FALTA DO
OXIGÉNIO NO HOSPITAL CONDICIONA TRATAMENTO DOS DOENTES INFECTADOS
O médico
infecciologista e igualmente Diretor do Centro de Tratamento de Coronavírus do
Hospital Nacional Simão Mendes, Waldir Madane Jaló lamenta que devido a falta
do oxigénio, o Centro não está a responder as demandas dos doentes internados
por coronavírus.Em entrevista exclusiva esta terça-feira à ANG, Waldir Madane Jaló disse ainda que é urgente a resolução do problema de oxigénio, mas diz que já foram dados passos para a compra de garrafas de oxigénio, sublinhando que o mais importante no momento é a reparação de fábrica do oxigénio instalado no referido hospital.
“É urgente resolver este problema porque os doentes internados são os que precisam do oxigénio. Outra coisa, podemos mandar vir as garrafas de oxigénio do exterior e se terminar onde será recarregada? Então, temos a fábrica desse produto no país e que está com problema, acho que deve ser reparada o mais rápido possível”,considerou o médico.
Waldir Jaló
disse que o problema de saúde neste momento não deve ser centralizado só nos
pacientes de coronavírus deixando de lado os de outras patologias, frisando que
existe a necessidade de construir uma fábrica de oxigénio com maior capacidade
no Hospital Nacional Simão Mendes.
Segundo
aquele responsável, a estratégia para prevenção contra o coronavírus está bem
desenhada mas falhou na sua fase de implementação.
O médico
sustenta que se 90% da população
guineense usava as máscaras e acatava a recomendação de distanciamento social
logo no início dessa pandemia, o país não ia ter esse número elevado de casos.
Disse que a
outra falha é que no início, muitas pessoas foram testadas positivas mas não
foram isoladas porque não havia um lugar apropriado para as colocar, o que
contribuiu também na propagação da doença.
Informou que
o Serviço de Cuidados Intensivos do Simão Mendes não está a funcionar nesse
momento porque a maioria dos seus técnicos estão infetados. Revelou que haviam doentes internados nos Cuidados que
agora estão a ser tratados no Centro de tratamento de coronavírus.
O médico
disse que deve ser reforçada a sensibilização sobre a prevenção sobretudo para
a camada juvenil porque a maioria dos jovens infetados é assintomática e tem a probabilidade de
transmitir a doença para outras pessoas.
Considere
que nenhuma medida sozinha é suficiente,
por isso aconselha a população guineense a usar máscaras, e a cumprir o método
de distanciamento social, lavagens das mãos e confinamento.
Jaló
disse que 80% de casos de infecção por
Covid-19 são tidos como casos leves, o
que também levou a propagação.
Notabanca; 12.05.2020
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