quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

CARLOS GOMES JÚNIOR REGRESSA AO PAÍS APÓS CINCO ANOS DE EXÍLIO
“Sou empresário, fiz a política ativa desde 94, como deputado, eu não tenho compromisso com ninguém, entenderam que devia voltar para o meu país, eu estou cá. É minha terra,” diz Cadogo.
Cidadão, Carlos Gomes Júnior (Cadogo-filho) regressou esta tarde de quinta-feira ao país, depois de mais de cinco anos do exílio em Portugal.
Nas suas primeiras declarações aos jornalistas no Aeroporto de Bissau, Carlos Gomes Júnior afirma que não tem compromisso político com ninguém e pede um diálogo sério entre os políticos como forma de encontrar soluções para atual crise.
Cadogo júnior disse que os antigos combatentes da liberdade da partia já fizeram os seus trabalhos, mas, os continuadores da obra de Amílcar Cabral não souberam alavancar o desenvolvimento do país. 
De recordar que, Carlos Gomes Júnior exilou em Portugal, na sequência do golpe militar de 12 de Abril de 2012.
Enquanto isto, os familiares dos malogrados Nino Vieira, Tagme Na Waie, Baciro Dabó, Hélder Proença, Roberto Ferreira Cacheu não vêm com bons olhos o regresso de Cadogo-filho.
A posição da família dos falecidos consta duma carta dirigida ao Procurador-geral da República e a que a Bombolom FM teve acesso.


O ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, regressado hoje a Bissau depois de cinco anos a residir entre Portugal e Cabo Verde, apelou hoje ao diálogo para ultrapassar a crise que afeta o país nos últimos anos.
Gomes Júnior, cujo governo foi deposto pelos militares a 12 de abril de 2012, disse, em curtas declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, que se sentia feliz "pelo calor humano" de milhares de guineenses que o acolheram e seguiram um cortejo que o acompanhou até um hotel onde vai ficar hospedado.

Visivelmente emocionado, o antigo primeiro-ministro, que apareceu com o seu tradicional gorro castanho na cabeça, disse estar disposto a ajudar a promover o diálogo visando a reconciliação entre os guineenses.

"Eu estou disposto. Eu sou empresário, mas estou na política ativa desde 1994, enquanto deputado, dirigente do parlamento, presidente do PAIGC durante 12 anos. Hoje estou cá para abraçar os meus irmãos, arranjar a via do diálogo, encorajá-los", observou Carlos Gomes Júnior.

Assumindo-se "sem compromissos com ninguém", afastou, para já, qualquer candidatura a cargos públicos eletivos, mas salientou que a nova geração de políticos tem responsabilidades com o mundo e com a geração vindoura no país.
Disse ser triste que as divergências estejam a impedir o progresso de um país que afirmou ter potencialidades.

"O nosso país é rico, tem capacidades, tem competências. É preciso que nos possamos sentar, falar, dialogar e arranjar o melhor caminho que seja propício para as gerações vindouras poderem trabalhar", defendeu Gomes Júnior.

Enalteceu "a coragem e a valentia dos antigos combatentes", durante a luta armada contra a dominação colonial e repudiou que os "continuadores de Cabral" não estejam a conseguir dirigir o país, numa referência ao "pai" das independências da Guiné e Cabo Verde.

Carlos Gomes Júnior sublinhou ter voltado para ficar, rever a sua família, sobretudo o seu pai, Carlos Domingos Gomes, de 98 anos, dentro da diversidade, porque, disse, os guineenses "não são iguais", podendo cada um estar no seu partido, se for o caso.

Um cortejo de milhares de pessoas acompanhou, a pé, Carlos Gomes Júnior, que se fazia transportar numa carrinha de caixa aberta, do aeroporto ao hotel, ao som da música e cânticos de apoio ao político, ao longo de cinco quilómetros.

Dezenas de polícias acompanharam o cortejo. Ao chegar ao hotel, Gomes Júnior, que se fazia acompanhar dos familiares amigos e elementos da comissão da sua receção, recolheu-se, deixando de lado de fora uma autêntica festa ao ar livre com música ao vivo.

Notabanca; 18.01.2018

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