"A
realidade é que estamos falando de um país concreto e de problemas concretos.
Não reconhecer que a Guiné-Bissau atravessa um momento decisivo em que não
podemos continuar a brincar aos “pensadores”, querendo com isso significar a
nossa capacidade de inventar todo o tipo de teorias para justificar qualquer
posicionamento político é de uma irresponsabilidade tamanha só comparável ao
não reconhecimento da oportunidade histórica que vivemos.
Em Abril de
2014 pusemos fim à transição forçada pelo golpe de há então dois anos.
Implementámos um ambicioso programa de recuperação económica e demos confiança
aos guineenses. Chegámos a Março de 2015 e a comunidade internacional se
alinhou ao desígnio nacional de dar uma oportunidade à Guiné-Bissau, falando do
nosso país com adjectivos como “a new and fresh depart”, “terra ranka” ou “sol
na bin yardi”, e com este espírito positivo, angariámos uma promessa de ajudas
sem precedentes.Como é que se pode manter-se “preso às razões de Cacheu” para justificar pôr em causa tudo o que animou a esperança, crença e confiança de um povo e dos seus parceiros. Isto é um crime que pode ainda não ter qualificação, mas que o povo não deixará de julgar e punir na justa medida dos prejuízos que insistem em causar."
*in PAIGC, Crise ou Oportunidade? © 2016
Notabanca; 12.08.2018
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