terça-feira, 23 de julho de 2019

DESNUTRIÇÃO  CONTRIBUI PARA A MORTE DE 45 % DE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS
Um estudo sobre os Conhecimentos, Atitudes, Práticas e Motivações (CAPM), nas regiões de Oio, Bafatá, Gabu e Sector Autónomo de Bissau realizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), indica que a desnutrição aguda grave contribui com cerca de 45 por cento de casos de morte em crianças menores de cinco anos na Guiné-Bissau.
O Estudo refere que as crianças com desnutrição aguda grave têm maior risco de morte por doenças comuns na infância, tais como diarreia, pneumonia e malária, além disso afeta o desenvolvimento das crianças com efeitos de longa duração de vida, criando problemas de perda do potencial humano, a diminuição de habilidade, inteligência e a menor produtividade.


De acordo com Estudo entregue hoje à Agência de Notícias da Guiné, 17,0 por cento das crianças com menos de cinco anos no país, têm um peso abaixo do  ideal, sobretudo nas regiões de Oio com 20,0%, Bafata 23.9% e Gabu 19,4%.

O documento informa ainda que o baixo peso a nascença (2,5 kg) tem a ver com o mau estado nutricional e de saúde da mãe, e acrescenta que doenças como paludismo e a anemia, durante a gravidez, podem prejudicar o crescimento do feto e a sua sobrevivência.
Os referidos dados, apontam que entre 2011 e 2016 apenas 52.5 por cento de crianças são aleitadas duma forma exclusiva, o que significa que ainda há muitas crianças que antes dos 6 meses começam a ingerir alimentos sólidos.

 Acrescenta que as crianças dos 6 aos 59 meses, estão desnutridas sob diferentes formas, entre os quais 27,4 % tem um atraso de crescimento por causa da desnutrição crónica, 6,5% são emaciadas, devido desnutrição aguda e 17,5 por cento têm um défice ponderal que reflecte no emagrecimento agudo e crónico dependendo da região, mas com maior prevalência nas regiões de Gabu, Bafatá e Oio.

O Estudo refere que a desnutrição é causada por uma alimentação desadequada e que afecta as crianças dos agregados familiares mas pobres, nas zonas rurais, das mães pouco instruídas, desadequação dos cuidados prestados às mães e  crianças.

Por esta razão, o estudo recomenda as autoridades nacionais a melhoria de conhecimentos das mulheres sobre a alimentação assim como a mudança de comportamentos na escolha e consumo de sustento, ser activa na procura  de unidades sanitárias para consultas pré-natais.

“O parto e controlos do crescimento das crianças e atividades práticas para mostrar como preparar alimentos adequados na fase da alimentação complementaria com os produtos disponíveis e bem como preparar os alimentos nutritivos entre outras”, indica o estudo.

Em relação a prevalência de fraqueza, segundo o estudo, a taxa nacional é de 6,0 %, mas as regiões de Gabu, Bafatá e Oio situam-se acima da referida taxa com 7,6%,7,2% e 6,7% respectivamente.

A prevalência nacional de atraso de crescimento é de 27,6 por cento, sendo que as regiões de Gabu, Bafatá e Oio se situam, de novo acima dessa taxa nacional com 35,3%, 34,0% e 30,1% respectivamente.

Destaca  que a desnutrição crónica afecta mais as áreas rurais com 30,1 por cento contra os 20,6 por cento das  áreas urbanas.

Quanto à saúde materna e infantil, conforme o estudo, nos últimos 15 anos houve uma melhoria significativa dos indicadores de mortalidade infanto-juvenil na Guiné-Bissau. Contudo a busca de cuidados de saúde ou de profissionais pelos pais é baixa, com 46,8 % para diarreia, 34,3 % para infecção respiratória aguda e 51,2 por cento para febre.

Por fim, o estudo indica a pobreza generalizada afecta  cerca 70 por cento da população, o analfabetismo e o baixo nível de instrução da mãe, o estatuto social da mulher, sobretudo nas comunidades rurais, o nível de infraestruturas socioeconómico, a insuficiência de recursos humanos qualificados em nutrição, o contexto social, económico político, foram entre outros identificados como factores profundos da malnutrição no país.
Notabanca; 23.07.2019


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