A polícia judiciária guineense confirmou à DW África a execução da operação "Red Line", lançada em Dezembro e que visa combater o tráfico de passaportes da Guiné-Bissau, principalmente a venda de passaporte diplomático.
Segundo a DW-África, são passaportes vendidos à estrangeiros, muitas vezes envolvidos com o crime organizado.
A PJ
guineense, segundo a Voz de Alemanha, tem em posse uma longa lista de cidadãos
estrangeiros: de Alemanha, Nigéria, Rússia, Espanha, França, Togo, China,
Emirados Árabes Unidos, entre outros países, que terão comprado, de forma
ilegal, os passaportes guineenses.
Uma fonte
da PJ revelou que nos últimos anos, a prática decorreu com frequência,
citando o caso de um cidadão francês que recebeu o passaporte diplomático
guineense há um ano, e que neste momento está a ser investigado em França pela
secreta local.
As
denúncias foram feitas há anos, mas nunca nenhum implicado foi levado à
justiça, apesar de vários casos que indiciam essa prática criminosa, que
alegadamente envolve altas figuras do Estado guineense.
A rádio
alemã cita Domingos Correia, director-geral adjunto da polícia judiciária, como
tendo afirmado que as investigações e a operação continuarão.
"Confirma-se
que foi lançada a operação 'Red Line'
para investigar diversas denúncias a que a PJ teve acesso sobre o tráfico de
passaportes da Guiné-Bissau, em especial o passaporte diplomático. Estamos na
fase operacional e, devido aos imperativos de segredos que cobrem a
investigação, não estamos em condições de dar mais detalhes. Mas os trabalhos
estão em curso", explicou.
No início
da operação "Red Line", a PJ deteve, por algumas horas, responsáveis
da INACEP, imprensa nacional, responsável pelo banco de dados de passaportes e
bilhetes de identidade guineense, cujo servidor central se encontra na
Eslováquia.
Confrontado
com a situação pela DW, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
Internacional, João Butiam Có, nega que haja tráfico de passaportes e afirma
que tudo está sob controlo.
"Posso
garantir que nunca tivemos todo o controlo de passaportes como agora na
Guiné-Bissau. Podem fazer a operação e espero bem que divulguem os resultados
para que os guineenses fiquem a saber do bom trabalho que estamos a fazer. Não
há tráfico de passaportes - nem diplomático ou de serviço -, por isso, estamos
completamente à vontade", disse.
De acordo com
DW, PJ manifesta a sua determinação em continuar o combate à emissão
ilegal dos documentos da Guiné-Bissau aos cidadãos estrangeiros para facilitar
os seus negócios.
Nas redes
sociais, cidadãos anónimos postaram cópias de inúmeros passaportes diplomáticos
emitidos aos asiáticos e europeus, que entretanto, nunca conheceram a
Guiné-Bissau.
Notabanca;
12.01.2019
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