quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO COLOCA FIM AO ACORDO COM COLIGAÇÃO PAI TERRA RANKA

líder do Partido dos Trabalhadores Guineense (PTG), Botche Candé, afirmou esta quinta-feira, 07 de dezembro de 2023, que a dissolução da Assembleia Nacional Popular, pelo chefe de Estado, coloca um fim ao acordo de incidência parlamentar e governativa, assinado em agosto deste ano com a Coligação Plataforma Aliança Inclusiva – PAI Terra Ranka. 

“Não é nossa vontade sair deste acordo, mas a lei não nos permite continuar, porque não é Botche e nem é o Manuel. Mas vou aguardar mais informações junto do partido, espero que vão transmitir-me algum recado deixado pela Coligação PAI TERRA RANKA”, assegurou, avançando que se a Coligação não convocar o partido para uma concertação, o PTG vai solicitar uma reunião com a coligação.

O político fez estas afirmações no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, depois  do seu regresso de Lisboa, capital de Portugal, tendo usado uma metáfora, para questionar se “três mulheres casadas por um homem, quando o homem morre, não significa o fim do casamento?”.

Questionado se o seu partido fará parte do novo governo a ser formado, disse que o PTG vai integrar todas as iniciativas para a construção da Guiné-Bissau, contudo enfatizou que há quase oito meses que não conversa com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

Sobre a atitude das forças da Brigada de Intervenção e Reserva da Guarda Nacional que retiraram à força o ministro das finanças e o Secretário de Estado do Tesouro, Botche Candé disse ser “grave”, quando o primeiro-ministro e a ministra do Interior e da Ordem Pública afirmam não terem informações sobre os eventos do dia 01 de dezembro.

“Um acontecimento deste género não ser do conhecimento da ministra do Interior, nem do Primeiro-ministro é muito grave, porque são figuras que deveriam informar o Presidente da República sobre a situação da segurança. Isso demonstra que o Estado não existe e está a desmoronar-se aos poucos para desparecer”, precisou.

O líder do PTG saudou a decisão do Presidente da República de dissolver o Parlamento e disse ser no sentido  de salvaguardar o Estado guineense, garantir a segurança e a estabilidade do país.

“Quando o Estado vai para o chão é grave, portanto acho que o Presidente da República jogou bom papel de não permitir que o Estado caia e segurá-lo, de formas a garantir a segurança e estabilidade para todos os guineenses”, disse. 

“Eu fui ministro do Interior e sei exatamente qual é o papel do ministério do Interior. Pode ser um mês ou três meses, mas já são sete vezes que estou a dirigir aquele ministério através de decretos presidenciais. O PTG   já havia condenado este ato e reafirmo que condenámo-lo”, assegurou.

Em relação ao financiamento de 11 empresas para o pagamento da dívida no valor de seis bilhões de francos cfa, disse que quando uma entidade integra outras estruturas  da mesma natureza, ter uma iniciativa destes seria  muito bom que informasse ou testemunhasse as partes sobre quaisquer decisões ou atos a tomar. 

“Tal como ouviu este assunto na rua, foi assim também que o PTG e Botche Candé o acompanharam. Acho que na base do respeito, quando fazemos parte de uma coletividade ou  governo, qualquer ato que o governo quer praticar deve reunir os líderes dos partidos para analisar o assunto e decidir, porque se houver um problema, estaremos na linha de frente para defender o governo”, afirmou.

Notabanca; 07.12.2023

 

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