CONTAS PÚBLICAS DA GUINÉ-BISSAU EM RISCO DE NÃO SEREM FEITAS PELOS GOVERNANTES
O economista guineense, José Nico Djú, alerta que realizar a remodelação governamental no meio de um processo governativo abre caminho para que os governantes não prestem as contas públicas ao Tribunal de Contas.O economista foi instado a comentar a remodelação governamental feita, ontem, pelo Presidente da República, onde hoje um novo decreto exonera o secretário de Estado do Ensino Superior e Investigação científica, Garcia Bideta.
Nico Djú, que também é o comentador da Rádio Sol Mansi para os assuntos económicos, disse que esta decisão é complicada devido ao atual funcionamento do Tribunal de Contas.
“A partir do momento em que uma pessoa inicia um processo governativo sem chegar ao fim abre-se o caminho para que seja aberto precedentes sem que as contas públicas sejam prestadas”, sustenta.
O economista disse ainda que o impacto económico da atual remodelação governamental poderá ser sentido só daqui a três meses sustentando que é o período suficiente para entender se a decisão governamental será bom ou mau para a economia nacional.
“Em termos económicos poderá ter um impacto daqui a três meses que permite ter uma visão mais clara sobre as medições das medidas adotadas pelo governo da Guiné-Bissau através do Estado”, explica o economista guineense.
Ontem, o presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, sob a proposta do Primeiro-ministro, procedeu uma remodelação governamental, e esta é a segunda remodelação do governo liderado por Nuno Gomes na Biam.
Hora depois, um outro decreto exonera o secretário de Estado do Ensino Superior e Investigação científica, Garcia Bideta.
A nova orgânica do governo passa a ter 22 ministérios e 8 secretarias de Estado.
A APU-PDGB diz desconhecer a referida remodelação governamental acusando o Presidente de "decisões e violações unilaterais e sistemáticas", como é o caso da recente remodelação governamental, que não partiu da iniciativa do primeiro-ministro, líder do partido.
No comunicado, o partido refere que foi "apanhado de surpresa pelo decreto presidencial de mais uma remodelação governamental" e que "não abdica das suas conquistas democráticas no âmbito do atual Governo de coligação".
A APU-PDGB alerta também que a "política de traição, paga-se caro" e tem sido "fator das principais desavenças e consequentes instabilidades governativas que assolam o país".
Notabanca; 28.01.2022
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