Um estudo sobre os Conhecimentos, Atitudes, Práticas e Motivações (CAPM), nas regiões de Oio, Bafatá, Gabu e Sector Autónomo de Bissau realizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), indica que a desnutrição aguda grave contribui com cerca de 45 por cento de casos de morte em crianças menores de cinco anos na Guiné-Bissau.
O Estudo
refere que as crianças com desnutrição aguda grave têm maior risco de morte por
doenças comuns na infância, tais como diarreia, pneumonia e malária, além disso
afeta o desenvolvimento das crianças com efeitos de longa duração de vida,
criando problemas de perda do potencial humano, a diminuição de habilidade,
inteligência e a menor produtividade.
De acordo
com Estudo entregue hoje à Agência de Notícias da Guiné, 17,0 por cento das
crianças com menos de cinco anos no país, têm um peso abaixo do ideal, sobretudo nas regiões de Oio com
20,0%, Bafata 23.9% e Gabu 19,4%.
O
documento informa ainda que o baixo peso a nascença (2,5 kg) tem a ver com o
mau estado nutricional e de saúde da mãe, e acrescenta que doenças como paludismo
e a anemia, durante a gravidez, podem prejudicar o crescimento do feto e a sua
sobrevivência.
Os
referidos dados, apontam que entre 2011 e 2016 apenas 52.5 por cento de
crianças são aleitadas duma forma exclusiva, o que significa que ainda há
muitas crianças que antes dos 6 meses começam a ingerir alimentos sólidos.
Acrescenta que as crianças dos 6 aos 59 meses,
estão desnutridas sob diferentes formas, entre os quais 27,4 % tem um atraso de
crescimento por causa da desnutrição crónica, 6,5% são emaciadas, devido
desnutrição aguda e 17,5 por cento têm um défice ponderal que reflecte no
emagrecimento agudo e crónico dependendo da região, mas com maior prevalência
nas regiões de Gabu, Bafatá e Oio.
O Estudo
refere que a desnutrição é causada por uma alimentação desadequada e que afecta
as crianças dos agregados familiares mas pobres, nas zonas rurais, das mães
pouco instruídas, desadequação dos cuidados prestados às mães e crianças.
Por esta
razão, o estudo recomenda as autoridades nacionais a melhoria de conhecimentos
das mulheres sobre a alimentação assim como a mudança de comportamentos na
escolha e consumo de sustento, ser activa na procura de unidades sanitárias para consultas
pré-natais.
“O parto
e controlos do crescimento das crianças e atividades práticas para mostrar como
preparar alimentos adequados na fase da alimentação complementaria com os
produtos disponíveis e bem como preparar os alimentos nutritivos entre outras”,
indica o estudo.
Em
relação a prevalência de fraqueza, segundo o estudo, a taxa nacional é de 6,0
%, mas as regiões de Gabu, Bafatá e Oio situam-se acima da referida taxa com
7,6%,7,2% e 6,7% respectivamente.
A
prevalência nacional de atraso de crescimento é de 27,6 por cento, sendo que as
regiões de Gabu, Bafatá e Oio se situam, de novo acima dessa taxa nacional com
35,3%, 34,0% e 30,1% respectivamente.
Destaca que a desnutrição crónica afecta mais as
áreas rurais com 30,1 por cento contra os 20,6 por cento das áreas urbanas.
Quanto à
saúde materna e infantil, conforme o estudo, nos últimos 15 anos houve uma
melhoria significativa dos indicadores de mortalidade infanto-juvenil na
Guiné-Bissau. Contudo a busca de cuidados de saúde ou de profissionais pelos
pais é baixa, com 46,8 % para diarreia, 34,3 % para infecção respiratória aguda
e 51,2 por cento para febre.
Por fim,
o estudo indica a pobreza generalizada afecta
cerca 70 por cento da população, o analfabetismo e o baixo nível de
instrução da mãe, o estatuto social da mulher, sobretudo nas comunidades
rurais, o nível de infraestruturas socioeconómico, a insuficiência de recursos
humanos qualificados em nutrição, o contexto social, económico político, foram
entre outros identificados como factores profundos da malnutrição no país.
Notabanca; 23.07.2019
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