PRESIDENTE GUINEENSE CONFERE POSSE AO NOVO GOBERNO E REAFIRMA TOLERANÇA ZERO CONTRA CORRUPÇÃO
Desafiou o Tribunal de Contas a auditar as contas do Estado, mesmo as da Presidência da República, porque “é preciso andarmos juntos”.
Umaro Sissoco Embalo falava na cerimónia de posse do novo governo liderado por Geraldo João Martins.
O chefe de Estado defendeu que ter um governo realizado e eficaz requer ter boa liderança e concertação permanente entre o primeiro-ministro e os seus membros, “deixando de representar as suas formações políticas”.
Embaló, que já se manifestou disponível para concorrer a um segundo mandato, afirmou que em nenhum momento pediu pastas ministeriais a este novo executivo, porque “é da competência do primeiro-ministro indicar quem pode ser governante”.
O chefe de Estado assegurou que ser ministro não é ser comité de uma tabanca, mas sim “é um cargo de responsabilidade da República, de maneira que é preciso trabalhar para o bem da Guiné-Bissau”.
Exortou o Procurador Geral da República para inscrever, na sua missão, como assento tónico, a intolerância na luta contra a corrupção dos novos membros do governo.
Desafiou o Tribunal de Contas a auditar as contas do Estado, mesmo na Presidência Da República, “é preciso andarmos juntos”.
“Não é o poder da força que impõe uma liderança, mas sim é a gestão das pessoas em função da hierarquia. O executivo pode contar com a colaboração do chefe de Estado a todos os níveis para permitir o melhor funcionamento das instituições” , assegurou.
Umaro Sissoco Embalo chamou a atenção aos novos membros do governo para não exporem as correspondências do Estado, através das redes sociais.
“Se acontecer, será impossível valorizar o Estado. Os assuntos da governação devem ser tratados dentro do fórum de Estado, como também a pontualidade e a disciplina são fundamentais na governação”, insistiu.
Por seu lado, o novo primeiro-ministro, Geraldo João Martins, disse que o governo que vai liderar tem urgências que devem ser resolvidas, nomeadamente a evacuação da castanha de cajú, baixar preços de produtos da primeira necessidade, assegurar o normal funcionamento do ano letivo, melhorar a prestação de saúde, alargar o fornecimento de água potável às populações, repor a energia elétrica em várias localidades do país.
“Essas urgências vão constar de um pacote do programa a ser chamado, programa de urgência que será o foco da governação nos primeiros meses”, anunciou.
O chefe do executivo informou que o governo vai apresentar à Assembleia Nacional Popular (ANP), em breve, o seu programa de governação de quatro anos, que se baseará no plano estratégico operacional Terra-Ranka e no programa eleitoral da Coligação, vencedora das eleições legislativas PAI Terra-Ranka.
O programa, segundo Geraldo Martins, está assente em seis eixos, nomeadamente a reforma e modernização do Estado, o crescimento económico e a redução da pobreza, o relançamento do setor produtivo e a infraestruturação do país, a valorização dos recursos humanos, a política externa e a preservação da biodiversidade.
“Esta é a grande missão que o governo vai tentar cumprir nos próximos quatro anos de governação. Não quero antecipar as medidas, mas logo que o executivo comece a funcionar, já apartir de amanhã, vamos fazer o diagnóstico da situação e em função desse diagnóstico, poderemos ver o que será feito”, notou.
Afirmou que, durante a preparação da governação com a comissão de transição que teve a honra de dirigir, foram identificados vários problemas e “temos um conjunto de ideias do que será possível fazer para resolvê-los”, sublinhou.
O novo governo liderado por Geraldo João Martins tem 19 pastas ministeriais e 15 secretarias de Estado, apenas não tomaram posse dois membros, nomeadamente Indira Cabral Embaló, ministra da Cultura, Juventude e dos Desportos e Abas Embaló, Secretário de Estado da Juventude e Desporto.
Notabanca; 13.08.2023
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