quinta-feira, 8 de setembro de 2022

RAINHA ISABEL II QUE LIDEROU REINO UNIDO DURANTE 70 ANOS MORREU HOJE AOS 92 ANOS CARLOS III É O NOVO REI

O trono nunca lhe foi destinado — tinha nascido na parte errada da família real — mas acabou a tornar-se na monarca mais duradoura da história do Reino Unido. Isabel II — ou "Lilibet", como era carinhosamente chamada — viu o império britânico ruir, deu posse a 15 primeiros-ministros e atravessou duros períodos ao longo do seu reinado de 70 anos. No fim, porém, restou uma rainha consensual junto do povo, agora a chora na sua morte.

A história de Elizabeth Alexandra Mary Windsor — nascida a 21 de abril de 1926, na casa dos avós maternos, em Londres — começa como todos os contos de fadas: foi um acontecimento relativamente menor pois “Lilibet”, como era conhecida a menina de cabelos aos caracóis, não estava destinada ao trono.

Este deveria ter sido ocupado nos anos vindouros por Eduardo VIII, filho mais velho do monarca reinante, Jorge V, falecido a 20 de janeiro de 1936. No entanto, o amor falou mais alto: nesse mesmo ano, ao fim de 11 meses de reinado, abdicou para se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada, pondo fim a uma calma vida familiar.

Como resultado, o irmão, e pai de Isabel, George VI, herdou o trono, abrindo o caminho da coroa à primogénita, que, no dia em que celebrou os 21 anos, prometeu dedicar a vida, “seja longa ou curta", ao serviço do país.

Durante a Segunda Guerra Mundial, permaneceu sobretudo no Castelo de Windsor, evitando os bombardeamentos de Londres, mas mais tarde serviu como voluntária no Serviço Territorial do Exército como motorista e mecânica.

Em 20 de novembro de 1947, Isabel casou-se com Filipe, um primo afastado que renunciou aos títulos de príncipe da Grécia e da Dinamarca e à carreira na Marinha Real britânica para se consagrar ao papel de príncipe consorte. A cerimónia foi relativamente discreta devido aos tempos de crise após a guerra, e a princesa teve que usar senhas de racionamento para pagar os tecidos do vestido. De resto, o casal chegou mesmo a viver fora do Reino Unido, em Malta, entre 1949 e 1951, enquanto o príncipe Filipe cumpria uma comissão de serviço na Frota do Mediterrâneo.

Quando George VI morreu aos 56 anos, em 1952, Isabel tornou-se rainha com apenas 25 anos, então mãe de dois filhos, Carlos (nascido em 1948) e Ana (1950). Teve mais dois filhos já em funções, André (1960) e Eduardo (1964).

A cerimónia da coroação, na Abadia de Westminster, a 2 de junho de 1953, foi transmitida via rádio em todo o mundo e, a pedido da rainha, pela primeira vez na televisão, atraindo uma audiência de milhões de pessoas. No exterior, multidões de populares resistiram à forte chuva para assistir à passagem da rainha. Era o início de um reinado que não era para acontecer e que durou mais tempo que qualquer outro na história da coroa inglesa.

Ao longo de sete décadas, a rainha cruzou-se com muitas figuras internacionais que marcaram a História e a atualidade como o primeiro primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru, o imperador japonês Hirohito, o líder anti-apartheid e ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela ou o primeiro Presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama.

Já ao nível da política interna, desde que subiu ao trono, o Reino Unido teve 15 primeiros-ministros, tendo convivido com Winston Churchill, Margaret Thatcher, Tony Blair ou Boris Johnson. Liz Truss foi a última chefe de governo à qual deu posse, esta terça-feira, efetivamente acompanhando o seu mandato por apenas dois dias.

70 ANOS DE MUITOS ALTOS E BAIXOS

Em 9 de setembro de 2015, a Isabel II tornou-se a monarca há mais tempo em funções, superando a trisavó Vitória. A demissão de Boris Johnson às mãos dos seus próprios deputados e a sua substituição por Liz Truss foi apenas um de muitos casos que a monarca observou desde que subiu ao trono — sublinhe-se o “observou”, já que o seu papel enquanto chefe da monarquia britânica foi essencialmente cerimonial, tendo sido sempre assim desde o século XIX.

Antes de ter delegado ao príncipe Carlos a Abertura de Estado do parlamento em abril passado, leu sempre com uma voz indiferente e aguda o programa do Governo, um compromisso ao qual só faltou três vezes em 70 anos, e esteve sempre acima das quezílias políticas, sabendo-se pouco do que pensava das decisões dos primeiros-ministros com quem conversava todas as semanas.

O extenso império que herdou da era vitoriana encolheu-se consideravelmente durante o seu reinado, devido aos movimentos de descolonização, à transferência de Hong Kong para a China em 1997 e ao fim de laços com a coroa britânica, como fizeram os Barbados recentemente.

Não obstante, além de chefe de Estado do Reino Unido, Isabel II presidiu à Commonwealth, a organização de 54 países, incluindo 14 ex-colónias das quais continuou a ser soberana, como Austrália, Canadá e Jamaica. Os súbditos, empregados e até alguns familiares chamavam-lhe “Ma’am”, trato alternativo a “Sua Majestade”.

Isabel II eternizou a sua imagem com roupas de cores vivas, andando quase sempre de chapéu e nunca se separando da sua mala de mão — além de ser uma conhecida dona de uma larga família de cães de raça Corgi e de ser notória a sua paixão pela prática equestre. No entanto, apesar do respeito consensual que foi granjeando, o seu reinado teve também muitos altos e baixos.

O conto de fadas que foi o casamento em 1981 do príncipe herdeiro Carlos com Diana azedou rapidamente, apesar do nascimento dos dois filhos William e Harry. Em 1992 declarou "annus horribilis” o período que ficou marcado pelo desmoronamento dos casamentos de três dos seus filhos, Carlos, Ana e André, e pelo devastador incêndio no Castelo de Windsor, uma das residências oficiais.

Em 1997, a rainha foi acusada de não estar em sintonia com a população que chorou a morte de Diana num acidente de viação em Paris, ao ter permanecido na propriedade rural na Escócia durante dias antes de regressar a Londres e agradecer pelas inúmeras flores e mensagens deixadas à porta do Palácio de Buckingham.

Nas duas décadas seguintes, porém, conduziu uma reviravolta notável para a monarquia, ajudada por uma poderosa máquina de comunicação ativa não só nos tabloides, mas também nas redes sociais. A rainha cortou o orçamento do Palácio, e o casamento de William com a plebeia Kate (Catherine) Middleton ajudou a projetar a imagem de uma monarquia mais moderna.

Durante os confinamentos da pandemia de covid-19, interveio com comunicações públicas cujo tom conciliou a gravidade da situação com uma mensagem de esperança. Esse sentido de abnegação ficou espelhado nas imagens das cerimónias fúnebres do marido, que morreu em abril de 2021 aos 99 anos, às quais assistiu afastada da família por causa das restrições em vigor.

A reputação que construiu nos últimos anos de devoção sóbria permitiu também distanciar-se das polémicas causadas pelo príncipe Harry e a mulher Meghan Markle — que se afastaram da família — e pelos escândalos protagonizados pelo príncipe André — acusado do abuso sexual de uma menor e que, apesar do caso ter sido arquivado, significou a sua ostracização efetiva da família.

O OCASO DE UM JUBLIEU PLATINADO

Com 96 anos feitos este ano, Isabel II foi demonstrando uma vitalidade assinalável, mesmo já tendo passado a barreira das oito décadas de vida. No entanto, o seu estado de saúde começou a gerar preocupações nos últimos anos, especialmente desde outubro passado, quando passou uma noite internada para fazer exames médicos, cuja natureza nunca foi especificada.

Por isso mesmo, os tempos recentes ficaram marcados também pela especulação quanto à possibilidade de abdicar a favor do filho Carlos, de 73 anos, por causa das dificuldades de mobilidade que vinha sentido. Vários observadores da família real observaram que, apesar de não haver uma renúncia oficial, a monarca foi passando responsabilidades para o filho e outros membros da família. Abdicar, porém, nunca foi opção — recorde-se o voto de dedicar a vida, longa ou curta, ao serviço do país.

Em maio, fez uma visita surpresa à nova linha do metro londrino, batizada Elizabeth em honra da rainha, mas foram mais as vezes que fez notícia por faltar a cerimónias do que a presidi-las este ano.

Disso foram exemplos o Discurso do Trono no Parlamento, em maio, a missa de Páscoa, em abril, a cerimónia da Commonwealth, em março e o Remembrance Day e na cimeira climática promovida pela ONU (COP26), em novembro de 2021, todos eles acontecimentos onde passou a responsabilidade a Carlos.

O caso mais notório da sua aparente fragilidade, porém, foi mesmo durante as cerimónias de quatro dias dedicadas a celebrar 70 anos de reinado, o chamado Jubileu de Platina. Apesar de ter marcadas comparências em vários eventos ao longo desse período, Isabel II foi sucessivamente cancelando a sua presença, limitando-se, por fim, a apresentar-se ao público em duas ocasiões no Palácio de Buckingham.

Acompanhada pelos seus herdeiros, os príncipes Carlos e William e respetivas famílias, a rainha Isabel II permaneceu durante alguns breves minutos na varanda, sorridente e segurando uma bengala, acenando à multidão.

"Estou profundamente sensibilizada por tantas pessoas terem saído às ruas para celebrar o meu jubileu de platina", disse a monarca numa mensagem divulgada pelo Palácio de Buckingham e assinada pela própria Isabel II. "Apesar de não ter participado em todos os eventos pessoalmente, o meu coração está com todos e continuo determinada a servi-los o melhor possível, apoiada pela minha família", acrescentou.

Nos meses subsequentes, apesar de ter feito um par de aparições públicas na Escócia — já que, como era habitual, foi passar o verão ao Palácio de Balmoral, propriedade da família real —, continuaram a ser noticiados episódios que apontavam para um estado de saúde cada vez mais débil.

Por fim, na manhã desta quinta-feira, 8 de setembro, o Palácio de Buckingham anunciou que a monarca tinha sido colocada sob avaliação médica e que o seu estado gerava preocupação junto dos seus médicos. O que inicialmente poderia ter parecido apenas mais um susto foi tomando proporções cada vez mais graves, especialmente quando se soube que a sua família mais próxima tinha sido convocada para Balmoral.

Em vida, Isabel II visitou 132 países, percorreu mais de um milhão de quilómetros e fez milhares de discursos, mas nunca deu uma entrevista — a sua vida privada, apesar de explorada e fantasiada em séries televisivas de grande sucesso como “The Crown”, permaneceu em grande parte um mistério.

Além dos quatro filhos, a monarca deixou oito netos e 12 bisnetos — ao longo de 70 anos, apenas a pandemia interrompeu a tradição de reunir a família no Natal.

 Carlos III é o novo rei


  • Desde que subiu ao trono do Reino Unido, em 1952, a rainha Isabel II, que hoje celebra o Jubileu de Platina, condecorou vários cidadãos portugueses das mais diversas áreas. A lista vai de nomes tão conhecidos como o do banqueiro António Horta-Osório, que recebeu das mãos da monarca inglesa a Medalha do Império Britânico à guardiã do Cemitério Britânico em Lisboa.

    Esta é a breve história de cada uma dessas condecorações.

  • mesmo agora
    Vladimir Putin enviou condolências à família real britânica

    O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou condolências à família real britânica pela morte da Rainha Isabel II, apelando à “coragem e à perseverança diante de uma perda pesada e irreparável”.

    “Os eventos mais importantes da história recente do Reino Unido estão ligados ao nome de Sua Majestade. Por muitas décadas, Isabel II desfrutou com razão do amor e respeito dos súbditos, bem como autoridade no cenário mundial”, afirmou.

  • mesmo agora
    Cavaco elogia exemplo de serviço que deve guiar quem exerce funções públicas

    O antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, prestou hoje homenagem à Rainha Isabel II, enaltecendo o seu “sentido de dever e serviço” ao longo de um “reinado ímpar”, cujo exemplo “deve guiar todos os que exercem funções públicas”.

    “Neste momento histórico e de grande pesar, presto a minha homenagem a Isabel II, cujo exemplo de dedicação e serviço deve guiar todos os que exercem funções públicas”, pode ler-se numa nota assinada por Cavaco Silva enviada à agência Lusa, poucas horas depois do anúncio da morte da monarca britânica.

    Para o antigo chefe de Estado português, “a partida da Rainha Isabel II, no fim de um reinado ímpar em transformações sociais, económicas e políticas na Europa e no Mundo”, é um momento para se refletir “sobre o sentido profundo de serviço que marcou a sua vida, em que relevou uma notável sabedoria”.

    Segundo Cavaco Silva, “impressiona o sentido de dever e de serviço de uma soberana que, até ao último dia da sua vida, exerceu com extraordinária dignidade as suas funções”, recordando que o seu último ato oficial foi o “exercício do seu poder mais importante, o de convidar uma nova primeira-ministra a formar Governo”.

    O antigo Presidente da República recordou ainda as diversas vezes em que teve oportunidade de se encontrar com Isabel II ao longo do tempo em que exerceu funções públicas.

    “A primeira foi em 1986, nas comemorações dos 600 anos do Tratado de Windsor, no Castelo que lhe deu o nome, em que celebrámos a antiga aliança que une os nossos países. A última foi em 2012, quando representei Portugal na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres”, lembrou.

    Cavaco Silva afirmou que trocou com a Rainha “impressões em diferentes jantares oficiais por ocasião de cimeiras europeias”, guardando “gratas memórias” destes momentos.

    A Família Real inglesa anunciou esta quinta-feira que Isabel II, rainha do Reino Unido e chefe da Commonwealth, morreu. Sucede-lhe o filho varão, o príncipe Carlos.

    "A morte da minha querida mãe, Sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e todos os membros da minha família", refere o herdeiro ao trono, acrescentando que era uma "monarca acarinhada e uma mãe muito amada".

    "Sei que a morte dela vai ser sentida por todo o país, reinos e na Commonwealth e por inúmeras pessoas em todo o mundo. Durante este período de luto e mudança, a minha família e eu seremos confortados e suportados por saber do respeito e profunda afeição pela Rainha", declarou o próximo rei de Inglaterra, Carlos III.

    As reações pela morte de Isabel II foram surgindo ao longo deste dia 08 de setembro de 2022.

  • há 2 minutos
    Liga inglesa adia partidas de sexta-feira. Decisão sobre jogos do fim de semana será tomada nas próximas horas

    A Liga inglesa anunciou hoje que decidiu adiar os jogos das competições profissionais de futebol que estavam agendados para esta sexta-feira, dia 9 de setembro. Em causa estão o Burnley-Norwich City, do Championship, e o Tranmere Rovers-Stockport County, da League Two.

    No comunicado, o organismo indica ainda que a decisão sobre a realização ou não dos jogos agendados para o fim de semana será tomada nas próximas horas. 


    Terminando uma espera recorde na história da monarquia britânica, Carlos tornou-se rei automaticamente após a morte da mãe, de acordo com a velha máxima latina "Rex nunquam moritur" (o rei nunca morre).

    Quando completou 73 anos, Isabel II já era rainha há mais de 40 anos. Vivia-se o ano de 1999 e o primogénito da rainha e herdeiro da coroa, Carlos, Príncipe de Gales, contava 51 anos, um casamento falhado, uma relação simultaneamente conivente e conturbada com as obrigações da sua condição e uma certa amargura do povo inglês, dois anos depois da morte da princesa Diana, mãe dos seus dois filhos.

    Ninguém sabia, nem poderia saber, que esperaria mais 22 anos até se tornar rei. Uma expectativa que dificilmente é gentil no contexto de uma relação de mãe e filho, já que a sucessão teve sempre implícita a morte ou a incapacidade da monarca. Ora, incapacidade foi o que Isabel II não teve nos seus 96 anos de vida, só mostrando uma saúde mais débil no último ano e, ainda assim, não deixando de manter, na medida do possível, as suas obrigações de rainha.

    Não é de estranhar que nesse poço sem fundo que é a internet, uma das perguntas listadas como frequentes sobre o agora rei Carlos III fosse “será que o príncipe Carlos alguma vez será rei?”. Nunca nenhum rei na História de Inglaterra ficou tanto tempo em fila de espera na sucessão; antes de Carlos, o recorde pertencia a Eduardo VII, filho da rainha Vitória, mas que ainda assim subiu ao trono com 59 anos. É também o monarca mais velho a herdar a coroa, antes dele esse recorde pertencia a Guilherme IV, que tinha 64 anos quando se tornou rei, em 1831.

    Foi longa a espera, mas não fez dele um rei muito aguardado. É "apenas" s 17º. membro da família real mais popular entre os britânicos, sendo ultrapassado inclusive pela irmã, a discreta princesa Ana. Segundo os dados da YouGov, teve apenas 54% de opiniões favoráveis em agosto de 2021, muito atrás da rainha (80%), do filho príncipe William (78%), da nora Kate Middleton (75%) e da irmã, a Princesa Anne (65%). 25% dos britânicos dizem mesmo que não gostam dele e 30% sentem-se, simplesmente, neutrais.

    Na lista de preferências, está há muito Príncipe William, primogénito de Carlos e Diana, e apesar de ter havido alguma especulação sobre a possibilidade de uma abdicação de pai para filho, não só não aconteceu, como, segundo vários analistas, nunca esteve para acontecer. Porquê? Porque apesar de várias divergências familiares, Carlos foi preparado e preparou-se para ser rei ao longo de toda a vida. Tinha apenas 3 anos quando a mãe foi proclamada rainha e chega ao trono quase 70 anos depois. William, atualmente com 40 anos e segundo na linha de sucessão, será agora o príncipe na fila de espera.

  • há 39 minutos
    Duarte Pio recorda Isabel II: “Achei-a uma pessoa, em particular, divertida, tinha uns comentários muito irónicos, com muita graça"

    O duque de Bragança, Duarte Pio, recordou a rainha Isabel II, que morreu hoje aos 96 anos, como uma pessoa que fazia “comentários muito irónicos”, considerando que vai fazer “falta a toda a Europa”.

    Contactado pela Lusa, Duarte Pio referiu que a rainha do Reino Unido era “o modelo de como é que um chefe de Estado devia ser”.

    “Lembro-me de o Presidente Ramalho Eanes [ter dito] que o modelo dele era o de seguir os reis da Europa, porque achava que isso é que devia ser um chefe de Estado”, acrescentou.

    Na ótica do duque de Bragança, Isabel II “faz falta a toda a Europa”.

    Apesar de ser “mais íntimo” do príncipe Eduardo, filho da rainha, do príncipe Filipe, marido da rainha que morreu em abril de 2021, ou do atual rei, Carlos III, com quem esteve em “encontros de arquitetura e ecologia”, o herdeiro da Casa de Bragança privou “várias vezes” com a rainha.

    “Achei-a uma pessoa, em particular, divertida, tinha uns comentários muito irónicos, com muita graça, menos divertida do que o marido, o príncipe Filipe era mais divertido, às vezes até demais”, sustentou.

    Em todos os encontros que teve com a rainha, Duarte Pio ouviu sempre “os elogios” em relação à comunidade portuguesa a viver em Inglaterra e no Reino Unido e sobre o modo “como as elites intelectuais, culturais e científicas [portuguesas] se estabeleceram no reino”.

  • há 50 minutos

    Quando é que o Príncipe Carlos se torna Rei?

    Imediatamente, já que mandam as regras que o trono nunca esteja por ocupar.

    Segundo o The Guardian, Carlos deverá dirigir-se ao país na noite após a morte de Isabel II e será proclamado rei às 11 da manhã do dia seguinte, no Palácio de St. James, em Londres.

    Quais as primeiras iniciativas quando é indicado um novo rei?

    Inglaterra é uma monarquia constitucional, por isso o Parlamento inglês deverá reunir-se nas próximas 24 horas para que os deputados jurem fidelidade ao novo chefe de Estado.

    Quando é que deverá decorrer a cerimónia de coroação?

    Não há um prazo pré-definido, mas historicamente é habitual que seja vários meses depois de forma a respeitar o luto. A Rainha Isabel II esperou 16 meses depois da morte do pai para ser coroada.

    Quais deverão os primeiros atos públicos do novo rei?

    Os jornais ingleses indicam que a tradição é que visite de forma imediata as quatro nações que constituem o Reino Unido: Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte.

    Que tipo de cerimónia se espera na coroação de Carlos?

    Apesar de não confirmado oficialmente, é suposto que exista um grupo de pessoas que há mais de uma década prepara a coroação de Carlos. A maior dúvida que existe é sobre a manutenção ou não do cariz religioso, não apenas pelo perfil do novo rei, mas também por existir um relatório de 2018, da University College London, que trouxe a discussão a público, propondo uma cerimónia secular.

    É esperado que custe menos dinheiro e seja mais pequena que a cerimónia de coroação da Rainha Isabel II, em1953, a que assistiram mais de 8000 pessoas.

    É habitual os reis manterem o nome de nascimento?

    Não é o mais frequente, mas Isabel II fê-lo e agora o filho seguiu as suas pisadas, tornando-se Carlos III.

    E qual o papel reservado à mulher do rei, Camila Parker Bowles?

    Carlos e Camila casaram em 2005, depois de uma relação conturbada de vários anos. Com o casamento, Camila ficou com o título de Duqesa da Cornualha, já que não quis ter o título de Gales devido à associação com a Princesa Diana. Com a coroação de Carlos, Camila será Rainha Consorte, um desejo que Isabel II deixou expresso em fevereiro deste ano.

  • há 58 minutos
    Ursula van der Leyen lembra "âncora de estabilidade" em tempos difíceis

    A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, manifestou hoje "profunda tristeza" pela morte da Rainha de Inglaterra, Isabel II, aos 96 anos, considerando que foi uma "âncora de estabilidade" nos tempos mais difíceis.

    "É com profunda tristeza que tomei conhecimento do falecimento de Sua Majestade a Rainha Isabel II. Foi a chefe de Estado há mais tempo ao serviço do mundo e uma das personalidades mais respeitadas a nível mundial", escreveu Ursula van der Leyen numa publicação sua conta oficial na rede social Twitter.

    Na mesma publicação, a presidente da Comissão Europeia partilhou uma mensagem de condolências endereçada ao Rei Carlos III, que sucede a Isabel II como chefe de Estado do Reino Unido, na qual destaca "a coragem e devoção" da monarca no serviço ao seu país, considerando que se tornou numa "fonte de força para muitos e uma âncora de estabilidade nos tempos mais difíceis".

    "O seu reinado definiu a história do seu país e do nosso continente. Simboliza o melhor do Reino Unido, as suas pessoas e os seus valores", acrescentou Van der Lyen, considerando, depois, numa nota pessoal, que Isabel II foi uma inspiração ao longo de toda a sua vida.

    A Presidente da Comissão Europeia saudou ainda Elizabeth II como "um modelo de continuidade" ao longo da história.

    "Testemunhou a guerra e a reconciliação na Europa e fora dela, e as profundas transformações do nosso planeta e sociedades", disse, desejando ao novo monarca "sabedoria e força para continuar o trabalho" de Isabel II.

  • há 1 hora
    O minuto de silêncio em Old Trafford antes do Manchester United - Real Sociedad, para a Liga Europa
  • há 1 hora
    Brasil declara três dias de luto nacional pela morte de Rainha Isabel II
  • há 1 hora

    “Durante toda a minha vida, Sua Majestade Rainha Isabel II esteve sempre lá. Na minha infância, lembro-me de ver as imagens do seu casamento na televisão. Recordo-a desde que era uma bonita jovem até ser a adorada avó da nação. As minhas mais profundas condolências estão com a Família Real”, escreveu o cantor, vocalista dos Rolling Stones, no Twitter.

  • há 1 hora
    Marcelo Rebelo de Sousa vai ao funeral de Isabel II com o ministro dos Negócios Estrangeiros

    Marcelo Rebelo de Sousa vai marcar presença no funeral de Isabel II. O Presidente da República, que de visita ao Brasil, confirmou aos jornalistas presentes que estará nas cerimónias pela relação institucional que Portugal tem com o Reino Unido.

    “Se é o mais antigo aliado português, só podia ser o chefe de Estado a estar presente em representação dos portugueses nas exéquias de Sua Majestade Rainha Isabel II, com o ministro dos Negócios Estrangeiros”, revelou.

     

  • há 1 hora
    Zelensky expressa sinceras condolências por “perda irreparável”

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou hoje as mais “sinceras condolências” em nome do povo ucraniano pela “perda irreparável” que representa a morte da rainha Isabel II. Numa publicação na rede social Twitter, o presidente ucraniano disse que “foi com profunda tristeza” que soube da morte da monarca britânica. Em nome do povo ucraniano, Volodymyr Zelensky expressa as sinceras condolências à família real, a todo o Reino Unido e aos países da Commonwealth por esta “perda irreparável”. “Os nossos pensamentos e orações estão com você”, disse.

  • há 1 hora
    Há uma multidão de pessoas reunida à frente do Palácio de Buckingham
  • há 1 hora
    Santos Silva enaltece "enorme contribuição para a democracia britânica"

    O presidente da Assembleia da República de Portugal, Augusto Santos Silva, enalteceu hoje "a enorme contribuição da rainha Isabel II para a democracia britânica" e considerou que a sua morte "é uma perda muito grande também para Portugal".

    A rainha Isabel II morreu hoje aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, foi anunciado através da rede social Twitter da família real britânica.

    "Eu lamento muito o falecimento da rainha Isabel II, ao fim de 70 anos de reinado, ao fim de uma vida longa, em que ela personificou melhor que ninguém o monarca de uma monarquia constitucional", declarou Augusto Santos Silva aos jornalistas, num hotel de Brasília.

    O presidente da Assembleia da República acrescentou que hoje "é um dia de uma perda muito grande também para Portugal, que é um aliado histórico do Reino Unido", com o qual tem "a mais antiga aliança do mundo".

    Em seu nome e do parlamento português, endereçou "sentidas condolências" à Câmara dos Comuns, à Câmara dos Lordes e a todos os britânicos.

    "A rainha Isabel II teve quinze primeiros ministros a trabalhar com ela e a todos prestou a colaboração institucional própria de um monarca constitucional", referiu.
    Augusto Santos Silva deslocou-se a Brasília para as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, a convite do presidente do Senado Federal brasileiro.

  • há 1 hora

    A última fotografia pública foi revelada há dois dias, no momento em que recebeu a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, em Balmoral, na Escócia, onde acabou por falecer.

    Mas, apesar das restrições relacionadas com a pandemia, primeiro, apesar da perda do marido, em abril de 2021, apesar da perda de mobilidade, a rainha que reinou durante 70 anos manteve muitos dos eventos e obrigações da agenda real. Nas comemorações do Jubileu, em junho, foi notada a ausência em alguns momentos, mas também são desses dias algumas das fotos emblemáticas deste último ano da sua vida.

    Os chapéus e indumentárias coloridas mantiveram-se a sua imagem de marca, fosse em receções oficiais ou a experimentar um cartão de metro na estação de Paddington.

  • há 2 horas
    "O dia mais triste do país". Boris Johnson reage à morte de Isabel II

    “Ela parecia tão intemporal e tão maravilhosa que temo que tenhamos começado a acreditar, como crianças, que ela simplesmente duraria e duraria”, escreveu o antigo primeiro-ministro britânico.

    Statement on the death of Her Majesty Queen Elizabeth II (1/3) pic.twitter.com/kDN6cW8Njp

    — Boris Johnson (@BorisJohnson) September 8, 2022
  • há 2 horas
    “Operação London Bridge”: Os planos conhecidos para o luto e funeral da Rainha

    A morte da rainha Isabel II hoje aos 96 anos desencadeia a chamada “Operação London Bridge”, planeada há décadas e cujos detalhes foram revelados ao longo do tempo por alguns meios de comunicação, embora os planos oficiais continuem por anunciar.

    A tradição manda que a notícia seja objeto de uma "Notificação Oficial" da morte nos portões ou num cavalete, como tem sido feito mais recentemente nesse tipo de anúncios, e a página eletrónica da família real em cores de luto, com uma declaração a confirmar o óbito.

    As bandeiras nacionais nos edifícios públicos serão colocadas a meia haste, os sinos das igrejas soados e o Parlamento britânico, em Londres, e as assembleias regionais da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte suspensas.

    Os planos ainda estão por publicar mas, de acordo com o que se sabe, a primeira-ministra, Liz Truss, deverá fazer uma comunicação ao país e encontrar-se com o novo Rei, Carlos, cujo título oficial ainda está por determinar.

    O corpo de Isabel II será transportado do Castelo de Balmoral, na Escócia, onde morreu, para Londres por comboio ou avião para o Palácio de Buckingham, de onde seguirá depois pelas ruas de Londres para o Palácio de Westminster, onde ficará em câmara ardente durante três dias.

    O dia do Funeral de Estado, na Abadia de Westminster ou na Catedral de São Paulo, deverá ser declarado Dia de Luto Nacional e dois minutos de silêncio observados por todo o país.

    O corpo será então transportado em desfile em Londres e em Windsor, onde será finalmente sepultado no Castelo de Windsor, na Capela em Memória do Rei Jorge VI, junto ao pai.

    O retrato da Rainha em locais públicos terá uma fita preta durante o período de luto de um mês antes de ser trocado por um retrato do novo Rei.

    As flores depositadas nos palácios reais e em redor de edifícios públicos serão removidas após o funeral de Estado.

  • há 2 horas
    António Guterres: "Estou profundamente triste com o falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II"

    O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse hoje estar "profundamente triste" com a morte da rainha Isabel II, prestando uma homenagem à sua "dedicação longa e inabalável" em servir o seu povo.

    "Estou profundamente triste com o falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II [Isabel II], Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Estendo as minhas sinceras condolências à sua família enlutada, ao Governo e ao seu povo e à Comunidade das Nações mais ampla", disse Guterres em comunicado.

    Com o reinado mais longo do Reino Unido, a rainha "era amplamente admirada pela sua graça, dignidade e dedicação em todo o mundo", disse Guterres.

    O secretário-geral das Nações Unidas considerou que Isabel II foi uma "presença tranquilizadora" ao longo de décadas de "mudanças radicais, incluindo a descolonização da África e da Ásia e a evolução da 'Commonwealth'".

    Em comunicado, o ex-primeiro-ministro português recordou ainda as duas visitas que a rainha fez à sede da ONU em Nova Iorque, declarando que a monarca "era uma boa amiga das Nações Unidas".

    "Ela estava profundamente comprometida com muitas causas beneficentes e ambientais e falou de forma comovente aos delegados nas negociações climáticas da COP26 - cimeira mundial do clima - em Glasgow", observou António Guterres.

    "Gostaria de prestar homenagem à rainha Elizabeth II pela sua dedicação longa e inabalável em servir o seu povo. O mundo se lembrará por muito tempo da sua devoção e liderança", conclui o secretário-geral da ONU.

     

  • há 2 horas
    António Costa apresenta condolências à família real e ao povo britânico
  • há 2 horas
    Liz Truss: "A Rainha Isabel II foi a rocha sobre a qual o Reino Unido moderno foi construída. O nosso país cresceu e floresceu sob o seu reinado"

    A primeira-ministra britânica, Liz Truss, declarou hoje “lealdade e devoção” ao Rei Carlos III, o novo chefe de Estado do Reino Unido, após a morte da rainha Isabel II.

    "Ao nosso novo monarca, o nosso novo Chefe de Estado, Sua Majestade o Rei Carlos III. Tal como a família do Rei, lamentamos a perda da sua mãe. E enquanto choramos, devemos unir-nos como povo para o apoiar e ajudá-lo a suportar a espantosa responsabilidade que ele agora carrega por todos nós. Oferecemos-lhe a nossa lealdade e devoção, tal como a sua mãe tanto dedicou a tantos durante tanto tempo" , disse numa comunicação à porta da residência oficial em Downing Street.

    Truss disse que os britânicos estão “devastados” pela notícia da monarca, que representa "um enorme choque para o país e para o mundo”.

    "A Rainha Isabel II foi a rocha sobre a qual o Reino Unido moderno foi construída. O nosso país cresceu e floresceu sob o seu reinado. O Reino Unido é o grande país que é hoje por causa dela”, afirmou

     

  • há 2 horas
    Rei Carlos III lamenta a morte da “querida mãe"

    O Rei Carlos III qualificou hoje a morte da “querida mãe", a rainha Isabel II, como “um momento de grande tristeza” para toda a família, segundo um comunicado. “A morte da minha querida mãe, Sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e todos os membros da minha família”, refere, acrescentando que era uma “monarca acarinhada e uma mãe muito amada”. “Sei que a morte dela vai ser sentida por todo o país, reinos e na Commonwealth e por inúmeras pessoas em todo o mundo. Durante este período de luto e mudança, a minha família e eu seremos confortados e suportados por saber do respeito e profunda afeição pela Rainha”. A Rainha Isabel II morreu hoje aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, foi hoje hoje anunciado pela família real.

    “A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O Rei e a Rainha Consorte permanecerão em Balmoral esta noite e voltarão a Londres amanhã [sexta-feira]”, anunciou o Palácio de Buckingham em comunicado, numa referência a Carlos e Camila. A notícia foi conhecida após membros próximos da família real terem viajado hoje subitamente para Balmoral para estar com a rainha após um comunicado dando conta da preocupação dos médicos com o estado de saúde da monarca de 96 anos.

  • há 2 horas
    O momento em que a BBC anunciou a morte da Rainha
  • há 2 horas
    A reação de Marcelo Rebelo de Sousa

    O Presidente português manifestou hoje "profunda e sincera consternação" pela morte da rainha do Reino Unido, Isabel II, e elogiou o seu "exemplo de coragem" e "inabalável sentido de serviço público", numa mensagem ao rei Carlos.

    Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra em Brasília para as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, fez publicar no sítio oficial da Presidência da República na Internet uma mensagem de condolências já dirigida ao novo rei, Carlos.

    "Foi com profunda e sincera consternação e com um imenso pesar que tomei conhecimento do falecimento de sua majestade a rainha Isabel II. Neste momento de luto e de dor, apresento a vossa majestade e a toda a família real, bem como a todos os britânicos, em nome do povo português e no meu próprio, os meus sinceros pêsames, transmitindo os meus profundos sentimentos pela perda sofrida", lê-se na mensagem.

    Segundo o chefe de Estado, Isabel II "permanecerá para todos um exemplo de coragem, de dedicação, de estabilidade e de inabalável sentido de serviço público, como o foi ao longo dos seus mais de 96 anos de vida e 70 anos de reinado".

    "Para Portugal e para todos os portugueses perdurarão na memória de cada um de nós, com inquestionável carinho e apreço, as visitas que a rainha Isabel II realizou ao nosso país, em 1957 e 1985. Para mim, pessoalmente, não poderei esquecer a honra do encontro mantido aquando da minha deslocação a Londres, já em 2016", acrescenta.

    Marcelo Rebelo de Sousa declara-se "confiante nos históricos e inquebrantáveis laços de amizade que unem e continuarão a unir Portugal e o Reino Unido, renovo as minhas mais sentidas e sinceras condolências" e despede-se do rei Carlos expressando a "maior estima e consideração pessoal".

  • há 2 horas
    Emmanuel Macron, presidente francês, presta homenagem à monarca nas redes sociais
  • há 2 horas
    Liz Truss, primeira-ministra britânica, fala ao país às 19h15

    A chefe do Governo britânica, indigitada por Isabel II na terça-feira, naquele que terá sido um dos seus últimos atos oficiais, vai falar ao país nos próximos minutos na sequência do anúncio da morte da monarca.

  • há 3 horas

     

    A Família Real inglesa anunciou esta quinta-feira que Isabel II, rainha do Reino Unido e chefe da Commonwealth, morreu. Sucede-lhe o filho varão, o príncipe Carlos.

    Durante a manhã, o Palácio de Buckingham emitiu um comunicado indicando que a monarca tinha sido colocada sob supervisão médica."Perante as avaliações feitas esta manhã, os médicos da Rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestade e recomendam que esta permaneça sob supervisão médica", informou uma curta nota oficial.

    "Depois de um dia agitado ontem (terça-feira), Sua Majestade aceitou esta tarde" o conselho para descansar dado pelos seus médicos, explicou um porta-voz do Palácio, que, não obstante, fez saber que “rainha continua a sentir-se confortável e permanecerá em Balmoral", na Escócia, onde costumava passar o final do verão.

    Os sinais que se foram sucedendo, porém, pintaram um cenário bem mais adverso. A BBC interrompeu a sua emissão oficial para comunicar o boletim clínico de Isabel II, tal como a sessão parlamentar em Westminster, tendo os deputados presentes recebido notas a avisar do sucedido.

    A família real foi convocada com urgência para se dirigir a Balmoral, o que inclui o seu filho e herdeiro do trono, Charles, e o neto William deslocaram-se à Escócia, assim como o outro neto, Harry, que tem estado afastado da família, fazendo-se acompanhar da mulher, Meghan Markle.

    A rainha já tinha faltado ao Braemar Gathering, um festival folclórico escocês que costuma frequentar, no passado fim de semana, além de não regressar a Londres para comparecer à tomada de posse de Liz Truss. Ao invés, a Rainha recebeu na sua residência escocesa o primeiro-ministro cessante, Boris Johnson, que foi apresentar a sua demissão, e depois Liz Truss, a quem nomeou oficialmente primeira-ministra.

    Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha a cumprimentar Truss, provocou desde logo inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada. De resto, o seu estado de saúde tem gerado preocupações desde outubro passado, quando passou uma noite internada para fazer exames médicos, cuja natureza nunca foi especificada.

    Desde então, as suas aparições tornaram-se menos frequentes devido aos seus problemas de mobilidade — e tal foi especialmente notório durante as celebrações do seu Jubileu de Platina, em junho, onde cancelou a participação em vários eventos organizados em sua honra. A rainha só apareceu brevemente na varanda do Palácio de Buckingham duas vezes.

    Algumas semanas depois, porém, fez várias aparições públicas na Escócia, sorrindo e andando com o auxílio de uma bengala num desfile das forças armadas em Edimburgo.

    A fragilidade da saúde de Isabel II levou a que esta tenha começado a delegar cada vez mais funções ao seu filho Carlos, que em maio proferiu pela primeira vez o Discurso do Trono no Parlamento, uma das principais funções constitucionais da monarca.

    Ao contrário de outros monarcas europeus, que abdicaram o trono a favor dos sucessores — tal como aconteceu em Espanha, Bélgica ou Países Baixos —, Isabel II foi fazendo uma transição de poder para Carlos sem recorrer a uma renúncia formal.

    Já em maio, o jornalista Robert Jobson disse à agência Lusa de que estava em curso uma "transição constitucional não oficial”, em que a rainha permanece como chefe de Estado, mas o príncipe Carlos assume mais deveres públicos importantes.

    Além do acima mencionado Discurso do Trono, o príncipe Carlos representou a monarca no Remembrance Day e na cimeira climática promovida pela ONU (COP26), em novembro de 2021, da cerimónia da Commonwealth (organização que congrega Estados e territórios que integraram no passado o império colonial britânico), em março deste ano, e da missa de Páscoa, em abril.

Notabanca, 08.09.2022

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