ÁFRICA MAIS UMA VEZ A SER EXPLORADA POR RAZÕES ESTRITAMENTE INTERNAS À SUÉCIA - CASO LUNDIN
“Para os observadores dos Assuntos Africanos, há um importante desenvolvimento sobre o assunto que liga a empresa sueca de petróleo e mineração Lundin, do Sudão do Sul, e o Procurador Sueco. Para nós, africanos, trata-se de uma questão em que um país africano, no centro da controvérsia, está a ser utilizado por questões de política interna da Suécia.Nós, africanos, recusamo-nos a ser usados e tratados como se estivéssemos na época colonial. Esta situação mina a reputação e o prestígio da Suécia na defesa dos valores morais, bem como na defesa de questões de direitos humanos. Os ataques a Carl Bildt e seus esforços de manutenção da paz são de muito pouca sabedoria e são de muito mau gosto. Ele é uma pessoa muito conhecida em África e tem um amor incomparável pelo continente, porque entende os problemas que o povo africano está passando, ao contrário de muitos que querem apenas aproveitar de África.
Ser ativista no conforto da Suécia não é o mesmo que estar em solo africano contribuindo para a paz e o desenvolvimento deste continente.
Esta estratégia de desinformação e intoxicação contra a empresa Lundin visa apenas desacreditá-la totalmente interna e internacionalmente assim quanto aos esforços e contribuição de Carl Bildt.
Basicamente, a questão está relacionada a uma empresa sueca de petróleo e mineração chamada Lundin Energy que trabalhava no Sudão do Sul, anteriormente conhecida como Lundin Petroleum, onde Bildt foi presidente do conselho de 2000 a 2006 e no momento a empresa está sendo investigada por cumplicidade em crimes de guerra.
Essa maquinação, que se traduz mais numa perseguição do procurador sueco, visa essencialmente desacreditar Carl Bildt e seu legado político. Demonstra também que o Ministério Público está em desespero e, portanto, está fazendo ativismo político sem precedentes na história, sobre um assunto que é claramente mercado nacional sem substância para sua internacionalização.
Este tipo de perseguição política e ativismo está a minar os esforços para perseguir os verdadeiros culpados de possíveis crimes de guerra no mundo e contribuirá para reduzir a presença de várias empresas estrangeiras em países como o Sudão do Sul.
Pessoas como Carl Bildt, que têm a coragem de permanecer na África independentemente das circunstâncias, são o tipo de pessoa que tem um compromisso com o continente africano. Indivíduos que, apesar do conflito, se recusam em deixar a África.
Este continente precisa de todos aqueles que estão com ele nos bons e nos maus momentos. Não precisamos de colonizadores e exploradores e daqueles que desejam erguer a moral a partir o conforto das capitais europeias, mesmo que seja do Ministério Público desses países.
O continente africano não pode ser usado como um burro de carga para a política na Suécia ou em qualquer parte do mundo. Quem sente África é bem-vindo porque é necessário mudar a forma como este continente é visto pelo mundo, porque é o continente mais rico, com a maior superfície e com a população mais jovem do mundo.
Este ativismo político do Procurador sueco só prejudica a imagem de um país democrático como a Suécia, onde funcionam as instituições e aparentemente existe uma justiça imparcial. A União Africana, uma organização continental com responsabilidades na defesa do bom nome deste grande continente, deve recusar todo o ativismo do Ministério Público sueco por querer usar este continente como bode expiatório para o seu ativismo promotor.
A África não precisa de ninguém que sinta pena dela e nunca aceitará que continue a ser usada como um continente sem fronteiras. Usar o nome do continente africano como se fôssemos deficientes e precisássemos de um protetorado é, no mínimo, censurável e vergonhoso tanto para o Ministério Público sueco quanto para o Estado.”
Notabanca; 27.05.2021
Sem comentários:
Enviar um comentário