“OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS GUINEENSES ATRAVESSAM PIORES MOMENTOS LABORAIS”-Diz líder sindical
O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), afirmou hoje que os funcionários públicos atravessam piores momentos laborais que no período colonial.Júlio Mendonça fez esta afirmação em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), no âmbito das celebrações do massacre de marinheiros no cais de Pindjiguiti, que se assinala amanhã, 3 de Agosto.
Segundo Mendonça, a data será assinalada com uma sessão de reflexões e comparações de momentos vividos pelos funcionários na era colonial e no período atual.
“Nós enquanto representantes da classe operária na Guiné-Bissau, podemos dizer que nada mudou até hoje, porque os servidores de Estado continuam a ser desrespeitados pelo patronato, muitos trabalham sem receber, outros ainda se encontram sem vínculo com o Estado”, disse.
O Secretário-geral da maior central sindical da Guiné-Bissau criticou que a lei que assiste aos funcionários públicos salvaguarda que possam manifestar para exigir os seus direitos mas diz que muitas vezes essa lei é violada pelo próprio Estado.
Ainda sobre o momento laboral que se vive na comemoração de mais um aniversário da reivindicação salarial de marinheiros, em 1959, Júlio Mendonça criticou que o poder de compra dos funcionários públicos do país não é acompanhado com o aumento dos preços de produtos da primeira necessidade que se verifica no país. “Os salários ainda continuam miseráveis na Função Pública”, disse.
O líder da UNTG apela ao governo para respeitar e dignificar os servidores públicos, criando melhores condições de trabalho e pagando um salário digno.
Júlio Mendonça disse que a UNTG está descontente com o que diz ser o desprezo às várias exigências dos trabalhadores, e declarou que o 3 de Agosto vai ser comemorado sem intervenção do Governo.
“Vamos concentrar todos na manhã de 3 de Agosto, na nossa sede, para depois irmos depositar coroas de flores no túmulo dos funcionários massacrados no cais de Pindjiguiti e no Cemitério Municipal de Bissau, para depois regressarmos à nossa Sede, para permitir que cada representante de sindicatos filiados na UNTG possa exprimir sobre a data”, disse Júlio Mendonça.
Notabanca; 02.08.2022
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