MOSCOVO ACUSA OCIDENTE DE QUERER PROVOCAR CONFLITO E DEPOIS ACUSAR A RÚSSIA
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou hoje o Ocidente de querer provocar um conflito armado na Ucrânia para depois acusar a Rússia e impor novas sanções.
"Não excluo que haja o desejo de estimular espíritos militaristas, de provocar uma pequena guerra, e depois culpar-nos e aplicar novas sanções para reduzir as nossas capacidades competitivas", disse Lavrov numa entrevista a um canal pró-governo russo divulgada no YouTube, em que também anunciou conversações, em breve, com Washington.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, que tem reiterado que a concentração de tropas russas junto à fronteira com a Ucrânia não tem fins agressivos, denunciou que o Ocidente enviou grandes quantidades de armas para a Ucrânia desde 2014, no valor de mais de 2.500 milhões de dólares.
Na União Europeia, referiu Lavrov, já se fala em propostas para aplicar sanções preventivas e, em seguida, levantá-las se a invasão russa da Ucrânia, anunciada por Washington e Kiev para o início de 2022, não ocorrer.
O ministro russo considerou "descaradas" as posições do Ocidente e da OTAN em relação ao seu país e acusou a Polónia, a Ucrânia e os países bálticos de as instigarem.
"Nunca pediremos a ninguém que levante as sanções. Não nos vamos humilhar perante ninguém", afirmou ainda.
Lavrov anunciou na mesma entrevista que as conversações entre a Rússia e os Estados Unidos - sobre a exigência de Moscovo de garantias ocidentais que impeçam a expansão da OTAN para a Ucrânia - começarão após as férias de Ano Novo, que terminam a 09 de Janeiro, sem especificar uma data.
"É com os EUA que vamos realizar o principal trabalho de negociações, imediatamente após o fim das férias de Ano Novo", disse o ministro, depois de Moscovo ter apresentado, no início de dezembro, propostas exigindo que a OTAN renuncie a vir a admitir a Ucrânia e outros países da área de influência soviética como membros e retire os seus destacamentos militares na Europa Central e Oriental.
Washington e os seus aliados recusaram fazer tais promessas, mas disseram que estão prontos para as conversações.
Na semana passada, Lavrov disse que, além dos EUA, Moscovo iniciará conversações separadas com a OTAN sobre o assunto.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, decidiu convocar uma reunião do Conselho OTAN-Rússia para dia 12 de Janeiro, anunciou sábado fonte da organização, acrescentando que o bloco está em contacto com a Rússia sobre a reunião.
Notabanc; 03.01.2022
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