terça-feira, 12 de maio de 2020

FALTA DO OXIGÉNIO NO HOSPITAL CONDICIONA TRATAMENTO DOS DOENTES INFECTADOS
O médico infecciologista e igualmente Diretor do Centro de Tratamento de Coronavírus do Hospital Nacional Simão Mendes, Waldir Madane Jaló lamenta que devido a falta do oxigénio, o Centro não está a responder as demandas dos doentes internados por coronavírus.
Em entrevista exclusiva esta terça-feira à ANG, Waldir Madane Jaló disse ainda que é urgente a resolução do problema de oxigénio, mas diz que já foram dados passos para a  compra de garrafas de oxigénio, sublinhando que o mais importante no momento é a reparação de fábrica do oxigénio instalado no referido hospital.
“É urgente resolver este problema porque os doentes internados são os que precisam do oxigénio. Outra coisa, podemos mandar vir as garrafas de oxigénio do exterior e se terminar onde será recarregada? Então, temos a fábrica desse produto no país e que está com problema, acho que deve ser reparada o mais rápido possível”,considerou o médico.




Waldir Jaló disse que o problema de saúde neste momento não deve ser centralizado só nos pacientes de coronavírus deixando de lado os de outras patologias, frisando que existe a necessidade de construir uma fábrica de oxigénio com maior capacidade no Hospital Nacional Simão Mendes.



Segundo aquele responsável, a estratégia para prevenção contra o coronavírus está bem desenhada mas falhou na sua fase de implementação.



O médico sustenta que  se 90% da população guineense usava as máscaras e acatava a recomendação de distanciamento social logo no início dessa pandemia, o país não ia ter esse número elevado de casos.



Disse que a outra falha é que no início, muitas pessoas foram testadas positivas mas não foram isoladas porque não havia um lugar apropriado para as colocar, o que contribuiu também na propagação da doença.



Informou que o Serviço de Cuidados Intensivos do Simão Mendes não está a funcionar nesse momento porque a maioria dos seus técnicos estão infetados. Revelou que  haviam doentes internados nos Cuidados que agora estão a ser tratados no Centro de tratamento de coronavírus.



O médico disse que deve ser reforçada a sensibilização sobre a prevenção sobretudo para a camada juvenil porque a maioria dos jovens infetados é  assintomática e tem a probabilidade de transmitir a doença para outras pessoas.



Considere que  nenhuma medida sozinha é suficiente, por isso aconselha a população guineense a usar máscaras, e a cumprir o método de distanciamento social, lavagens das mãos e confinamento.



Jaló disse  que 80% de casos de infecção por Covid-19 são tidos como  casos leves, o que também levou a propagação.

Notabanca; 12.05.2020

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