POLÓNIA PROPÕE FIM DE AJUDAS SOCIAIS NA EUROPA AOS HOMENS UCRANIANOS PARA OS INCENTIVAR A COMBATER
O chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski, propôs o fim dos pagamentos de assistência social aos homens ucranianos espalhados pela Europa em idade de combater, para os encorajar a juntarem-se ao exército no seu país.Kiev está a tentar reforçar as fileiras do seu exército depois de mais de dois anos e meio de ataques em grande escala por parte da Rússia, cujas forças mais bem equipadas estão na ofensiva no leste da Ucrânia.
Centenas de milhares de refugiados ucranianos vivem em países europeus desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Alguns deles são homens que fugiram ilegalmente da Ucrânia para evitar serem recrutados, apesar da proibição de abandonar o país, que se aplica aos homens em idade de combater, com algumas exceções.
“Eis uma ideia prática que ajudaria as finanças da Europa Ocidental, ajudaria politicamente os partidos tradicionais contra os radicais de direita e ajudaria a Ucrânia”, afirmou Radoslaw Sikorski no fórum anual de estratégia europeia de Ialta.
“Parem de pagar as prestações da segurança social às pessoas elegíveis para a mobilização!”, afirmou.
“Não é um direito humano ser pago para evitar o recrutamento, para defender o nosso país. Na Polónia, não fazemos isso”, acrescentou.O ministro polaco fez as suas declarações na sexta-feira, mas as informações sobre esta conferência organizada pela fundação do bilionário Viktor Pintchouk foram embargadas até hoje por razões de segurança.
O seu homólogo ucraniano, Andriï Sybiga, afirmou que “apoiava” a ideia.
De acordo com as estimativas ucranianas, um milhão de homens ucranianos em idade de combater vivem no estrangeiro, incluindo 300.000 na Polónia, disse Sybiga, sem precisar quantos atravessaram a fronteira ilegalmente.
O ministro ucraniano apelou também aos europeus para que analisem a possibilidade de os refugiados – na sua grande maioria mulheres e crianças – regressarem à Ucrânia.
“É altura de levantar a questão de a União Europeia elaborar programas para o regresso dos ucranianos ao seu país”, declarou.
Andriï Sybiga sublinhou, no entanto, a necessidade de a Ucrânia criar “condições adequadas para o efeito: segurança, serviços médicos, reconstrução de habitações”, numa altura em que quase 20% do território ucraniano continua ocupado pela Rússia e o país é regularmente alvo de ataques russos mortais.
Notabanca; 15.09.2024
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