O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, iniciou hoje uma reunião com as autoridades eleitorais, partidos políticos e sociedade civil para o primeiro-ministro explicar as razões para o adiamento das legislativas, marcadas para 18 de novembro.
“Na semana passada, o primeiro-ministro veio dizer-me que por razões várias – é a ele que compete explicar – não é possível ir às urnas no próximo dia 18 de novembro”, afirmou o chefe de Estado, numa intervenção no início do encontro.
O Presidente esclareceu que o primeiro-ministro lhe apresentou um conjunto de documento e que está presente na reunião porque é a “ele que compete explicar os fundamentos para a transferência das eleições que estavam marcadas para dia 18 para outra data”.
“Penso que se falarmos direito, na unidade e amizade encontraremos uma saída para a atual situação”, afirmou o chefe de Estado guineense.
O Presidente guineense também afirmou que se deve encontrar uma solução
interna e não uma que “venha de fora”.
“Quando há problemas em outros países não somos convidados para as ir
dirimir e eu penso que temos capacidades e determinação como filhos da Guiné
para encontrarmos uma solução”, afirmou.
No encontro não participam os partidos com assento parlamentar com exceção
do Partido de Renovação Social (PRS), segunda maior força política do país.
Numa carta, lida por José Mário Vaz, o Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) explicou a sua ausência do encontro
com o facto de estar no Governo, que já apresentou um relatório sobre o
recenseamento eleitoral.
O processo eleitoral para as legislativas, marcadas para 18 de novembro na
Guiné-Bissau, tem sido bastante criticado pelos partidos políticos e pela
sociedade civil, principalmente o recenseamento, que começou atrasado a 20 de
setembro.
Recentemente, o Governo anunciou que o recenseamento eleitoral se deveria prolongar
até 20 de novembro e terminar dois dias depois da data marcada para a
realização das legislativas, que deverão ter de ser adiadas.
A nova data das eleições legislativas ainda não foi confirmada, mas fontes
ligadas ao processo admitem dois cenários, nomeadamente eleições em meados de
dezembro ou em finais de janeiro de 2019. Disse O Democrata.
No início de outubro, o Presidente da Guiné-Bissau já tinha feito uma
reunião idêntica para perceber as críticas ao processo de recenseamento
eleitoral em curso no país, tendo pedido para haver mais diálogo.
Notabanca; 30.10.2018
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