O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) afirmou hoje que pagar salários à tempo aos funcionários deve ser prioridade de qualquer que seja Governo.
Júlio Mendonça, em entrevista ao ANG, em reacção ao atraso no pagamento de salários dos funcionários da função pública, referente ao mês de Março findo, disse que já avisaram ao executivo de que podem tolerar tudo menos o não pagamento de salários.
“Por isso, desde a semana passada estamos a advertir de que, se o Governo não pagar salários até o final da semana em curso, vamos entregar um pré-aviso de greve, e cuja paralisação vai durar até a entrada em função do novo Executivo, “avisou.
Mendonça
disse que não vale a pena trabalhar sem ser remunerado uma vez que o executivo
liderado por Aristides Gomes preocupa só com o seu luxo , para deixar a dívida.
“Por isso reafirmo que a UNTG não vai permitir isso”.
Para o
sindicalista, o Governo dispõe de tempo suficiente para pronunciar e explicar
aos funcionários o que é que está por detrás do grande atraso verificado no
pagamento do ordenado do mês de Março do ano em curso.
Mendonça salientou que não se pode continuar a
criar, em vão, expectativas às pessoas ou seja, os trabalhadores a sacrificar e
os governantes a viajar sem soluções.
Disse que
não se sabe o que levam, mas que, de certeza, não trazem nada que beneficia o
país.
Júlio
Mendonça qualificou a decisão do Governo de pagar certos funcionários em
detrimento de outros, de “maior
injustiça”, e disse que isso só é feito por alguém que não tem sentido de
Estado, “porque uma pessoa ou governante responsável não ia promover esta
injustiça”.
O
secretário-geral da UNTG se referia ao facto de alguns bancos terem pagos os
funcionários que recebem seus salários nesses bancos enquanto outros bancos
não.
“Há indícios
claros de que este Governo praticou corrupção e esperamos que o Tribunal de
Contas, o Ministério Público através da Polícia Judiciária venham a ter a
coragem de fazer uma auditoria no Ministério das Finanças para confirmar que
este executivo é constituído de assaltantes às coisas públicas e que estão a
aproveitar-se dos últimos dias no Governo para delapidar a coisa pública, o que
incapacitou o Governo de pagar os salários “,frisou.
Falando em
relação ao eventual frente única com a Confederação Geral dos Sindicatos
independentes (CGSI-Guiné-Bissau), Mendonça disse que desde a entrada em função
da nova direção, a UNTG tem vindo a
entabular contactos no sentido das duas organizações da defesa dos
trabalhadores juntarem estratégias para poderem andar juntos, uma vez que a
união faz a força.
Mendonça
disse que, lamentavelmente, isso não foi possível e que tiverem que fazer as
paralisações sozinhas.
Recordamos
que, equipa de Notabanca escolheu Júlio Mendonça como figura do ano 2018, pela
conquista alcançado no reajusto salarial aos funcionários públicos da
Guiné-Bissau.
Notabanca;
16.04.2019
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