PAI DE MAHSA AMINI FOI DETIDO NO DIA DO ANIVERSÁRIO DA MORTE DA SUA FILHA
O pai de Mahsa Amini, morta há exatamente um ano às mãos da polícia da moralidade do Irão, foi detido este sábado pelas forças de segurança iranianas, de acordo com a Hengaw, uma organização de direitos humanos.“As forças de segurança detiveram Amjad Amini e levaram-no depois novamente a casa, após ameaçá-lo devido à celebração do aniversário da morte da sua filha”, salientaram.
A detenção terá ocorrido então à porta de sua casa, isto depois das autoridades, destacadas para a cidade natal de Mahsa Amini, como prevenção a eventuais distúrbios, terem alertado Amjad para não celebrar esta data.
Refira-se que Amjad Amini foi levado, nas últimas semanas, pelo menos quatro vezes para ser inquirido por várias forças de segurança, que o pressionaram e desrespeitaram, segundo relata a Hengaw.
Numa informação publicada na sua página na internet, apesar das advertências das autoridades, a família Amini declarou, em comunicado: "Como qualquer família enlutada, nós, a família Amini, vamos reunir-nos no túmulo da nossa amada filha, Jina (Mahsa) Amini, no aniversário da sua morte, e vamos realizar cerimónias tradicionais e religiosas."
Segundo as duas organizações, a casa de família de Masha Amini está "rodeada de militares" para evitar que se realize uma cerimónia religiosa para assinalar a morte da jovem.
Refira-se que Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, foi morta há um ano pela polícia, depois de ter sido detida por alegadamente desrespeitar o código de vestimenta obrigatório para as mulheres.
Luta das mulheres pela liberdade continua um ano após morte de Amini
No mesmo sentido, Melanne Verveer, diretora executiva do Instituto para as Mulheres, Paz e Segurança da Universidade de Georgetown, insistiu na ideia de que as mulheres iranianas “apesar da “repressão brutal, nunca serão silenciadas” e que a luta “contra os alicerces do regime vai continuar”.
“A trajetória dos protestos em curso no Irão vai continuar a ser seguida, o papel das mulheres e da diáspora vai singrar e o panorama atual da aplicação de sanções e dos mecanismos multilaterais também”, concluiu.
Apesar da maior visibilidade e atenção política dos protestos globais, o movimento ainda não conseguiu ameaçar os alicerces do regime teocrático liderado pelo ayatollah Ali Khamenei.
A repressão brutal contra os dissidentes torna-se cada vez mais terrível e o Irão continua a cultivar redes complexas de evasão às sanções financeiras e comerciais que minam os esforços para responsabilizar o regime, defende o Instituto da Universidade de Georgetown.
Notabanca; 16.09.2023
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