OPOSITOR DE MACKY SAAL CONDENADO A DOIS ANOS DE PRISÃO
A justiça senegalesa confirmou a sentença do presidente da câmara de Dacar, Barthélémy Dias, a dois anos de prisão, incluindo seis meses de prisão efetiva, rejeitando o recurso interposto contra a mesma sentença em primeira instância em 2017.O coletivo de juizes "confirma a sentença em todas as suas disposições e rejeita o recurso interposto pela parte civil em todas as suas reivindicações", anunciou o tribunal da Relação em Dacar.
Barthélémy Dias, um feroz opositor do governo do Presidente Macky Sall, e um possível seu adversário nas presidenciais em 2024, tornou-se presidente da câmara de Dacar em fevereiro - em nome da coligação Yewwi Askan Wi, liderada por Ousmane Sonko, também candidato declarado à disputa pelo mais alto cargo público do país.
A leitura hoje do acórdão justificou um forte aparato policial junto ao Palácio de Justiça em Dacar, e em vários cruzamentos viários na capital senegalesa.
Dias, que também foi eleito deputado nas eleições legislativas no final de julho, já cumpriu a pena e não esteve presente no Palácio de Justiça, tendo alegado durante todo o processo ser vítima de um julgamento político.
De acordo com o seu advogado, Demba Ciré Bathily, "a principal implicação" do acórdão é que o mandato de Barthélémy Dias como presidente da câmara "não está ameaçado".
Já em relação ao seu mandato como deputado, "a questão não se coloca" porque "a decisão não é definitiva", sendo que o causídico irá aconselhar o seu cliente a recorrer da decisão de hoje.
O julgamento de segunda instância foi adiado várias vezes nos últimos anos até que se realizou em 2 de março último.
O Ministério Público senegalês pediu cinco anos de prisão, pena que teria interrompido a carreira de Dias.
Barthélémy Dias, com 46 anos, foi julgado com uma dúzia de outros acusados e condenado em 2017 a dois anos de prisão, incluindo seis meses de prisão efetiva, que cumpriu entretanto, por "golpe fatal" em 2011 infligido a Ndiaga Diouf, descrito pela oposição como um fervoroso defensor do regime.
Diouf foi morto a tiro durante um assalto à freguesia de Mermoz Sacré-Coeur - uma das comunas da capital, presidida então por Dias - por alegados apoiantes do Partido Democrático Senegalês, no poder.
O incidente ocorreu num contexto de protestos crescentes contra uma alegada tentativa do então presidente Abdoulaye Wade concorrer a um terceiro mandato em 2012.
Notabanca; 22.09.2022
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