A Associação Empresarial Portuguesa na Guiné-Bissau disse que os empresários portugueses no país estão com a atividade “muito afetada e limitada”, mas têm tentado manter os seus negócios, apesar das dificuldades provocadas pelo combate à covid-19.
“As empresas e empresários portugueses na Guiné-Bissau vêm a sua atividade
corrente muito afetada e limitada”, disse à Lusa Fernando Machado, presidente
da direção da Associação Empresarial Portuguesa na Guiné-Bissau. Prejuízo
Segundo Fernando Machado, há uma grande empresa portuguesa na Guiné-Bissau na área de serviços que, por exemplo, “viu a sua atividade reduzida em mais de 90%”.
“Mesmo com a redução da atividade corrente, os nossos empresários têm procurado manter os seus negócios, mas tal revela-se cada vez mais difícil, não apenas pela diminuição do volume de vendas, mas também devido à ausência de ligações aéreas com Portugal e as limitações de circulação dentro da própria Guiné-Bissau”, salientou.
A Guiné-Bissau regista 50 casos de contaminação por covid-19, três dos quais já foram dados como curados.
No âmbito do combate à pandemia, as autoridades do país declararam o estado de emergência, até 26 de abril, encerraram fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, paralisaram transportes urbanos e suburbanos e impuseram uma série de limitações e restringiram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 12:00.
“Em comparação com o que acontece em Portugal, os empresários aqui sofrerão provavelmente consequências ainda mais gravosas desta pandemia”, disse Fernando Machado, salientando que no país é muito difícil obter linhas de crédito para apoiar empresas em dificuldade e a própria legislação não ajuda.
A legislação da Guiné-Bissau não prevê, por exemplo, o sistema lay-off.
Fernando Machado destacou também que os empresários portugueses vão sofrer o impacto da suspensão da campanha de comercialização e exportação da castanha de caju, base da economia do país.
“Relacionada com a campanha de caju há um grande conjunto de atividades, muitas de capital português, que sofrerão um impacto ainda maior”, disse.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou já a covid-19 como uma “crise sem precedentes” para o continente africano, prevendo uma diminuição do rendimento per capita’ em 3,9%.
A diretora-nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental para a Guiné-Bissau, Helena Nosolini Embaló, afirmou à Lusa que o “choque” económico da crise sanitária no país pode ser mais profundo do que em outros países da sub-região.
As autoridades guineenses também admitem que o país poderá perder 1,5% do Produto Interno Bruto e o equivalente a 40 milhões de euros em pagamentos ao Tesouro Público.
A Associação Empresarial Portuguesa da Guiné-Bissau representa 70% do volume de negócios de empresários e empresas portuguesas no país.
Notabanca; 23.04.2020
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