COMBATES
NA FRONTEIRA ENTRE QUIRGUISTÃO E TAJIQUISTÃO DEIXAM MAIS DE 80 MORTOS
Pelo menos 81 pessoas morreram esta semana em confrontos na fronteira entre o Tajiquistão e o Quirguistão, informaram os dois países neste domingo.
Após os episódios de violência, os mais graves desde abril de 2021, os dois países da Ásia Central anunciaram na sexta-feira um cessar-fogo, mas nas horas seguintes trocaram acusações sobre violações da trégua.
No início de domingo, o Quirguistão anunciou um balanço atualizado que cita 46 cidadãos do país mortos nos confrontos na fronteira com o Tadjiquistão, na região de Batken.
O balanço atualizado também cita 140 feridos. O ministro quirguiz de Situações de Emergência, Boobek Ajikeeb, disse que quatro soldados do país estão desaparecidos.
Poucas horas depois, o Tadjiquistão anunciou que 35 pessoas morreram no país nos confrontos.
O ministério das Relações Exteriores tadjique postou no Facebook uma lista de 35 cidadãos mortos entre quarta-feira e sexta-feira.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu aos dois países que evitem uma nova escalada de violência, em conversas por telefone com os presidentes das duas ex-repúblicas soviéticas.
"Vladimir Putin fez um apelo para que as partes evitem uma nova escalada e adotem medidas para resolver a situação o mais rápido possível por meios exclusivamente pacíficos, políticos e diplomáticos", afirmou o Kremlin em um comunicado, após a conversa de Putin com os presidentes do Quirguistão, Sadyr Japarov, e seu colega do Tadjiquistão, Emomali Rakhmon.
Neste domingo, a Guarda de Fronteira do Quirguistão informou que a noite não registrou incidentes, mas destacou que a situação continua "tensa" na fronteira, nas regiões quirguizes de Osh e Batken.
"Os governantes dos dois países estão adotando todas as medidas necessárias para estabilizar a situação, deter todas as escaladas e provocações (...) de maneira pacífica", afirmou a Guarda em um comunicado.
No sábado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ligou para os governantes dos dois países para "promover um diálogo sobre um cessar-fogo duradouro", destacou um porta-voz das Nações Unidas.
A fronteira entre Tadjiquistão e Quirguistão é cenário de combates frequentes.
Quase metade dos 970 quilômetros de fronteira comum é objeto de disputa desde o fim da União Soviética, em um ambiente de tensão pelo acesso aos recursos naturais.
Em abril de 2021, um episódio de violência provocou mais de 50 mortes e gerou o temor de um conflito em larga escala.
PUTIN PEDE A QUIRGUISTÃO E TAJIQUISTÃO QUE EVITEM "NOVA ESCALADA" DE VIOLÊNCIA
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu hoje que aos homólogos do Quirguistão e Tajiquistão reduzam a escalada de violência entre as duas ex-repúblicas soviéticas na Ásia Central, que já provocou 36 mortos.
Através de telefonemas, Vladimir Putin, pediu aos presidentes quirguize Sadyr Japarov e ao tajique Emomali Rakhmon para evitar novos confrontos nesses países onde Moscovo historicamente desempenha o papel de árbitro.
“Vladimir Putin pediu às partes que evitem uma nova escalada e tomem medidas para resolver a situação o mais rápido possível, e isso apenas por meios pacíficos e político diplomáticos”, disse Putin, segundo um comunicado do Kremlin.
O Quirguistão avançou hoje que 36 dos seus cidadãos foram mortos em confrontos fronteiriços esta semana com o Tajiquistão, quando anteriormente eram dados como mortos 24 pessoas.
Em comunicado à imprensa, o Ministério da Saúde do Quirguistão anunciou a morte de mais 11 pessoas na região de Batken, localizada no sudoeste do Quirguistão e na fronteira com o Tajiquistão, enquanto 139 ficaram feridas.
Diante dessa violência, a pior desde abril de 2021, os dois países concordaram, na sexta-feira, com um cessar-fogo, mas depois acusaram-se de o terem violado em várias ocasiões.
No entanto, a situação parecia estabilizar-se no domingo.
O Comité Estadual de Segurança Nacional do Quirguistão disse hoje que às 14:00 locais (10:00 em Lisboa) a situação na fronteira “permanecia calma, com tendência a se estabilizar”.
“Na linha de fronteira, não foram relatadas tentativas de escalada ou tiroteio. As partes mantêm o seu acordo para um cessar-fogo e a retirada das forças envolvidas, o trabalho continua nesse sentido”, acrescentou a fonte.
No sábado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ligou por telefone para funcionários de ambos os lados “para promover o diálogo para um cessar-fogo duradouro”, disse um porta-voz da ONU.
Também no sábado, o Ministério do Interior do Tajiquistão disse que civis
tinham sido mortos durante a violação do cessar-fogo, sem especificar o número
desde então.
O tiroteio entre os dois países no início desta semana já havia causado a morte de dois guardas fronteiriços tajiques e feridos.
A fronteira entre o Tajiquistão e o Quirguistão é palco de combates regulares. Quase metade dos 970 quilómetros de fronteira comum foi contestada desde o desmembramento da URSS, num cenário de tensões pelo acesso a recursos.
Em abril de 2021, um escalar de violência matou mais de 50 pessoas e levantou temores de um conflito em maior escala.
Notabanca; 18.09.2022
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