terça-feira, 12 de maio de 2020

GRÁVIDAS COM VIH/SIDA TÊM DIFICULDADE EM MANTER TRATAMENTO MÉDICO
As mulheres grávidas guineenses com VIH/Sida seguidas no centro de tratamentos Céu e Terra, em Bissau, estão com dificuldades para aceder aos antirretrovirais, dadas as restrições de movimentos em vigor devido à covid-19, alertou o diretor do hospital esta segunda-feira.
Manuel Aquessuen, diretor clínico do Céu e Terra, um dos poucos centros de tratamento e seguimento às grávidas e mulheres lactantes infetadas com o VIH/Sida, disse que as restrições para conter a pandemia do novo coronavírus adotadas pelas autoridades sanitárias e políticas guineenses estão a dificultar o seguimento de doentes do Céu e Terra.

Com o estado de emergência, várias mulheres seropositivas, sobretudo as do interior da Guiné-Bissau, “deixaram de se deslocar à clínica, o que também acontece com as dos bairros periféricos” de Bissau, observou Aquessuen.
Em condições normais, a clínica atende, por dia, até 50 mulheres, entre grávidas e lactantes, mas desde o início da pandemia da covid-19, apenas recebe 10 pessoas, notou o diretor clínico da Céu e Terra.
Para não faltar aos doentes com os antirretrovirais, a equipa de Manuel Aquessuen decidiu levar os medicamentos a casa de pacientes em Bissau, mas há mais de 15 dias que não consegue deslocar-se por falta de combustíveis para a única viatura disponível na clínica.
O médico aguarda por uma resposta do Ministério da Saúde Pública a quem pediu combustível para atestar o carro e continuar a distribuição gratuita de antirretrovirais às pacientes de Bissau.
“As pacientes com HIV são pessoas vulneráveis, pessoas de alto risco de contaminação com a covid-19, por isso não podemos deixar de as disponibilizar medicamentos”, observou Manuel Aquessuen.
Entre pessoas em tratamento e aquelas em seguimento, a clínica atende cerca de quatro mil infetados com VIH/Sida, disse Aquessuen.
A Céu e Terra é uma associação de profissionais de saúde, tutelada pelo Ministério da Saúde Pública e que trabalha sob a supervisão do secretariado guineense de luta contra a sida, desde 2002
Notabanca; 12.05.2020

Sem comentários:

Enviar um comentário