O jornalista Ahmed Hussein, que participou numa vasta investigação sobre corrupção no futebol africano, foi morto a tiro quarta-feira ao fim do dia quando regressava a casa em Accra, capital do Gana, avança a agência France-Presse.
A equipa de que fazia parte era liderada pelo célebre
jornalista Anas Aremeyaw Anas, que revelou o escândalo de corrupção e jogos
combinados e que levou a pesadas sanções por parte das instância de futebol de
internacional.
Um polícia
explicou de forma anónima à AFP que o jornalista foi atingido por balas no
peito e no pescoço, ainda dentro do seu carro, por homens que ainda não foram
identificados.
Ahmed
Hussein tinha recentemento feito uma queixa contra um deputado do partido no
poder e difundiu a sua foto na televisão, prometendo uma recompensa a quem lhe
batesse.
A
investigação liderada pelo jornalista Anas Aremayaw Anas "Number 12"
de junho de 2018 foi divulgada pela BBC. Envolveu quase dois
anos de filmagens mas chegou a ser criticado pela maneira como conduziu a
investigação.
Foi o
próprio jornalista e a sua equipa que aliciaram vários árbitros e agentes
ligados ao futebol com dinheiro.
Estes
presentes monetários eram sempre oferecidos antes de um jogo em casa ou em
partidas internacionais. Segundo a emissora britânica, não é certo que algum
dos encontros tenha sido influenciado pelos árbitros que receberam o dinheiro.
Outro dos
visados foi Kwesi Nyantakyi, presidente da Associação Ganesa de Futebol,
vice-presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) e membro do Conselho
da FIFA.
O alto
dirigente foi filmado a receber 65 mil dólares (cerca de 55 mil euros) da
equipa de jornalistas, como "dinheiro para as compras", e a colocar
as notas num saco de plástico.
O
"doador" era um alegado empresário do Médio Oriente que queria
investir no futebol ganês.
Na sequência
do escândalo, mais de 50 árbitros africanos foram suspensos pela CAF.Notabanca; 18.01.2019
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