PAÍS EM GREVE DE CINCO DIAS NA EDUCAÇÃO E SAÚDE
Há um ano, precisamente a 23 de março de 2024, surgia a Frente Popular, um movimento de guineenses de diferentes segmentos sociais e profissionais, convergidos em torno de um ideal fundador assente na defesa intransigente dos valores da República conquistada no brio de uma luta heróica do povo africano da Guiné-Bissau sob a liderança exemplar e visionária de Amílcar Cabral.Um ano depois, esse ideal contínua a ser a razão da nossa existência, a chama das nossas acções de luta sem complacência em prol do resgate das conquistas democráticas através da restauração da normalidade constitucional, da primazia da vontade popular, condições essenciais para uma governação responsável sob o prisma de um novo contrato social que reflita as profundas aspirações do povo guineense.
Em diversas ocasiões, no uso dos direitos consagrados na Constituição da
República, nomeadamente os direitos de reunião e manifestação, centenas de
membros da Frente Popular foram alvo da brutalidade de milícias do regime cruel
cujo mandato expirou no dia 27 de fevereiro último.
A violência, a perseguição e as chantagens não afetaram de maneira nenhuma a
nossa determinação em lutar até ao derrube completo do regime em deriva,
libertar o povo guineense da fome, do divisionismo, da anarquia institucional e
restituir a esperança de uma Nação una e próspera.
Consciente da sua responsabilidade patriótica e vinculada aos princípios que
nortearam a sua criação, a Frente Popular faz uso deste meio para:
1- Reiterar o seu inabalável compromisso em prosseguir a luta popular com
determinação até ao derrube total do regime autocrático, mafioso e dictatorial,
à deriva na Guiné-Bissau.
2- Reiterar o apelo a todas as forças vivas da nação para largos consensos e
maior convergência nacional em prol de um salto patriótico contra a ditadura,
contra os seus ideólogos assumidos ou disfarçados e contra os seus padrinhos
externos.
3- Instar a Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular a desencadear
com celeridade, nos próximos dias, um diálogo sério para obtenção de largos
consensos com vista à formação de um governo transitório cuja principal missão
é conduzir o país à normalidade constitucional e democrática e abolir a
anarquia institucional em vigor.
4- Manifestar a determinação em combater a cumplicidade interna e externa a
favor da ditatura na Guiné-Bissau.
5- Repudiar manobras tendentes a perpetuar o ciclo de impunidade crónica no
nosso país e informar a opinião pública nacional e internacional que ações
judiciais contra os crimes cometidos pelo regime criminoso caduco em deriva
estão em fase muito avançada e brevemente os seus autores materiais e morais
serão notificados pelas instâncias competentes.
6- Apelar ao povo guineense, à juventude em particular, para responder ao
chamamento à luta séria nos próximos dias contra a ditadura e consequente
desmantelamento das suas redes criminosas.
7- Lembrar mais uma vez às forças armadas a sua missão constitucional e
exortá-las a abandonar a conivência com o regime ditatorial e assumir a postura
do respeito aos princípios da legalidade democrática e soberania popular.
Viva a República!
Viva a Democracia!
Viva a Unidade Nacional!
Republika i anos!
Bissau, 23 de março de 2025
A Coordenação
Notabanca; 24.03.2025
Notabanca; 24.03.2025
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