LIGA DENUNCIA "TENTATIVA INTIMIDAÇÃO" CONTRA BUBACAR TURÉ NO AEROPORTO
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos (LGDH) acaba de denunciar que o seu presidente, Bubacar Turé,
que viajou esta terça-feira (05.08) para Portugal, "foi alvo de tentativa
de intimidação" no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, antes de partir.
Em comunicado entregue à CFM, a organização dos direitos humanos descreve o episódio como "grave" e violador das normas constitucionais.
A LGDH diz que Bubacar
Turé foi retido várias horas no Osvaldo Vieira, após o seu passaporte ser
confiscado por elementos dos serviços de Migração e Fronteiras.
Eis, na íntegra, o
comunicado da Liga Guineense dos Direitos.
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos tomou conhecimento, com enorme surpresa e preocupação, que o
seu Presidente, Dr. Bubacar Turé, foi alvo de um ato arbitrário, hoje, 05 de
agosto de 2025, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, quando
agentes do Serviço da Imigração tentaram, de forma abusiva, impedir a sua
viagem, confiscando-lhe o passaporte e mantendo-o retido durante várias horas
sem qualquer justificação legal.
Trata-se de um episódio
absolutamente grave, que configura uma clara tentativa de intimidação de um
defensor dos direitos humanos, e que viola frontalmente as normas
constitucionais e os compromissos internacionais assumidos pelo Estado da
Guiné-Bissau em matéria de direitos humanos e liberdades fundamentais.
O direito de ir e vir
está consagrado na Constituição da República da Guiné-Bissau e não existem
quaisquer processosjudiciais ou limitações legais que impeçam o Presidente da
LGDH de se deslocar livremente dentro ou fora do território nacional. Neste
sentido, a atuação das autoridades policiais constitui uma grave afronta ao
Estado de Direito Democrático, e revela uma preocupante deriva autoritária de
setores do aparelho do Estado.
A LGDH alerta para o
risco crescente de normalização de práticas intimidatórias contra ativistas e
organizações da sociedade civil, num contexto já marcado por restrições à
liberdade de expressão, perseguições e tentativas de criminalização do trabalho
de promoção e defesa dos direitos humanos.
Apesar da flagrante
ilegalidade da ação, após insistentes exigências e contactos institucionais, o
passaporte do Presidente da LGDH foi finalmente restituído, e a sua viagem
autorizada.
Perante o exposto, a
Direção nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos manifesta o seu mais
veemente repúdio contra o ato arbitrário ocorrido na manhã de hoje e exige:
Uma explicação pública
e formal das autoridades competentes sobre os motivos deste ato abusivo;
A abertura imediata de
um inquérito para apurar os responsáveis por esta flagrante violação de
direitos fundamentais;
Garantias plenas de que
episódios semelhantes não se voltarão a repetir, sob pena de aprofundamento da
erosão das liberdades públicas no país.
A LGDH responsabiliza
as autoridades guineenses pela integridade e segurança do Presidente da
instituição e dos seus pertences e reafirma que não se deixará intimidar e
continuará a desempenhar, com firmeza e coragem, a sua missão de defesa
intransigente dos direitos humanos, da justiça social e da democracia na
Guiné-Bissau.
Pela Paz, Justiça e
Direitos Humanos.
Bissau, 05 de Agosto de 2025

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