PRESIDENTE SISSOCO DEFENDE UMA POLÍCIA JUDICIÁRIA DE COMBATE À CRIME E NÃO DE POLÍTICA
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, defendeu que quer uma Polícia Judiciária (PJ) fora da arena política para poder combater a corrupção, crimes e moralizar a sociedade.Umaro Sissoco Embaló fez essa chamada de atenção esta quarta-feira, 12 de março de 2025, no ato comemorativo do quadragésimo segundo aniversário da Polícia Judiciária da Guiné-Bissau, sob o lema: a Polícia Judiciária face aos desafios da transformação digital.
No seu discurso, Umaro Sissoco Embaló afirmou que a Polícia Judiciária
“é o pulmão” do Estado e apoia no combate à corrupção e na proteção
dos cidadãos e disse que um dos desafios das atuais autoridades é colocar as
instalações da Política Judiciária em todo o território nacional.
“Esperamos por mais de 50 anos…vamos continuar a trabalhar. Vamos alugar
casas nas regiões para abrir novas instalações. A Polícia Judiciária é uma
polícia de investigação, a única. Não podemos esperar por mais nada, nem por
uma sede nacional de raiz. Temos que chegar às regiões. Temos uma sede em
Bafatá e são pequenos passos que nos podem levar onde queremos realmente
chegar”, disse, lembrando que tempos atrás, essa corporação funcionou em
coabitação com os comissariados da Polícia da Ordem Pública locais.
O chefe de Estado elogiou os esforços da Polícia Judiciária, tendo
desafiado os elementos deste órgão de investigação criminal do país a
trabalharem de mãos dadas com o Presidente da República.
Desde que fui eleito Presidente da República fiz da PJ um instrumento
importante para o desenvolvimento do país, porque “quando um país carece de
recursos humanos, a única alternativa é a Polícia Judiciária”.
“Se decidirmos combater a corrupção e o crime organização, teremos apoios
necessários dos nossos parceiros e na capacitação dos nossos elementos da PJ”,
assegurou.
DOMINGOS CORREIA: “PJ TEM SIDO PILAR FUNDAMENTAL NO COMBATE À
CRIMINALIDADE”
Por sua vez, Domingos Monteiro Correia, o Diretor Nacional da Polícia
Judiciária da Guiné-Bissau, entendeu que há necessidade de aumentar o fundo de
investigação criminal para garantir a agilidade e autonomia das operações da
Polícia Judiciária.
Domingos Monteiro Correia lembrou que por 42 anos a PJ tem sido um “pilar”
fundamental no combate à criminalidade e na defesa do estado de direito
democrático na Guiné-Bissau.
“Desde a sua criação enfrentamos inúmeros desafios desde a consolidação da
nossa autonomia até às complexidades da criminalidade transnacional. Superamos
obstáculos e construímos uma instituição que, apesar dos seus parcos meios, tem
contribuído de forma decisiva e significativa para a segurança e justiça no
nosso país”, enfatizou.
O Diretor Nacional da PJ defendeu que a transformação digital não é uma opção,
sim uma necessidade imperiosa e que a PJ tem de estar na vanguarda dessa
mudança, porque o mundo em que a PJ atua está em constante mutação e a
criminalidade adapta-se às novas tecnologias, utilizando-as para cometer
delitos cada vez mais sofisticados como os cibercrimes, o branqueamento de
capitais, o tráfico de seres humanos, a fraude fiscal, entre outros crimes.
Disse que esses desafios exigem uma mudança de mentalidades, razão pela
qual é fundamental promover as inovações e a formação contínua dos agentes para
que todos os técnicos possam estar à altura de lidar com os desafios do século
XXI, tendo sublinhado que a construção de uma sede nacional de raiz da Polícia
Judiciária é uma prioridade incontornável.
“Uma sede moderna e funcional permitirá descentralizar as operações,
melhorar a coordenação entre as equipas e oferecer um ambiente
digno de trabalho aos nossos profissionais”, frisou, para de
seguida apelar ao reforço do fundo de investigação criminal, pois
“investir na investigação criminal é investir na segurança dos cidadãos, na
proteção da economia e no estado de direito democrático”.
Notabanca, 12.03.2025
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