EX-PRESIDENTE RUSSO MEDVEDEV PROMETE MAIS ANEXAÇÕES NA UCRÂNIA
O ex-presidente russo Dmitri Medvedev afirmou neste sábado que Moscovo vai capturar mais territórios na Ucrânia, um ano após de reivindicar a anexação de quatro regiões ucranianas."A operação militar especial continuará até à destruição completa do regime nazista de Kiev e a libertação de territórios originalmente russos das mãos do inimigo", escreveu Medvedev na rede social Telegram.
"A vitória será nossa. E novas regiões vão unir-se à Rússia", acrescentou o atual número dois do Conselho de Segurança da Rússia e grande defensor da ofensiva na Ucrânia.
O presidente Vladimir Putin prometeu uma "regeneração e desenvolvimento socioeconómico" das quatro regiões anexadas na Ucrânia, num discurso gravado e divulgado neste sábado pelo Kremlin.
"Ao defender nossos concidadãos no Donbass e na Nova Rússia (projeto imperial de integração do leste e do sul da Ucrânia por parte de Moscovo, NDR), estamos a defender a própria Rússia e a lutar pela nossa pátria, soberania, valores espirituais e unidade", afirmou Putin em vídeo.
Em setembro de 2022, após a organização de referendos considerados "uma farsa" por Kiev e os seus aliados ocidentais, Putin assinou um decreto de anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.
As anexações, em áreas parcialmente controladas pelas tropas russas, foram criticadas com veemência por Kiev e pelas potências ocidentais, que as consideram ilegais.
Putin decretou 30 de setembro como "dia da reunificação".
A Rússia, no entanto, controla apenas parte das quatro regiões e a Ucrânia iniciou uma contra-ofensiva para tentar recuperar os territórios.
Ucrânia: Embaixadora grata pelos militares ucranianos diz que Rússia viola direito internacional
Maryna Mykhailenko recordou ainda à Lusa a visita, “muito bem sucedida”, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no mês passado à Ucrânia.
“Estamos muito gratos por ter passado dois dias connosco e também por ter falado ucraniano. Ficamos todos surpreendidos”, sublinhou.
Durante as comemorações do 32.° aniversário da independência da Ucrânia, em Kiev, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se em ucraniano ao homólogo Volodymyr Zelensky e militares para assegurar que Portugal vai apoiar sempre a independência do país que há ano e meio está a combater uma invasão russa.
Em 21 de fevereiro, Volodymyr Zelensky, assinou o decreto que designou Maryna Mykhaylenko como embaixadora extraordinária e plenipotenciária ucraniana junto da República Portuguesa, depois de ter decidido afastar a embaixadora que estava em funções, Inna Ohnivets, no ano passado.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Notabanca, 29.09.2023
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