sábado, 5 de março de 2022

GOVERNO GUINEENSE E AS SUAS DESPESAS

O economista Júlio Biaguê diz que o Governo da Guiné-Bissau deve cortar os gastos públicos para controlar a inflacção, na ordem de 3.2 por cento.

“O Governo precisa de reduzir a necessidade de se financiar com a emissão de títulos. Para isso, precisa ajustar as suas finanças, e isso passa rigorosamente de cortes nos gastos públicos, gastos de viagens”, afirma Bianguê.

Por outro lado, o economista João Alberto Djata entende que o Governo precisa de “estimular a produção nacional e facilitar a entrada de produtos ou bens provenientes do estrangeiro, por forma a abastecer suficientemente o mercado”.

Continuando, Djata diz que “o Banco Central deve reduzir ou conter o volume da moeda em circulação”.

Estas reações surgem após a divulgação, pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), de contas externas que indicam que a balança de transações correntes é deficitária.

Tal é influenciado, entre outros, pelo desempenho nos mercados da castanha de caju, produto estratégico para economia guineense.

O relatório do BCEAO revela também que, nos últimos três anos, a conta de transação corrente apresenta uma situação deficitária.

“Quando um país começa a ter défices sucessivos na sua balança do serviço, isto pode ser um reflexo de que é pouco competitivo face ao exterior, na medida em que os pagamentos ao exterior são superiores ao recebimento,” considera Biaguê.

E para o país ter uma economia produtiva e competitiva, Djata, diz é que necessária “a estabilização política, social, diversificação e melhoria do ambiente económico”.

Notabanca; 05.03.2022

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