quinta-feira, 26 de março de 2020

DIREÇÃO DA RÁDIO CAPITAL CONSIDERA ATAQUE AO JORNALISTA DO ÓRGÃO DE SER  MAIS UMA TENTATIVA DE SILENCIÁ-LOS 
Caros Guineenses,
Antes de mais, as nossas saudações fraternais.
A rádio Capital FM acaba de ser, uma vez mais, atacada na noite do dia 24 de março 2020, por um grupo de pessoas armado, não identificado, mas com uniforme militar.
O acto, que se considera covarde, aconteceu pouco mais das 23horas, vitimando o nosso colega jornalista, Serifo T. Camará, que acabava de editar o último jornal da noite.
Bom é dizer que a situação não é nova. Mudou-se apenas o modus operandi. Até aqui eram ataques verbais, tentativas de intimidações por vias judiciais, através de sucessivas notificações/queixas que a direção da Rádio Capital tem assistido nos últimos tempos.


Mas, hoje, da teoria aos factos, o nosso colega foi lavo de uma agressão física brutal, num país, que, a partida, considera-se estar, a deriva, com cenários imprevisíveis.

Em face desta condenável realidade, a Direção Executiva da Rádio Capital FM, não tem outra interpretação, se não afirmar, perentoriamente, que se trata de uma tentativa de silenciar uma das mais activas rádios da Guiné-Bissau, cuja missão assenta e assentará apenas na verdade e no rigor de informação.

Com o agravar da situação, viemos, por este meio, não só denunciar a perseguição de que estamos a ser alvo, desde 2017, por parte do então Primeiro-ministro, hoje autoproclamado Presidente da Republica, e, responsabilizar, por conseguinte, a quem de direito, para assumir as suas responsabilidades, com provas de que as nossas vidas, a liberdade de imprensa e de expressão, a cada dia que passa, devem ser rigorosamente preservadas e não postas em causa na Guiné-Bissau. Uma marca que seria penosa para um país que diz ser democrático.

Caros guineenses,

Na cronologia dos factos recentes, de citar que durante uma semana, três dos nossos colegas foram chamados a justiça, numa estratégia única de fazer-nos calar e submeter-se ao silêncio absoluto, quando o povo augura pela liberdade e autodeterminação.

Tal como havíamos referido, a Direção da Rádio Capital FM, através desta comunicação, renova ao conhecimento de todos os guineenses que esses condenáveis actos praticados por homens armados e com fardamentos militares, que põem em causa a integridade física de todo o pessoal, sejam levados severamente em conta e os seus presumíveis autores responsabilizados judicial e criminalmente, como, ironicamente, alguém disse, e bem, que a “Guiné-Bissau já não é uma república das bananas”.

E, se assim é, acreditamos que sim, exigimos uma resposta rápida e contundente sobre este caso, e de outros processos ainda pendentes na Policia Judiciária e no Ministério Publico, todos ligados a Radio Capital FM.

Aos ouvintes guineenses, de bons corações, agradecemos os vossos gestos de solidariedade de sempre, e tenham fé que isso vai passar e em breve.

A verdade triunfará sobre a mentira. A capital FM não vai fechar. Se vier a ser o caso, pela imposição factual, acreditem que não haverá mais rádios na Guiné-Bissau.
Está dito.

É a tal estratégia Matemática:

Me dá 1, te dou 1.

Obrigado a todos.
Direção Executiva.
Notabanca; 26.03.2020

1 comentário:

  1. Condenamos tudo que é prejudicial aos direitos fundamentais, mas tudo mesmo.
    De salientar que, temos de ser rigorosos em tudo quanto é atuação concernentes aos mesmos. A liberdade de imprensa é um direito fundamental, mas também, não é menos importante os restantes direitos fundamentais dos cidadãos, exemplo: direito a honra, imagem, ao bom nome etc. Por isso, sou da opinião de que quando se está no exercício direitos fundamentais, concretamente, a liberdade de imprensa, não se deve ultrapassar os limites normais impostos pela lei. Temos os nossos direitos fundamentais(Liberdade de imprensa) assim como outros têm os seus direitos fundamentais(direito a honra, imagem, ao bom nome etc), que quando forem postos em causa terão direito à uma ação judicial com vista a fazer valer os respetivos direitos direitos e isso não será perseguição, julgo eu.

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