quinta-feira, 15 de setembro de 2022

ESPERANÇA DE VIDA EM DECLÍNIO NA GUINÉ-BISSAU

Organização Mundial de Saúde, a esperança de vida “saudável” no continente africano aumentou nove anos entre 2000 e 2019, passando de 47 para 56 anos – em comparação com a média global de 64 anos. O progresso está longe de ser uniforme, como é o caso da Guiné-Bissau, onde a esperança média de vida é de 58 anos.

Segundo um estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde, a esperança de vida “saudável” no continente africano aumentou nove anos entre 2000 e 2019, passando de 47 para 56 anos – em comparação com a média global de 64 anos. O progresso está longe de ser uniforme, como é o caso da Guiné-Bissau, onde a esperança média de vida é de 58 anos.

"O continente africano fez o maior progresso no mundo nos últimos vinte anos quanto" à esperança de vida “saudável”, indica um estudo da OMS. A explicação para os avanços alcançados tem que ver com um maior acesso aos serviços básicos de saúde. Um aumentou de 24% em 2000 para 46% em 2019, aponta o “Monitoramento da cobertura universal de saúde na região africana” da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório apresenta números por sub-região. A África Oriental e os oito países da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) registaram o maior progresso, com um aumento de esperança de vida de 43 e 45 anos em 2000 para 58 e 57 anos em 2019.

O Norte de África aproxima-se da média mundial, 63 anos, enquanto três sub-regiões, África Central, Austral e Ocidental ficam para trás, com 54, 55 e 56 anos, respectivamente. Duas explicações são apresentadas no relatório: por um lado, o desempenho dos serviços de saúde, que depende do investimento em despesas públicas no sector da saúde, e por outro lado, "os países de alto ou médio rendimento têm, na maioria dos casos, um Índice de acesso a cuidados de saúde e esperança de vida ao nascer muito mais altos do que os países de baixo rendimento”.

Na lista dos doze países no continente africano com maior esperança de vida surgem Cabo Verde com uma esperança média de 73 anos e São Tomé e Príncipe com uma média de 70 anos.

Os números do Banco Mundial confirmam a liderança do Magreb, quer se viva doente ou não. Os países em conflito, pobres e/ou que não investem no sector da saúde permanecem no fim da lista, como é o caso da Guiné Bissau, onde a esperança média de vida é de 58 anos, mas ainda a República Centro-Africana, 53 anos, Nigéria, Serra Leoa, Chade e Lesoto com 54 anos.

Por que motivo as pessoas têm uma maior esperança de vida no Senegal do que na Costa do Marfim, onde a esperança média de vida não excede 57 anos, como na Somália e no Sudão do Sul? O relatório indica que as falhas dos hospitais públicos no Senegal são manchetes dos jornais. “Há uma maior cobertura mediática no Senegal e mais escândalos na Costa do Marfim, no Benim", explica Gilles Yabi, fundador do West African Think Tank (WATHI). O Senegal fez mais progressos em termos de saúde materna do que em qualquer outro lugar da sub-região. No entanto, a saúde de crianças de 0 a 5 anos determina a esperança de vida, além de factores sociais, actividade física e alimentação.

"A relação entre o PIB per capita não é necessariamente o factor mais determinante no investimento público no sector de saúde", afirma Mabingué Ngom, assessor do Director Executivo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e director do UNFPA para a África União.

A Guiné Equatorial, com 1,4 milhões de habitantes, tem uma esperança de vida tão baixa quanto a da Guiné-Bissau, no entanto a riqueza do país é dez vezes superior. No Mali e nos Camarões, cujo PIB per capita quase duplica, as pessoas não vivem, em média, mais de 59 anos.

Notabanca; 15.09.2022

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