EDUCAÇÃO SAÚDE E JUSTIÇA REINA A PENÚRIA. É SALVA QUEM PODER RETRATO DO REGIME GUINEENSE EM DECLÍNIO
Na Guiné-Bissau, a crise nos sectores sociais atinge um novo pico de gravidade insalubre. As constantes greves nos sectores da Educação da Saúde e da Justiça tornaram-se uma expressão clara da falência do Estado e da total incapacidade do atual Executivo em garantir os serviços públicos essenciais que sustentam uma sociedade minimamente funcional e justa.
Neste momento, os estudantes—vítimas diretos do colapso do sistema educativo— vêem-se obrigados a sair às ruas para exigir aquilo que deveria ser um direito garantido: O acesso a uma educação pública de qualidade e ininterrupta. A resposta do regime, contudo, tem sido a repressão violenta e a intimidação. As forças policiais têm sido mobilizadas não para proteger os cidadãos, mas para silenciar qualquer voz crítica. Muitos jovens têm sido detidos arbitrariamente, simplesmente por ousarem denunciar publicamente a incompetência, através de palavras de ordem contra o Governo.
A situação é ainda mais revoltante quando se observa o contraste gritante entre a negligência crónica dos sectores sociais e o esbanjamento descarado de recursos públicos em luxos e conveniências políticas. Enquanto as escolas permanecem fechadas parcialmente, justiça no ritmo de ziguezague, os hospitais operam em condições desumanas–de-salva-quem-poder.
Nesta dinâmica, o Presidente guineense é criticado de continuar a multiplicar viagens dispendiosas ao estrangeiro, muitas vezes sem resultados palpáveis para o país. Além disso, indicam que, não é segredo que avultadas somas do erário público estão a ser canalizadas para campanhas políticas, eventos partidários e manobras de propaganda destinadas a sustentar artificialmente um poder cada vez mais contestado e isolado.
Pior ainda, a oposição política tem sido alvo de perseguições sistemáticas, com as suas atividades proibidas de forma ilegal e abusiva, numa clara violação dos princípios democráticos e das liberdades fundamentais consagrados na Constituição da Republica, visando simplesmente, consolidar um regime acusado de incapacidade de apresentar soluções reais para os problemas do país, mas eficiente na repressão e na manipulação institucional.
A falência da governação manifesta-se todos os dias nas vidas dos cidadãos: crianças fora da escola, doentes sem atendimento adequado, falta de oxigénio no hospital Simão Mendes, falta de justiça, profissionais desmotivados e desrespeitados, jovens sem futuro promissor. Em suma, não há política pública digna desse nome, apenas uma gestão centrada na sobrevivência do poder, à custa do sofrimento coletivo.
Nesta conjuntura, impõe-se uma reflexão nacional séria e urgente. A Guiné-Bissau não pode continuar refém de um regime que falha em todas as frentes essenciais e que responde à crise social com autoritarismo e cinismo. O povo guineense tem direito a um Estado funcional, justo e responsável. Esse direito deve ser exercido—com inteligência, coragem, com organização e com uma exigência inegociável para uma mudança real.
Por: Lai Baldé-jornalista Editor Chefe de Notabanca
Notabanca; 26.06.2025

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