FORÇAS ARMADAS ASSUMEM COMANDO DA GUARDA NACIONAL-Diz o General
O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau (CEMFA), General Biaguê Na N´Tan, anunciou esta quarta-feira, 06 de dezembro de 2023, que a partir de hoje, as forças armadas guineenses passarão a assumir comando completo da Guarda Nacional para organizá-la, porque “em nenhum momento permitirei a desordem na Guiné-Bissau”.
Biaguê Na N´Tan falava aos jornalistas à margem da apresentação de materiais de guerra apreendidos durante o confronto de quinta e sexta-feira (30 de novembro e 01 de dezembro), nas instalações da Guarda Nacional e na tabanca do ex-comandante desta corporação, Victor Tchongo.
O Estado Maior anunciou ter apreendido 155 Ak-47, das quais algumas na aldeia do Comandante Victor Tchongo, 03 bazucas, 16 granadas, 03 pistolas, coletes à prova de bala, cassetetes e rádios de comunicação.
Em declarações aos jornalistas, Biaguê Na N’Tan avisou que a partir de agora a tolerância será zero a qualquer indivíduo que queira perturbar a nação guineense.
“Victor Tchongo está a viver e a comer dentro da prisão, enquanto algumas pessoas morreram, isso não pode ser permitido na Guiné-Bissau”, afirmou e disse que durante o confronto Victor Tchongo teria afirmado que em nenhum momento permitiria tréguas, porque “não gosta de ser humilhado”.
“Neste momento está preso e é a maior humilhação para sua a vida”, assinalou, revelando que alguns chefes da mesma corporação teriam anunciado que depois da invasão às instalações da Polícia Judiciária, o passo seguinte seria tomar de assalto o exército, atacar o Estado Maior e tirar o Presidente da República do poder.
“Essas informações revelam que essa situação estava a ser preparada há muito tempo. Quero garantir-vos que jamais as Forças Armadas permitirão que algo de género aconteça e a tolerância será zero para quem quer que seja”, assegurou.
Biaguê Na N´Tan garantiu que as Forças Armadas da Guiné-Bissau continuarão a trabalhar para assegurar a paz e tranquilidade e repor a ordem para que os operadores económicos possam investir e desenvolver o país.
“O mundo está globalizado e os países estão próximos uns dos outros, o que nos permite saber o que se passa na Guiné-Bissau e no mundo em tempo. Sei todos os cenários desenhados para a operação de assalto às instalações da Polícia Judiciária pela corporação da Guarda Nacional. Falei com Victor Tchongo ao telefone. Perguntei-lhe o que estava a acontecer no momento em que decorria o assalto na PJ, respondeu-me que foi informado também pela ministra do Interior sobre o ocorrido. Pedi que fosse ao Estado Maior das Forças Armadas para sua segurança e trabalhar junto com vice-chefe de Estado para dar ordem aos assaltantes para abortarem a operação, mas nunca obedeceu às orientações”, informou.
O Chefe de Estado Maior disse que quando Victor Tchongo foi nomeado politicamente sabia que não iria cumprir a sua missão sairia mal e “isso aconteceu”.
“A primeira tentativa do Comandante da Guarda Nacional, Victor Tchongo, foi quando começou a movimentar os responsáveis daquela corporação nas regiões. Chamai-lhe atenção para evitar a desordem no país, mas não desistiu da sua intenção até ao momento e deu no que deu”, frisou.
“Quero agradecer e felicitar as Forças Armadas da Guiné-Bissau, sobretudo o vice-chefe de Estado e chefes dos três ramos pelo trabalho realizado. Isso demonstra que as forças armadas guineenses estão na linha de frente para criar a paz, tranquilidade e estabilidade no país. Não é dúvida para ninguém que o país tem vivido instabilidades, desordem e incumprimento da ordem no passado. Estudei muito a parte da arte militar e operações, mas deixei isso, porque quero a paz e desenvolvimento do meu país”, sublinhou.
Na N´Tan disse que em Portugal, o comandante da Guarda Nacional é escolhido dentro das forças armadas, mas “na Guiné-Bissau é totalmente ao contrário, devido às questões políticas, de maneira que a partir de agora as forças armadas passarão a assumir aquele comando da Guarda Nacional”.
Questionado sobre se aquele ato é uma tentativa de golpe de estado, Biaguê Na N´Tan, esclareceu que quando se ataca uma instituição com homens armados para retirar pessoas presas legalmente para outra instituição que tu comandas, “isso se chama tentativa de golpe de estado”.
Notabanca, 06.12.2023
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