PROCESSO CONTRA MOUSSA DADIS CAMARA E DEZ ACUSADOS ADIADO PARA 4 DE OUTUBRO
A defesa dos onze acusados no processo pediu ao tribunal mais tempo para se preparar, na medida em que apenas tinha recebido os dossiers do processo no dia anterior à audiência.
Defesa e partes civis chegaram a acordo e para evitar um processo acelerado têm agora até dia 4 de Outubro para afinar argumentos.
Treze anos após o massacre de 28 de Setembro de 2009, no estádio de Conacri, o processo contra o antigo presidente Moussa Dadis Camara e 10 outros antigos responsáveis políticos e militares teve início quarta-feira. Após questões de forma, a audiência deve ser retomada a 4 de Outubro.
De acordo com uma investigação coordenada pela ONU, 156 pessoas foram mortas, pelo menos 109 mulheres violadas e centenas de pessoas ficaram feridas.
Os 11 acusados, todos em prisão preventiva, marcaram presença na audiência. Entre eles está o ex-presidente Moussa Dadis Camara e vários homens fortes do seu regime : o ex-chefe da segurança presidencial Claude Pivi, o ex-ministro da Saúde Abdoulaye Cherif Diaby e Moussa Tiegboro Camara que foi responsável pela luta contra o tráfico de droga.
Logo no início da audiência a defesa questionou a mediatização do caso. Em nome do respeito e da presunção de inocência, os advogados do Moussa Dadis Camara e de dez co-acusados recusam que os meios de comunicação social gravem e filmem o processo. Todavia, outra postura tem o Procurador, Ibrahima Sory Tounkara que respondeu que o Tribunal autorizou a presença de câmaras para memória colectiva.
Para evitar um processo sumário, defesa e acusação chegaram a acordo para o adiamento do arranque do processo. A defesa diz só ter recebido os dossiers do processo na véspera da audiência e acrescenta necessitar de mais tempo para se preparar.
Assim sendo e para evitar um processo sumário, os advogados das vítimas sublinharam a necessidade do processo decorrer em serenidade e para tal é necessário que a “defesa se possa exprimir na sua plenitude”, lembrando que são advogados das vítimas “mas não querem que os direitos da defesa sejam ignorados.”
O processo ficou assim suspenso até dia 4 de Outubro, data na qual deve ser retomado. Daqui lá as partes contam reunir argumentos para o desenrolar do processo.
Notabanca; 29.09.2022
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