns países mais desenvolvidos que a
Guiné-Bissau nomeadamente Emirados Árabes Unidos, alguns países na Europa,
África, inclusive a Guiné-Bissau, através do médico Tumane Baldé.
Ainda sobre
insistência do Conselho de Segurança das Nações Unidas na nomeação de um
novo primeiro-ministro e na formação de um novo governo, em conformidade com a
Constituição da República e com os resultados das eleições legislativas de 10
de março de 2019, Embaló respondeu que as resoluções são atrasadas na medida em
que houve outra evolução.
Notabanca; 07.07.2020
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