A segunda-vice-presidente do PAIGC, afirmou que o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, tem a sua disposição várias opções e é preciso que não se deixe cair em erros de paralaxe.
Maria Odete Costa Semedo falava segunda-feira aos
jornalistas à saída do encontro de auscultação com o presidente da ANP para
encontrar uma solução política que leve à formação de novo governo, de base
alargada.
A iniciativa do presidente da ANP insere-se no
âmbito da recomendação da CEDEAO, que instou ao Presidente Umaro Sissoco Embaló
a nomear um novo primeiro-ministro e novo governo respeitando os
resultados das eleições legislativas de 10 de março de 2019, ganhas pelos
libertadores, (PAIGC).
Maria Odete Semedo lembrou que, a CEDEAO propôs às
autoridades nacionais uma saída política e o PAIGC abraçou essa proposta,
deixando cair assim, vários aspetos e prerrogativas para ver se criam as
condições para que o país possa ter um governo de base alargada e possa
caminhar para o desenvolvimento.
“Cipriano Cassama tem na sua frente um lápis, copo e
água, agora vai depender da capacidade dele observar o que tem a frente e tomar
uma decisão, de contrário vai respaldar sobre a sua responsabilidade. Nessa
hora é a própria maioria confortável que o PAIGC tem que poderá estar a ser
posta em causa”, avisou.
Semedo disse que no encontro, alertaram ao presidente
da Assembleia Nacional Popular sobre o desafio que tem pela frente, sendo um
assunto que cabia à CEDEAO resolver, mas que acabou por passar para as
suas mãos”, assinalou.
Por sua vez,
o coordenador do MADEM G-15, afirmou que a saída da atual situação
política passa necessariamente pelo agendamento da discussão do programa do
atual Governo na Assembleia Nacional Popular, dado que é a casa para fazer
política.
“Na audiência, deixamos claro ao presidente do
Parlamento que não concordamos com a forma como ele envolveu a Comunidade Internacional
(P5) na busca de solução e diálogo interno. No meu entendimento, deviam ser
apenas com partidos políticos”, informou Braima Camará em declarações à
imprensa.
Braima Camará disse que o presidente da ANP deve
convocar apenas os guineenses para discutirem e chegar a entendimento, de forma
a resolver o problema internamente, deixando assim de receber lições de moral
da comunidade internacional. Contudo, disse que o líder do Parlamento guineense
disse-lhes que a sua intenção era apenas informar a Comunidade Internacional
sobre o processo de diálogo.
Para o vice presidente do Partido da Renovação
Social (PRS), Jorge Malú, cada grupo de partidos políticos está a reivindicar
uma maioria, mas advertiu que qualquer maioria neste momento não oferece
confiança nem garantias de estabilidade governativa, por isso, sustenta que é
preciso prosseguir com o trabalho junto das estruturas partidárias no sentido
de unir as forças para uma estabilidade governativa.
“Compreendemos perfeitamente essa preocupação dos
titulares dos órgãos da soberania, por isso é que estamos a ver a possibilidade
de encontrar entendimento a nível das formações políticas, de forma democrática
em que a maioria é determinada pelo voto e a ANP é o único espaço para
demonstrar essa maioria parlamentar”, salientou Jorge Malú.
O dirigente dos renovadores assegurou que existe um
governo que resultou de um acordo de incidência parlamentar de três formações
políticas a quem deve ser permitido apresentar o seu instrumento de governação
para ver se tem maioria ou não.
Acrescentou que esse é o pedido que fizeram ao
presidente da ANP, de forma “a saber, na verdade, quem tem a verdadeira maioria
parlamentar.
Cipriano Cassamá tem até ao dia 18 de Junho para
apresentar ao chefe de Estado uma proposta de solução para a formação de um Governo
de base alargada, depois de falhada a tentativa para o efeito a 22 de Maio, por
falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar.
Enquanto isto, Presidente Sissoco Embalo a espera para se decidir. A ver vamos!
Notabanca; 02.06.2020
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