segunda-feira, 14 de outubro de 2024

LÍDER DO PAIGC DIZ NÃO ACREDITAR NA  CREDIBILIDADE DO PROCESSO ELEITOTAL JÁ QUE A SEDE DO PARLAMENTO ESTÁ SOB HOMENS ARMADOS  

O Presidente da Assembleia Nacional Popular e Coordenador da Coligação Política “PAI Terra Ranka”, Domingos Simões Pereira, expressou preocupação sobre a falta de imparcialidade nas próximas eleições legislativas, apontando para as atuais composições do Supremo Tribunal de Justiça e da Comissão Nacional de Eleições como fatores que comprometem a justiça do processo

Neste sábado, 12 de outubro de 2024, em reação ao impedimento de sua viagem por "Ordem Superior", Simões Pereira afirmou que, com as lideranças das instituições responsáveis pela credibilidade eleitoral, as próximas eleições serão inevitavelmente injustas. O político denunciou a situação de caducidade dos mandatos na Comissão Nacional de Eleições e criticou o funcionamento do Supremo Tribunal de Justiça sem um plenário.

“Precisamos garantir que, quando as eleições forem realizadas, todos possamos reconhecer legitimamente os resultados”, sublinhou, acrescentando que a Assembleia Nacional Popular se encontra “assaltada” e, mesmo assim, está a reunir-se com a CNE para organizar novas eleições.

“Como podemos confiar na credibilidade de um processo em que a Assembleia, ocupada à força, se reúne com a CNE para preparar novas eleições?”, questionou.

De acordo com a radio Sol Manci, Domingos Simões Pereira expressou dúvidas quanto à transparência do processo eleitoral, ressaltando que a Assembleia Nacional está sequestrada e o Supremo Tribunal de Justiça não foi adequadamente constituído. Ele apelou ao povo para se unir ao seu partido e exigir o retorno à normalidade institucional.

“Se o Supremo Tribunal de Justiça não estiver constituído, e a Assembleia Nacional sequestrada, como podemos esperar eleições livres, justas e transparentes?”, declarou.

Principal opositor do Presidente Umaro Sissoco Embaló, Simões Pereira vem enfrentando nos últimos anos acusações da Procuradoria-Geral da República no caso do "resgate", um processo que, de acordo com advogados do PAIGC, já está arquivado.

O ex-primeiro-ministro e atual Presidente do Parlamento foi recentemente impedido de viajar para Genebra (Suíça), onde participaria de um encontro da União Inter-parlamentar, supostamente por "Ordem Superior".

Ao comentar o impedimento, Simões Pereira afirmou que já esperava a proibição.

“O curioso é que o chefe do estado-maior general das Forças Armadas tinha acabado de regressar ao país, e o primeiro-ministro estava prestes a embarcar no mesmo voo. Quando foram informados sobre a minha situação, expressaram surpresa, mas nada fizeram a respeito”, lamentou.

Pouco depois do incidente, o gabinete do Presidente da ANP emitiu uma nota condenando o ato, classificando-o como "prepotente e ignóbil", e denunciando o desrespeito à legislação e à Constituição da República. A nota responsabiliza diretamente o Presidente Umaro Sissoco Embaló pelo ocorrido.

A ANP também alertou a comunidade internacional, especialmente a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), para os riscos de convulsão social iminente no país, devido ao aumento da violência gratuita contra os cidadãos.

Notabanca; 14.10.2024

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