O Presidente da Inspecção Superior de Luta Contra Corrupção na Guiné-Bissau (ISLCC), disse hoje que a medida de controlos de fundos do Estado adotado pelo Primeiro-ministro Aristides Gomes, só vai atenuar a corrupção nas instituições estatais.
Francisco Benante, em entrevista exclusiva à ANG, considera que a corrupção no aparelho de Estado não pode ser combatida somente desta forma, salientando que é necessário ter um efeito geral e benéfico para o país.
A forma mais correcta de combater a
corrupção, de acordo com Benante, é de unir esforços de todos os órgãos de
soberania no sentido de fazer uma frente consistente com uma colaboração séria
para eliminar este flagelo que tornou moda na Guiné-Bissau.
Segundo Benante, a medida implementada
pelo Primeiro-ministro só vai diminuir por um determinado período de tempo, ou
seja quando ele deixar de exercer o cargo, essa situação voltará de novo na
mesma como antes se não for seguido pelo novo executivo que sairá das eleições.
O Inspector Superior de Luta contra a
Corrupção disse que para combater esse mal na nossa nação é preciso limpar tudo
na mente das pessoas com medidas básicas e sustentáveis, baseadas na educação e
sensibilização da saciedade guineense.
"Como podemos fazer frente a
corrupção sem meios necessários para o combate" questionou.
O Estado deve dotar a Inspecção Superior
de Luta Contra Corrupção de meios precisos para combater esse mal no país
inteiro.
Declarou que actualmente a Inspecção
Superior de Luta Contra Corrupção conta com 15 funcionários, sem orçamento
próprio e vive de parte do orçamento do Conselho Administrativo da Assembleia
Nacional Popular.
Para um serviço completo, prosseguiu, a
instituição precisa de 300 funcionários para cobrir todos os sectores do país,
para controlar todas as receitas e despesas do Estado.
"O Estado guineense criou ISLCC
pela farsa de tentar enganar a comunidade internacional, que na verdade está a
enganar a si mesmo" diz Francisco Benante.
O novo governo tem estado a implementar
novas medidas de controlo das receitas e das despesas em empresas e institutos
autónomos tutelados pelo estado , nomeadamente por via de cotitularização das
suas contas bancárias com o Tesouro Público.
Contrariamente a moda antiga, agora
todas as movimentações financeiras desses institutos e empresas estatais são
submetidas a aprovação de uma comissão de controlo criada para o efeito.
Notabanca; 30.05.2018
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