terça-feira, 7 de julho de 2020

MINISTÉRIO PÚBLICO REALIZA FUNERAL DE DOZE CORPOS NÃO IDENTIFICADOS PELA POPULAÇÃO 
O Ministério Público realizou na terça-feira, o enterro  de 12 (doze) corpos não reclamados por familiares, que estavam há mais de um ano, outros há dois anos na morgue do Hospital Nacional Simão Mendes. 
Os corpos não foram identificados pelas várias pessoas que se deslocaram à morgue, mas também os malogrados não possuiam nenhuma peça de identificação. 
De acordo com as informações avançadas pelas autoridades, a maioria dos corpos foram encontrados já sem vida nas ruas, de onde foram levados para o hospital.

Um dos corpos é de um utente que terá ido a uma consulta no hospital Simão Mendes e que terá falecido, mas também não tinha nenhum documento que permitisse que fosse identificado.  

A diretora do Serviço do Laboratório da Medicina Legal da Polícia Judiciária, Badilé Paulo Sanca Cumba, considerou triste a situação dessas pessoas que foram sepultadas sem a presença dos familiares, pelo que apelou aos cidadãos guineenses no sentido de acatarem as orientações das autoridades de sempre se fazerem acompanhar de documentação de identificação e cuidarem e controlarem familiares com problemas de fórum  psicológico.

“Se não controlarmos e não cuidarmos de pessoas com problemas mentais, acabam por acontecer esse tipo de situações. É um problema que o sistema judicial pode até resolver de outra forma, mas devido à impossibilidade de fazer testes de ADN na Guiné-Bissau e também à falta de base de dados, diferentemente do que acontece em muitos  outros países em que, em situações de género,  recorre-se às bases de dados para descobrir a identidade e consequentemente os familiares”, lamentou para de seguida avançar que é chegada a hora de o Estado guineense equipar o sistema judicial. Por fim pediu a colaboração da população no sentido de denunciarem  e tentar saber do paradeiro de familiares.

Por sua vez, o coordenador do Vara Crime do Ministério Público, Herculano Domingos Sá, deixou mensagens de sensibilização à população no sentido de também  fazerem denúncias junto das autoridades judicias e nos órgãos da comunicação social, caso um familiar saia de casa e passada uma semana, não volte. Assim, para permitir que o Estado faça alguma coisa.

Assegurou que as autoridades precisam da colaboração das populações a fim de obter sucesso, tendo frisado que as instituições públicas deparam com enormes dificuldades para o cumprimento dos seus trabalhos, mas os funcionários utilizam a sua vontade e patriotismo para servir o país. 

Notabanca; 07.07.2020

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