CANDIDATOS DERROTADOS RECONHECEM VITÓRIA DO VENCEDOR
Os três candidatos derrotados no X congresso do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) reconheceram hoje a vitória de Domingos Simões Pereira e disponibilizaram-se para trabalhar com o novo líder.
Em discursos separados no congresso, Edson Saldanha Araújo, que ficou em quarto lugar, João Bernardo Vieira, terceiro, Octávio Lopes, em segundo, afirmaram reconhecer a “lisura do processo” e a “vontade dos congressistas”.
Dos 1.268 delegados ao congresso que decorre desde sexta-feira na vila de Gardete, a cerca de 10 quilómetros de Bissau, Edson Araújo obteve quatro votos, João Bernardo Vieira, 32 e Octávio Lopes 62.
Domingos Simões Pereira foi reeleito para um terceiro mandato à frente do PAIGC com 1.162 votos.
Quadro ligado ao parlamento guineense, Edson Araújo disse aceitar os resultados e que a partir de agora a luta do PAIGC deve ser “de todos os militantes, contra o subdesenvolvimento” da Guiné-Bissau.
Antigo secretário de Estado dos Transportes e até aqui porta-voz do PAIGC, embora incompatibilizado com o líder do partido, João Bernardo Vieira afirmou que “não há vencedor ou vencidos” no congresso que deve terminar hoje.
“O PAIGC é que venceu. Manifesto a minha total disponibilidade para continuar a servir o partido, ontem, hoje e sempre”, declarou Bernardo Vieira.
Diretor de gabinete do ex-presidente guineense, José Mário Vaz, Octávio Lopes referiu, no seu discurso, que ouviu a “vontade do congresso”, frisando que os congressistas escolheram “de forma inequívoca” Domingos Simões Pereira.
“O processo foi livre, justo e transparente. E a mensagem política deste congresso é clara, citando o poeta Fernando Pessoa: Cada coisa a sem tempo. Ainda não é o meu tempo”, defendeu Octávio Lopes.
O dirigente, advogado de profissão, considerou ainda ser tempo de “cerrar fileiras à volta de Domingos Simões Pereira” e trabalhar para que o PAIGC possa “eleger um Presidente da República, uma maioria no parlamento e um Governo”.
Octávio Lopes reafirmou a sua “inteira disponibilidade” para servir o novo presidente e o próprio PAIGC
“Nós somos um soldado ao serviço do PAIGC e à disposição do seu presidente”, observou Octávio Lopes.
Notabaca; 21.11.2022
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