domingo, 18 de agosto de 2024

O QUE PRETENDE A UCRÂNIA NA MAIOR OPERAÇÃO MILITAR ESTRANGEIRA EM SOLO RUSSO DESDE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL?

O Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou este sábado que o Exército ucraniano está a reforçar as suas posições na região russa de Kursk, mais de dez dias após o lançamento de uma ofensiva de grande escala em território russo.

Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia informou neste sábado que as suas tropas fizeram o Exército ucraniano recuar em cerca de três localidades da região.

Os soldados russos "repeliram" ataques ucranianos "na direção das localidades de Korenevo, Ruskoye e Cherkaskoye Porechnoye", indicou o ministério russo em comunicado.

O Exército russo, por sua vez, continuava a bombardear várias regiões da Ucrânia, especialmente no Donbass (leste), onde tem vantagem sobre as forças ucranianas, que estão em número inferior.

No dia 6 de agosto, o Exército ucraniano atacou a região de Kursk, tomando, segundo Kiev, 82 localidades e 1.150 quilómetros quadrados, numa ofensiva que surpreendeu Moscovo e constitui a maior operação militar estrangeira em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.

"O general (Oleksandr) Sirski informou sobre o fortalecimento das posições das nossas forças na região de Kursk e a expansão do território estabilizado", escreveu Zelensky no Telegram após uma reunião com o comandante em chefe do Exército ucraniano.

No dia anterior, o militar assegurou que as suas tropas avançaram "entre um e três quilómetros" e capturaram soldados russos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou há vários dias que os seus homens "expulsassem" as forças ucranianas do território russo.

Pelo menos 12 civis morreram e mais de 100 ficaram feridos desde o início da operação ucraniana, segundo autoridades russas.

Dezenas de ataques russos no leste

A Ucrânia afirma que o seu objetivo é forçar Moscovo a retirar tropas de outras partes do da frente de combate, criar uma "zona tampão" para interromper os bombardeamentos na fronteira e, sobretudo, utilizar os territórios russos conquistados para pressionar o Kremlin a iniciar negociações "justas".

Mas as conversas entre as duas partes estão completamente estagnadas desde o primeiro semestre de 2022.

Face ao avanço sem precedentes das forças ucranianas em terras russas, dezenas de milhares de civis fugiram, seja pelos seus próprios meios ou com o apoio dos serviços locais, das cidades fronteiriças da região de Kursk.

Na região vizinha de Belgorod, as autoridades russas mostraram-se alarmadas nos últimos dias, anunciando na noite de sexta-feira que vão bloquear o acesso e evacuar cinco localidades na fronteira a partir de segunda-feira, além de fechar "temporariamente" o acesso a um sexto local.

Do lado ucraniano, o fluxo de retirados também continua a partir da cidade de Sumy, a cerca de 40 quilómetros da fronteira comum. Sumy foi atacada na manhã de sábado pela Rússia, deixando dois feridos, segundo o Ministério do Interior.

Paralelamente, duros combates prosseguem mais ao sul, no leste da Ucrânia, epicentro do conflito onde o Exército russo tem ganhado terreno há meses.

A Rússia reivindicou nos últimos dias a captura de vários vilarejos na direção da cidade de Pokrovsk, um importante ponto logístico na rota para Chasiv Yar e Kostiantynivka.

"Dezenas de ataques russos foram lançados contra as nossas posições nas últimas 24 horas", indicou Zelensky no sábado, acrescentando que os seus soldados "fazem todo o possível para destruir o ocupante e repelir os ataques". "A situação está sob controlo", afirmou.

Também na região de Donetsk, o governador Vadim Filashkin anunciou no sábado que os ataques russos mataram duas pessoas e feriram outras duas.

Mais a norte, uma mulher de 49 anos morreu num bombardeamento do Exército russo contra a região de Kharkiv, segundo o Ministério Público local.

Notabanca; 18.08.2024

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