COMISSÃO PERMANENTE DO PARLAMENTO GUINEENSE ANUNCIA SER ÚNICA INTERLOCUTORA LEGAL E LEGÍTIMA JUNTO DOS PARCEIROS INTERNACIONAIS
A Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular (CP-ANP) anunciou ter assumido, em estrita observância dos dispositivos constitucionais, a plenitude das suas competências constituindo-se assim, na única interlocutora legal e legítima junto das entidades nacionais e parceiros internacionais, para a condução do processo de retorno à normalidade constitucional na Guiné-Bissau.
“Comunicar
formalmente aos órgãos estatutários da CEDEAO e demais parceiros multilaterais
e bilaterais para que transmitam às respetivas autoridades dos Estados Membros
que o mandato do ex-Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, terminou no
do dia 27 de fevereiro de 2025”, anunciou a Comissão Permanente.
A Posição da
CP-ANP vem expressa na deliberação Nº 4 deste órgão da Assembleia
Nacional Popular com a data de 13 de março de 2025, na qual disse ter
sido surpreendida com a publicação da circular n.º 3/2025 do denominado
“Gabinete do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça”, nos termos do qual se
anunciou a tomada de posse de novos membros do Conselho Superior da
magistratura judicial para o dia 13 de março.
A Comissão
Permanente acusou o juiz Conselheiro Lima André de usurpação, de
forma despudorada,das funções de Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, o ato da tomada de posse dos pretensos novos vogais, viola
grosseiramente o disposto no artigo art.º 70.º n.º 1 da Lei 1/99 de 27 de
setembro, conjugado com o art.º 1.º do Regulamento Interno da Magistratura
Judicial, que estabelece que o mandato dos membros do Conselho Superior da
Magistratura tem a duração de três anos.
“Satú
Camará, na cega tentativa de usurpação das funções de Presidente da Assembleia
Nacional Popular, indicou novos membros deste órgão de soberania junto do CSMJ,
sendo que esta indicação apenas compete à Mesa da Assembleia da ANP
regimentalmente constituída na 1ª sessão da XIª Legislatura, e que já havia
procedido à indigitação dos Deputados Abdu Mané, Armado Mango, Mário Fambé e Ussumane
Camará”, repudiou.
Para a
Comissão Permanente, os atos praticados pela Deputada Satú Camará Pinto e
pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima
António André, visam dar corpo a uma aparência de respeito pelas leis do país e
assim compor o Supremo Tribunal de Justiça e a Comissão Nacional de Eleições
com os elementos necessários a garantir “os resultados eleitorais da
conveniência do regime”, defraudando as expectativas dos cidadãos a um processo
eleitoral justo e transparente.
Neste sentido, a CP disse que vai instituir uma Plataforma Inclusiva de
Diálogo Sociopolítico para a formação de consensos alargados sobre os grandes
assuntos de interesse nacional, tais como a data para a realização das
eleições, a composição da Comissão Nacional de Eleições e a realização de
eleições no Supremo Tribunal de Justiça, bem como denunciar e repudiar
publicamente as manobras do Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça,
Conselheiro Lima André que, em conluio com a Deputada Satú Camará, “violaram flagrantemente
as leis do país”, ao indicarem e empossarem novos membros do Conselho
Superior da Magistratura Judicial, com o objetivo de levar para a Comissão
Nacional de Eleições e Supremo Tribunal de Justiça elementos que possam
garantir ao Umaro Sissoco Embaló o resultado eleitoral por ele pretendido.
“Condenar a decisão do ex-Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de
expulsar a Missão de Alto Nível da CEDEAO/UNOWAS enviada a Bissau no quadro da
66ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo e manifestar solidariedade a
todos os seus membros e países que a integram. Repudiar as declarações públicas
de afronta, descortesia e desconsideração institucional que Umaro Sissoco
Embaló proferiu contra as autoridades da CEDEAO”, pode ler-se na deliberação da
Comissão Permanente da ANP.
Na deliberação assinada por Domingos Simões Pereira, presidente da ANP
afastado do Parlamento, este órgão manifestou o seu apoio aos
esforços de facilitação de diálogo da Comunidade Internacional entre as
instituições legítimas, partidos políticos, atores civis e demais interessados
na Guiné-Bissau liderados pela CEDEAO, a entidade que encorajou a
acelerar a conclusão da missão empreendida ao país e a encontrar uma solução
que permita, com a maior brevidade possível, a reposição da normalidade
democrática e constitucional, através de eleições livres, justas e
transparentes.
Os membros da CP condenaram “veementemente” “as palavras obscenas e
ameaças” proferidas por Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, que exercem
funções de Ministro do Interior e Secretário de Estado da Ordem Pública,
respetivamente, contra a integridade física e vida dos cidadãos, em particular
os opositores do regime ditatorial instalado.
Finalmente, exortaram a população e os cidadãos guineenses no país e na diáspora a manterem a total confiança na Assembleia Nacional Popular, através da sua Comissão Permanente, e nos esforços políticos, jurídicos e diplomáticos em desenvolvimento, na certeza da obtenção de soluções que reponham a ordem constitucional
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